segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Princípios para uma ministração abençoada








Por  Ronaldo Bezerra


"Quem te não temerá, ó Senhor, e não glorificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos" -  Apocalipse 15:4.


Temos aqui um tema que requer de nós especial atenção. Para alguns, trata-se de um terreno desconhecido. E mesmo para aqueles que têm algum conhecimento, sempre será um desafio novo. Cada culto é uma experiência nova, de onde extraímos lições que vão nos moldando e formando em nós o perfil de verdadeiros adoradores, que em função desse aprendizado, vão sendo confirmados como ministros diante da congregação.
A ministração do louvor exige total responsabilidade, entrega e dedicação, daí o fato de que se trata de um ministério, e ministério com peso pastoral. A administração desse serviço se faz garantir através de princípios divinos que devemos encarnar, praticar e deles depender sempre. Esses princípios nos livram da mediocridade e contribuem para que busquemos a excelência nesse ministério, em louvor ao nosso Deus! (Fl 1:10-11).


Sensibilidade - Salmos 43:3.
Sensibilidade fala de percepção, de revelação, de ter luz. É uma ferramenta essencial, pois facilita em muito a nossa tarefa. É indispensável no momento do culto, na relação que temos com o Espírito, com os músicos e com as pessoas em geral.



Dependência do Espírito - Efésios 5:18.
É dependência geral, total e irrestrita. Paulo diz que onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (II Co 3:17). O dirigente deve ganhar a visão de que o culto é do Espírito Santo e Ele sabe o que é melhor para cada pessoa (Rm 8:26-27). Ele indica o cântico, a frase, a oração a ser feita, enfim, tudo.



Inspiração (Palavra de Deus) - Salmos 22:25.
O dirigente sempre precisa estar inspirado. A inspiração nasce do nosso tempo diário com Deus (Sl 34:1). A fonte principal é a Palavra. Quanto mais Palavra eu tiver, mais inspirado serei (Cl 3:16).



Expressão - Gálatas 5:22.
A Palavra diz que o coração alegre aformoseia o rosto (Pv 15:13). O fruto do Espírito produz amor, paz, alegria etc. O dirigente deve meditar naquilo que canta. Esse exercício constante resulta numa expressão de vida abundante.



Segurança (saber o que fazer) - II Coríntios 3:4-6.
A congregação espera que o dirigente a conduza na ministração. É como o motorista de um coletivo cheio de pessoas. Todos esperam que ele tenha conhecimento do que faz e possam assim chegar ao seu destino.



Identificação (sacerdote) - Hebreus 5:1.
O dirigente é um sacerdote, um intermediário entre Deus e os homens. Portanto, deve estar profundamente identificado com os interesses do Senhor e dos homens.



O ministério de Jesus - Hebreus 2:12.
O dirigente deve ter a visão de que Jesus está em meio à congregação cantando louvores. Deus habita no meio dos louvores do seu povo (Sl 22:3).



Conclusão
Se estivermos atentos a estes princípios, colheremos resultados surpreendentes do nosso trabalho. A igreja será abençoada, edificada, e o Senhor glorificado junto ao seu povo.


Fonte: http://www.guiame.com.br/

O que cantar?





Por ELEILTON FREITAS

A Bíblia ensina o povo de Deus a louvá-lo. Louvar é um mandamento: Louvai ao Senhor...  (Sl 117:1 cf. Rm 15:11). 
Entretanto, a supervalorização dos ritmos e o desprezo pelas letras dos cânticos, por parte de muitos líderes de louvores dos dias atuais é lamentável e, precisa urgentemente ser repensada. Partindo do principio que o louvor é para Deus, nossa expressão de ações de graça tem que ter entendimento, isto é, precisamos saber o que estamos cantando ou dizendo a Ele. Não podemos nos iludir com o emocionalismo dos ritmos. Temos que ter em mente que cantar hinos não é mera exibição, mas sim, um momento de exaltação a Deus.
Quando não nos preocupamos com o que estamos cantando corremos o grande risco de cantar doutrinas anti bíblicas. Por isso, nossa base para os louvores deve ser a Palavra de Deus. Tudo o que cantamos precisa passar pelo crivo das Escrituras. É fundamental analisarmos nossos cânticos, para que em nossos cultos, o Senhor Jesus seja louvado com sabedoria por sua igreja. O louvor a Deus precisa estar embasado na Palavra de Deus!
Veja o que Paulo disse aos irmãos de Colossos: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração (Cl 3:16). Veja como “louvor” e “palavra” andam juntos. De acordo com Paulo, existe uma relação clara entre o conhecimento da Bíblia e a adoração em cânticos. Neste texto, Paulo nos ensina que a palavra de Cristo precede toda e qualquer prática, pois como cantaremos ou oraremos a um Deus cujo ensino ignoramos ou desprezamos? Só conhecemos a Cristo através de sua palavra.
No Salmo 119, Davi mostra quão valiosa são as Escrituras Sagradas. Ela deve ser o conteúdo da nossa adoração e deve habitar ricamente em nós. Habitar, diga-se de passagem, não é “ficar” por alguns momentos, mas é morar para sempre! A palavra de Cristo deve influenciar nossa vida constantemente. Segundo Warren Wiersbe, a palavra “habitar”, neste texto, significa “sentir-se em casa”. Todo cristão precisa ter familiaridade com a Palavra de Deus! A Palavra de Deus precisa achar guarida no coração daquele que o adora. Ela tem de se sentir em casa para transformar o que precisa ser transformado, mudar o que precisa ser mudado, restaurar o que precisa ser restaurado.    
Aquele que adora deve constantemente ser alimentado, edificado, transformado pela Palavra. Ela deve ser o alicerce da adoração e a direção do adorador. Os grandes cânticos cristãos foram escritos por homens e mulheres, que em sua maioria, eram profundos conhecedores da Palavra de Deus. Viviam a Palavra de Deus. Transpiravam a Palavra de Deus. Cantavam a Palavra de Deus. Enfim, tinham familiaridade com a Palavra de Deus. É assim que tem de ser!

