quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cristo, dor, sangue e morte

Se pudéssemos contemplar o passado da cristandade sem as lentes limitadas da história, como uma espécie de viajem no tempo, acredito que a religiosidade de muitos, iria se prostrar a verdadeira fé professada até a morte pelos os pais da igreja. Quão diferente seríamos se os nossos pés tocassem, ainda que só por alguns momentos, as areias da arena do grande Coliseu, palco que presenciou momentos de grande crueldade contra os filhos de Deus.

A nossa liberdade foi comprada com sangue. O pão e o vinho teriam um simbolismo mais forte, e a santa ceia seria celebrada como realmente santa, e não mais como uma mera liturgia se todos considerassem que somos filhos de um "doloroso parto".

Os cultos perderiam o caráter antropocêntrico que lamentavelmente adquiriram em virtude da glamorização gospel, e de panacéia, nossas reuniões passariam a ser um encontro real e sagrado com Deus .

Não sou saudosista, e nem tampouco cético em relação à existência de cristãos fiéis e verdadeiros no exercício de sua fé. Muito pelo contrário, acredito sim que nesses tempos de "esfriamento do amor" ainda há tochas que não se apagam por nada. No entanto, quando penso que Estevão em meio a uma saraivada de pedras conseguiu ver os céus abertos e contemplar a glória de Deus , e que nem mesmo a dor que sentia era capaz de sobrepujar a alegria de estar morrendo pela causa do evangelho, peço a Deus que aumente minha fé.

Tertuliano disse: "O sangue dos Mártires é a semente dos cristãos". É lastimável que tais sementes não sejam lembradas nos discursos de muitos líderes "espirituais", que pregam um evangelho heterogêneo e de auto-ajuda. Evangelho este, desbotado pela cobiça e pela vontade de potência humana. Esqueceram que o berço do filho de Deus foi em uma manjedoura , e que o evangelho consumou-se em uma cruz.

Os olhos da humanidade cegados, não conseguem ver nada de excelente nisto. E muito menos seu intelecto seria capaz de compreender, pois este jaz em uma moral rigidamente hedonista.

Mas jamais, jamais te esqueças ao entrar no santuário, ao ir para o trabalho, quando estiver no ônibus, na escola, enfim em qualquer lugar: Cristo, dor, morte e sangue, são as verdadeiras substâncias de toda nossa história cristã.

Por: Oseias Marques Padilha

Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com/

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