Que os cânticos em nossas igrejas, cada vez menos cocem o ego dos adoradores, e cada dia mais, toquem o coração de Deus! 

Que a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, cada vez mais ache guarida, morada, “sinta-se em casa”, enfim, habite no coração de cada adorador. 

E que acima de tudo, o Senhor Jesus, seja sempre engrandecido por nós, em nossos cânticos!

Será que as palavras que usamos no louvor e na oração realmente importam? - Glenn Packiam




“Músicas de louvor” não são apenas “expressões de nossos corações para Deus”, são o molde daquilo que acreditamos sobre Deus. 
Nos primeiros 1600 anos, aproximadamente, poucas pessoas se aventuravam em escrever “suas próprias músicas” para o louvor congregacional. As primeiras orações e músicas da igreja eram Salmos (orações que eles haviam aprendido quando crianças judias) que falavam de Cristo. Por volta do final do século primeiro, vemos o surgimento de alguns credos surgirem, dos quais a maioria refletiam as palavras das cartas de Paulo. Mais tarde, quando mais músicas e liturgias surgiram, elas eram cuidadosamente trabalhadas por teólogos como João Crisóstomo, no século IV (cujas liturgias ainda são usadas pela Igreja Ortodoxa), e muito mais tarde, Lutero, no século XVI. Por muitos séculos após a Reforma, as músicas usadas para o louvor público tinham suas letras retiradas diretamente da Escritura. Hoje, somos mais tranqüilos com isso. Nós sentamos – e eu digo “nós” porque também sou culpado – e tentamos escrever músicas baseadas no que está em nosso coração, no que queremos dizer, no que a minha igreja quer cantar… o que, em geral, não tem problema, se tudo isso é submetido à questão principal – “O que é verdade a respeito de Deus?” – mas mesmo quando não é o caso, algumas pessoas insistem…

1 – “É o que está no coração que importa”
Diga isso para Nadabe e Abiú – você sabe, aqueles caras que ofereceram “fogo estranho” e foram fulminados em Números 3. Ou Uzá, o cara que caiu morto por apoiar a Arca, que estava caindo da carroça em que ela nunca deveria ter entrado, porque Davi não “buscou ao Senhor da forma correta.” Quando foi que chegamos à conclusão que Deus não se importa com a forma com que adoramos? Ou tudo que importa é o coração? E o que só confunde mais ainda a questão é a noção do que “coração” significa. Fomos moldados pela Era Romântica de tal forma que quando ouvimos “coração”, pensamos em “intenção” ou “desejo”. Mas nas Escrituras, o “coração” é o lugar da vontade. É de onde vem as ações. Mas a questão mais importante é: Você tem certeza de que as suas palavras e o seu coração são coisas separadas? Você é capaz de cantar palavras “ruins” mas tem um “bom” coração? Jesus pareceu deixar muito claro que  nossas palavras sempre falam do que está no coração. Talvez nossas palavras no louvor revelem o que nós realmente acreditamos sobre Deus nos nossos corações. Esse é o alvo de toda aquela coisa de Lex Orandi, Lex Credendi, Lex Vivendi. É a convicção de que a forma como acreditamos é a forma como vivemos. Não é só uma frase antiga em latim. Será que é coincidência que, junto do crescimento das “músicas de louvor popular”, vazias de significado e afastadas do conteúdo dos Credos e das Confissões históricas da igreja, também tenha surgido uma nova “religião”, conhecida como Deísmo Moralista Terapêutico [saiba mais aqui], que muitos pensam ser uma forma de “Cristianismo”? Será que nossos louvores e orações se tornaram tão genéricas que a maior parte do que cantamos pode ser facilmente cantado para Simba, o Rei Leão, ou, melhor ainda, a ‘Deusa’ Oprah?

A Bíblia também nos fala que nosso coração é desesperadamente mau. As Escrituras e os Credos e as Confissões históricas da igreja (que foram baseadas nas Escrituras, ou a base para a seleção do Canon da Escritura) são como aquelas hastes de metal fincadas ao lado de uma árvore em cresciment. Sem elas, nosso louvor fica torto.

2 – “O que realmente precisamos é que o Espírito aja”.
Quero perguntar imediatamente: “qual Espírito?” e “como você sabe que é Ele?”. O que essa afirmação pode revelar é uma fixação com alguma experiência. Mas os Cristãos não se reúnem para “experimentar Deus”, como se fossem algum tipo de seita. Nos reunimos para prestar atenção em Deus  – Sua presença nos sacramentos, Sua voz nas Escrituras, Seu Espírito em Seu povo – e prestar atenção uns nos outros -  nossos companheiros no caminho da cruz. Dizer que é tudo para Deus “mover” em um culto é deixar que no ar uma experiência subjetiva se Ele “moveu” ou não. Se não tomarmos cuidado, podemos pensar que, desde que tenhamos dançado/chorado/gritado/nos movido/etc, não importa se o que foi dito ou cantado foi de fato a verdade sobre o Pai, o Filho e o Espírito. Fazer isso é deixar que a experiência defina a verdade, ao invés de deixar que a verdade defina a experiência. É uma afirmação bizarra: “Eu sinto, logo, é verdade”. Ninguém falaria isso de verdade, mas as nossas ações talvez indiquem que estamos mais preocupados com “como é experimentar Deus” do que com “quem é o Deus da experiência”. Perdoe-me por ser um pouco duro, mas é como dizer “desde que o sexo seja bom, não me importo com quem seja”. E, de fato, esse parece ser o lema da nossa cultura. Mas se queremos ser a Noiva de Cristo, e não a Prostituta da Babilônia, não podemos qualificar um culto cheio de teologia barata por quanto ele nos fez sentir bem.Nosso louvor deve começar com a pergunta “O que é verdadeiro sobre Deus?”, não “O que eu quero/preciso/espero sentir?”

Ah, e falando nisso, todas as vezes em que o Povo de Deus se reúne em nome de Cristo, o Espírito de Deus está lá. Vocês são o Templo do Espírito Santo. Ele está presente quando nos reunimos. A prática de nos reunirmos semanalmente para adorar é para aprender a prestar mais atenção no Pai, no Filho e no Espírito Santo, não para ter uma experiência coletiva.

3 – “Precisamos ser livres para nos expressarmos de nossa própria forma”
Resistindo à necessidade de me referir novamente a Nadabe e Abiú, vou dizer, ao invés disso, que você é livre para fazer um monte de coisas. Você é livre para adorar um falso deus, se quiser. Você é livre, como Adão e Eva eram, para tentar ser como um deus, ao invés de ser um refletor da Imagem de Deus.

“Liberdade” é outra palavra complicada, deturpada pela Era Romântica e pela Revolução Americana. “Liberdade”, no sentido mais americano, é bem diferente na “Liberdade em Cristo”. Jesus não morreu para nos dar liberdade de expressão; Ele morreu para nos libertar do jugo do pecado e da morte que agia sobre nós. Nossa cultura tem idolatrado a autonomia e chamado isso de “liberdade”. Nós gostamos de inovações e não de imitações porque inovação é uma expressão de independência, e imitação é prova de dependência. Mas o louvor bíblico não tem nada com os arrogantes e os independentes. Se você insiste em tornar o louvor em algo sobre “se expressar”, você vai se sentir mais à vontade com o Bezerro de Ouro do que com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Afinal, o Bezerro de Ouro era uma imagem com que Israel estava familiarizada, uma “expressão de adoração” que eles conheciam, e que fazia sentido para eles. Você não pode moldar YAWEH à sua imagem; você é moldado à imagem dEle, e isso é o porquê de haver uma “maneira correta” de adorá-Lo. É necessária alguma humildade para dizer “eu realmente não sei como adorar”. É necessária alguma humildade para pedir, como os discípulos fizeram, “Senhor, ensina-nos a orar”. E então ouvir as palavras do Pai Nosso e deixar que essas palavras moldem a linguagem da nossa oração. Nós podemos orar nossas próprias orações e escrever nossas próprias músicas? Claro. Mas faríamos bem se deixássemos a nossa linguagem ser moldada primeiro pelos Salmos e pelas Escrituras.

Quando crianças, aprendemos a falar por ouvir. Nossa mãe ou nosso pai falam “bola”, e nós vemos sua boca se mexer e tentamos repetir. Aí falamos junto com eles. Logo, estamos falando por conta própria. Mas não “com as nossas próprias palavras”. Isso seria bobagem. Nós falamos as palavras que falaram para nós. Assim, no louvor e na oração: fale, cante e ore a Palavra que lhe foi falada. Ou, como Paulo escreveu, “habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração.” Colossenses 3.16

sábado, 26 de fevereiro de 2011

PECADO TRAZ CONSEQUÊNCIAS



"A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos. A filha de Sião é deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinal, como cidade sitiada. Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra." (Isaías 1.7-9)


O pecado sempre traz consequências. Israel, o reino do norte, já sentia o peso do julgamento. Soldados do exército assírio ocupavam suas cidades. Os poucos sobreviventes eram escravizados e expatriados.

A Assíria também se aproximava de Judá. As fronteiras ao norte já estavam cercadas, mas nem assim o aviso de Deus era ouvido pelo reino do sul. A vizinhança de Jerusalém experimentava um duro destino: “suas cidades... destruídas a fogo; seus campos.... tomados por estrangeiros...”.

Diante desse quadro dramático, Isaías relembra a história de Sodoma e Gomorra, cidades que ilustram o julgamento de Deus contra o pecado e que, num segundo plano, atestam sua misericórdia na preservação de um remanescente. Israel já estava arruinado, como Sodoma e Gomorra. Mas, assim como poupou a vida de Ló ao destruir as duas cidades (Gênesis 18 – 19), o Senhor havia poupado alguns dos cidadãos de Judá, que agora lembravam ao restante da nação a urgente necessidade de arrependimento.

Nossos dias também são marcados por decadência moral e espiritual. Como os poucos sobreviventes de Judá, nós também somos chamados a atestar o juízo e a misericórdia de Deus, e a convidar pecadores ao arrependimento.

Que o o Senhor Deus, nos ajude a honrá-lo e a testemunhar ao mundo pecador a urgente necessidade de arrependimento. Amém.

Cristianismo sem Cristo - Michael Horton

Cristianismo sem Cristo from iPródigo on Vimeo.


Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que Deus quer?


Oi galera!
E ai? tudo certo?
Primeiro quero agradecer a todos pelas orações e apoio semana passada! Realmente, foi uma semana difícil! E todos temos semanas difíceis, não é mesmo?
E aquelas semanas onde vc passa dia e noite perguntando: Deus o que VC quer? qual é a Tua vontade pra minha vida?
Observo muitas pessoas buscando a vontade de Deus, querendo fazer aquilo que Ele quer, aquilo que é a vontade dEle.  Em muitas decisões, muitos problemas, e dias difíceis, buscamos a orientação de Deus!
Agora nesse final de ano, comecei a ter muitos questionamentos, comecei a me perguntar: qual é a vontade de Deus na minha vida? O que Deus quer de mim em 2010?
Pensando nessas perguntas e tentando achar respostas, Deus me mostrou em Sua própria palavra, o que Ele quer, qual é a vontade dEle.
o que DEUS quer O que Deus quer?
“ E o que exijo de vocês é claro como a luz do sol.  Eu quero que vocês me amem e não que me ofereçam sacrifícios; em vez de me trazer ofertas queimadas, eu prefiro que o meu povo me obedeça.”  (Oséias 6:5b e 6)
“ O que é que eu levarei quando for adorar ao Deus Eterno? O que oferecerei ao Altíssimo Deus? Será que deverei apresentar a Deus bezerros de um ano para serem completamente queimados? Será que o Deus Eterno ficará contente se eu oferecer milhares de carneiros ou milhares e milhares de rios de azeite? Será que deverei oferecer o meu filho mais velho como sacrifício para pagar os meus pecados e as minhas maldades?  O Deus Eterno já nos mostrou o que é bom, Ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus.” (Miquéias 6:6-8)
A vontade de Deus é muito clara, tanto quanto a luz do sol, como Ele mesmo diz:
1. Amar a Deus
o que o SENHOR quer O que Deus quer?
Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” (Marcos 12:30)
Ok, todo mundo sabe esse versículo de cor, certo?
Mas e na prática? Amar a Deus com toda a alma, mente e coração significa amar a Deus com tudo o que vc é! Com tudo o que vc tem! Jesus não nos fala pra amar a Deus somente com nossos corações ou somente com nossas forças!
Deus nos fez seres completos e pra Ele, importa que o amemos da mesma forma, ou seja,  por inteiro. Ele pede que O amemos por completo, entrega total!
*alma e coração: Coração, na linguagem bíblica, significa o centro da vontade, dos sentimentos. Um coração que crê e ama a Deus não se prende em sua própria vontade, mas sujeita-se a vontade de Deus.
A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices.” Salmos 19:7
É na alma que temos as emoções, sentimentos, onde tomamos decisões, fazemos escolhas. Amar a Deus com a alma é colocar teus sentimentos, emoções, escolhas, decisões, pensamentos, ideias, planos, sonhos, debaixo da vontade dEle, é entregar tudo isso pra Ele! Se vc passa a amar a Deus com a tua alma, essas coisas não te pertencem mais, porque vc coloca DEUS em primeiro lugar. Ele que vai tomar conta do teu pensamento, Ele que vai guiar teus projetos e teus sonhos!
Então dali buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” Deuteronômio 4:29
*mente: algumas versões trazem como entendimento, ou até mesmo inteligência.
“Confie no Deus Eterno de todo o coração e não se apóie na sua própria inteligência.” Provérbios 3:5
Aquele que ama a Deus, não se apóia em sua própria inteligência, seus próprios pensamentos, nem mesmo sua lógica.
O que ocupa a tua mente?
Por último, meus irmãos e minhas irmãs, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente” (Filipenses 4:8)
Ocupem a mente de vcs com pensamentos que agradem a Deus! Pensamentos ligados a Ele! Ame ao Senhor com toda a tua mente! Coloque-O em primeiro lugar no teu pensamento!
*forças: A nossa vida não é como um mar de rosas. Passamos por muitos problemas, muitas dificuldades que nos entristecem e nos fazem querer desistir de tudo. Mas Deus nos pediu que o amassássemos com todas as nossas forças, porque Ele sabia desses dias ruins, dos momentos de fraqueza, de angústia. Porque quando vc não tem mais onde se agarrar, Ele quer que vc se agarre nEle! Com toda a tua força! Deposite as tuas forças em Deus.
“Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” – Filipenses 4:13
“O SENHOR é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; assim o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei.” – Salmos 28:7
“Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque o SENHOR DEUS é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação.” – Isaías 12:2
Resumindo: Deus quer que O amemos com TUDO! Tudo o que temos e somos! Não somente com a razão, mas também com a emoção! O ser humano só é capaz de amar quem ele conhece. Não amamos quem não conhecemos. E amor, vem com o tempo. Assim, para amar a Deus vc precisa passar tempo com Ele, conhecê-lo. E como vc vai fazer isso? Estudando a Bíblia. Não apenas lendo, mas estudando mesmo. Conhecendo mais e mais de Deus. Não apenas com a Bíblia vc aprende sobre Deus, mas também com as circunstâncias que vc passa e com as pessoas que te ensinam, mas tudo sempre vai apontar para a Palavra de Deus!
Então:
Vc conhece à Deus –> vc ama a Deus!
2. Amar uns aos outros
ame ao proximo O que Deus quer?
“…amarás o teu próximo como a ti mesmo…” Marcos 12:31
É incrível como podemos ter a definição de amor na própria Bíblia! Aqueles famosos versículos que todo mundo gosta de repetir, mas que poucos de fato o colocam em prática. Gosto da Bíblia na versão de hoje, porque ela não dá a definição de amor em si, mas na prática, com a definição de quem ama:
“Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.” – I Coríntios 13:4-7
Eu sei que muitos gostam de aplicar esses versículos em relacionamentos românticos. Mas o amor, vai muito além disso! Quem é o teu próximo?
O teu próximo é qualquer pessoa na face da terra! As pessoas que são da tua família, as pessoas que estão na tua igreja, no teu trabalho, enfim, todas as que conhecem e também as que não conhecem o amor de Jesus. Com a tua vida, com o teu amor, vc pode demonstrar o amor de Jesus, na vida de outros.
Ok, como já falei, vc só ama quem vc conhece. Mas se Jesus deixou um mandamento de amar ao próximo como a mim mesmo, o que isso significa?
Significa que vc tbm deve conhecer o teu próximo. Saber quem ele é, o que ele precisa, quais são suas dificuldades, necessidades. Amor é atitude. Então, pense por uns minutos, de que forma vc poderia demonstrar amor ao teu próximo?
Essa é uma das áreas que Deus tem trabalhado na minha vida ultimamente. Ele tem me mostrado que o mundo não gira ao redor do meu umbigo e que tem pessoas, com necessidades, físicas, emocionais e espirituais ao meu redor. A cada dia aprendo a demonstrar amor, de diversas formas. Posso ajudar mais na igreja, posso ajudar mais em casa, posso dar uma palavra de conforto a um colega de trabalho, posso dar dinheiro a um amigo que acabou de ser demitido, posso ser mais carinhosa com meus pais, com a minha irmã, posso dar comida a quem tem fome…
Enfim, amar ao próximo como a ti mesmo resume-se nas palavras de Jesus:
“Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas.”  Mateus 7:12
Portanto:
“Não fiquem devendo nada a ninguém. A única dívida que vocês devem ter é a de amar uns aos outros. Quem ama os outros está obedecendo à lei.” Romanos 13:8
Aguardem! Esse não é o fim!
Patrícia Geiger

Por que a Graça é bem Sucedida? Abraham Booth



A graça é bem sucedida devido Cristo ser quem é

Nossa salvação é perfeitíssima, porque Jesus Cristo é singularíssimo. Precisamos prestar cuidadosa atenção para compreender Suas naturezas. Cristo tinha duas naturezas, ainda que fosse uma só pessoa. Ele era Deus e homem. O fato dEle ser único neste sentido, é a razão por que a redenção que Ele obteve e oferece gratuitamente é perfeitíssima.

Ele tinha que ser verdadeiro homem. Originalmente a lei de Deus foi dada para os seres humanos a obedecerem, assim alguém poderia mostrar que uma pessoa seria capaz de cumpri-la com sucesso. Adão fracassou. Cristo, porém, foi bem sucedido. Ele nunca falhou em agradar ao Seu Pai. E o cumprimento da lei por Cristo foi aceitável porque Ele era verdadeiro homem. Se Ele fosse um anjo, não teria sido provado que um homem poderia cumprir a lei de Deus. Foi Adão — um homem — que pecou. Por isso, Cristo — um homem — precisava agora oferecer completa obediência. Além disso, a natureza humana de Cristo precisava estar ligada à natureza de nossos primeiros pais. Não seria adequado, se Sua natureza humana fosse repentinamente criada a partir do nada, porque, então, Ele não estaria ligado àqueles a quem veio salvar. O direito de redenção pertence somente a um parente próximo (Lev. 25:48-49).

Por outro lado, é igualmente importante que Sua natureza humana estivesse livre do pecado. Se Ele tivesse sido maculado, mesmo no mínimo grau, pela pecaminosidade que herdamos, então Ele não teria podido guardar a lei de Deus, como também nós não podemos. Como Deus é sábio! Não obstante ter sido necessário ao Salvador nascer de uma mulher, Ele foi concebido de tal maneira que ficou livre da culpa de Adão (Mat. 1:20). Cristo tomou aquela natureza pela qual veio o pecado (em Adão) sem qualquer pecaminosidade inerente nessa natureza.

Era também absolutamente necessário que o Salvador fosse Deus tanto quanto homem. Nós humanos temos de obedecer a Deus, porque dependemos dEle para tudo. Assim, nossa necessidade de obedecer decorre de nossa dependência. Desde que somos totalmente dependentes dEle, precisamos ser totalmente obedientes a Ele. Parte alguma de nós é independente de Deus e, portanto, disponível para obedecer a Deus no interesse de outrem. Toda nossa obediência deve ser apenas em nosso favor. Somente uma pessoa sem necessidade de obedecer a Deus por causa de si mesma, pode obedecer a Deus em favor de outros. Portanto, nosso Salvador deve ser Deus e não dependente de Deus como nós. Só uma pessoa divina que não seja dependente de qualquer outra pessoa, pode praticar atos de obediência desnecessários para ela mesma, e por isso disponíveis em favor de outros.

O pecado é um dano infinito. A maldade de qualquer ato mau é medida pela importância da lei que ele quebra. E a importância de qualquer lei está em proporção com a delicadeza e o status da pessoa que a formula. Portanto, desde que Deus possui beleza infinita, status e autoridade, Suas leis são de importância infinita e devemos obedecê-las inteiramente. Nossa desobediência é infinitamente criminosa. Consequentemente, nosso pecado merece punição infinita. Assim, quem seria capaz de suportar o peso de uma ira infinitamente divina sobre pecados infinitamente perversos, a não ser um Salvador infinitamente divino? Jesus precisa ser Deus tanto quanto homem, para ser um Salvador adequado. E, finalmente, nosso Salvador precisa ser Deus e homem ao mesmo tempo. Ele é o mediador entre Deus e o homem, entre o Soberano ofendido e o pecador ofensor. Se Jesus fosse apenas divino, Ele não poderia representar o povo. Se Jesus fosse apenas homem, não poderia interceder junto a Deus. Só a condição de deidade estaria alta demais para os seres humanos; só a condição de humanidade estaria baixa demais para Deus. Jesus precisava reunir as duas condições simultaneamente para ser a pessoa intermediária, ligando Deus e os seres humanos.

Para cumprir Seus deveres de sacerdote, profeta e rei, Jesus precisava ser tanto Deus como homem.

1. Como sacerdote, Ele precisava ter algo a oferecer (Heb. 8:3). Mas, apenas como divino Ele não teria coisa alguma a oferecer a Deus. Cristo, portanto, teria de ser um homem a fim de possuir uma perfeita humanidade para oferecer. Entretanto, como mero homem, Ele não teria autoridade para dar a Sua vida e tornar a tomá-la. Cristo, portanto, para ter essa autoridade, precisava ser Deus. Ele morreu por causa da pecaminosidade infinita e, por isso, o oferecimento de Sua humanidade deve ter status infinito para ser adequada. Esse status só podia proceder de Sua divindade.

2.      Como profeta, Ele precisava ser Deus para poder conhecer a mente de Deus e compreender a diversidade daqueles que, em cada época e nação, necessitariam do Seu ensino. Todavia a fim de revelar a vontade de Deus em Sua vida por modos compreen¬síveis aos homens, Ele precisava ser homem.

3.      Como rei, Cristo precisava ser Deus para tornar-Se o Senhor de nossas consciências, o Cabeça da Igreja, o Doador da vida eterna aos Seus seguidores e o Juiz de todos. Contudo, Ele necessitava também de ser homem porque, sem essa condição, Ele não podia ser o Cabeça da mesma natureza do corpo ao qual está unido, nem compadecer-Se dos Seus súditos, como Ele fez — e faz.

Podemos, portanto, ter a mais plena convicção na excelência da obra de Cristo como Redentor, porque Ele está excelentemente equipado para essa tarefa pela Sua pessoa singular com duas naturezas. A salvação que um tal excelente Salvador oferece graciosamente, deve ser a melhor que pode haver. A graça reina!

Diante de tudo isso, que o leitor admire e adore o amor e a sabedoria de Deus! E que ele note quão sério é negar que Cristo é verdadeiramente Deus ou que é verdadeiramente homem. Ambas as negações destroem a Sua excelência como verdadeiro Mediador entre Deus e os crentes. Tanto a deidade como a humanidade de Cristo são essenciais à correta compreensão de toda a Sua obra salvadora.

Oxalá os pecadores corressem para esse Salvador tão adequado! Confiem nEle como poderoso para salvar; olhem para Ele para receberem instrução na verdade; esperem Sua proteção como Rei; rendam obediência a Ele; cultuem-nO, pois Ele é sobre todos, Deus bendito para sempre. Pela Sua excelência, a excelência da graça de Deus é revelada.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O que diferencia a igreja de um museu? - Darrin Patrick



Fonte: http://naomordamaca.com/

Seguindo a Deus de Perto – A. W. Tozer



“A minha alma apega-se a ti: a tua destra me ampara” (Sl 63:8.).


O evangelho nos ensina a doutrina da graça preveniente, que significa simplesmente que, antes de um homem poder buscar a Deus, Deus tem que buscá-lo primeiro.
Para que o pecador tenha uma idéia correta a respeito de Deus, deve receber antes um toque esclarecedor em seu íntimo; que, mesmo que seja imperfeito, não deixa de ser verdadeiro, e é o que desperta nele essa fome espiritual que o leva à oração e à busca.
Procuramos a Deus porque, e somente porque, Ele primeiramente colocou em nós o anseio que nos lança nessa busca. “Ninguém pode vir a mim”, disse o Senhor Jesus, “se o Pai que me enviou não o trouxer” (Jo 6:44), e é justamente através desse trazer preveniente, que Deus tira de nós todo vestígio de mérito pelo ato de nos achegarmos a Ele. O impulso de buscar a Deus origina-se em Deus, mas a realização do impulso depende de O seguirmos de todo o coração. E durante todo o tempo em que O buscamos, já estamos em Sua mão: “... o Senhor o segura pela mão” (Sl 37:24.).
Nesse “amparo” divino e no ato humano de “apegar-se” não há contradição. Tudo provém de Deus, pois, segundo afirma Von Hügel, Deus é sempre a causa primeira. Na prática, entretanto (isto é, quando a operação prévia de Deus se combina com uma reação positiva do homem), cabe ao homem a iniciativa de buscar a Deus. De nossa parte deve haver uma participação positiva, para que essa atração divina possa produzir resultados em termos de uma experiência pessoal com Deus. Isso transparece na calorosa linguagem que expressa o sentimento pessoal do salmista no Salmo 42: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei e me verei perante a face de Deus?” E um apelo que parte do mais profundo da alma, e qualquer coração anelante pode muito bem entendê-lo.
A doutrina da justificação pela fé — uma verdade bíblica, e uma bênção que nos liberta do legalismo estéril e de um inútil esforço próprio — em nosso tempo tem-se degenerado bastante, e muitos lhe dão uma interpretação que acaba se constituindo um obstáculo para que o homem chegue a um conhecimento verdadeiro de Deus. O milagre do novo nascimento está sendo entendido como um processo mecânico e sem vida. Parece que o exercício da fé já não abala a estrutura moral do homem, nem modifica a sua velha natureza. É como se ele pudesse aceitar a Cristo sem que, em seu coração, surgisse um genuíno amor pelo Salvador. Contudo, o homem que não tem fome nem sede de Deus pode estar salvo? No entanto, é exatamente nesse sentido que ele é orientado: conformar-se com uma transformação apenas superficial.
Os cientistas modernos perderam Deus de vista, em meio às maravilhas da criação; nós, os crentes, corremos o perigo de perdermos Deus de vista em meio às maravilhas da Sua Palavra. Andamos quase inteiramente esquecidos de que Deus é uma pessoa, e que, por isso, devemos cultivar nossa comunhão com Ele como cultivamos nosso companheirismo com qualquer outra pessoa. É parte inerente de nossa personalidade conhecer outras personalidades, mas ninguém pode chegar a um conhecimento pleno de outrem através de um encontro apenas. Somente após uma prolongada e afetuosa convivência é que dois seres podem avaliar mutuamente sua capacidade total.
Todo contato social entre os seres humanos consiste de um reconhecimento de uma personalidade para com outra, e varia desde um esbarrão casual entre dois homens, até a comunhão mais íntima de que é capaz a alma humana. O sentimento religioso consiste, em sua essência, numa reação favorável das personalidades criadas, para com a Personalidade Criadora, Deus. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste".
Deus é uma pessoa, e nas profundezas de Sua poderosa natureza Ele pensa, deseja, tem gozo, sente, ama, quer e sofre, como qualquer outra pessoa. Em seu relacionamento conosco, Ele se mantém fiel a esse padrão de comportamento da personalidade. Ele se comunica conosco por meio de nossa mente, vontade e emoções.
O cerne da mensagem do Novo Testamento é a comunhão entre Deus e a alma remida, manifestada em um livre e constante intercâmbio de amor e pensamento.
Esse intercâmbio, entre Deus e a alma, pode ser constatado pela percepção consciente do crente. É uma experiência pessoal, isto é, não vem através da igreja, como Corpo, mas precisa ser vivida, por cada membro. Depois, em conseqüência dele, todo o Corpo será abençoado. E é uma experiência consciente: isto é, não se situa no campo do subconsciente, nem ocorre sem a participação da alma (como, por exemplo, segundo alguns imaginam, se dá com o batismo infantil), mas é perfeitamente perceptível, de modo que o homem pode “conhecer” essa experiência, assim como pode conhecer qualquer outro fato experimental.
Nós somos em miniatura, (excetuando os nossos pecados) aquilo que Deus é em forma infinita. Tendo sido feitos a Sua imagem, temos dentro de nós a capacidade de conhecê-lO. Enquanto em pecado, falta-nos tão-somente o poder. Mas, a partir do momento em que o Espírito nos revivifica, dando-nos uma vida regenerada, todo o nosso ser passa a gozar de afinidade com Deus, mostrando-se exultante e grato. Isso é este nascer do Espírito sem o qual não podemos ver o reino de Deus. Entretanto, isso não é o fim, mas apenas o começo, pois é a partir daí que o nosso coração inicia o glorioso caminho da busca, que consiste em penetrar nas infinitas riquezas de Deus. Posso dizer que começamos neste ponto, mas digo também que homem nenhum já chegou ao final dessa exploração, pois os mistérios da Trindade são tão grandes e insondáveis que não têm limite nem fim.
Encontrar-se com o Senhor, e mesmo assim continuar a buscá-lO, é o paradoxo da alma que ama a Deus. É um sentimento desconhecido daqueles que se satisfazem com pouco, mas comprovado na experiência de alguns filhos de Deus que têm o coração abrasado. Se examinarmos a vida de grandes homens e mulheres de Deus, do passado, logo sentiremos o calor com que buscavam ao Senhor. Choravam por Ele, oravam, lutavam e buscavam-nO dia e noite, a tempo e fora do tempo, e, ao encontrá-lO, a comunhão parecia mais doce, após a longa busca. Moisés usou o fato de que conhecia a Deus como argumento para conhecê-lO ainda melhor. “Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o Teu caminho, para que eu Te conheça, e ache graça aos Teus olhos” (Ex 33:13). E, partindo daí, fez um pedido ainda mais ousado: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Ex 33:18). Deus ficou verdadeiramente alegre com essa demonstração de ardor e, no dia seguinte, chamou Moisés ao monte, e ali, em solene cortejo, fez toda a Sua glória passar diante dele.
A vida de Davi foi uma contínua ânsia espiritual. Em todos os seus salmos ecoa o clamor de uma alma anelante, seguido pelo brado de regozijo daquele que é atendido. Paulo confessou que a mola-mestra de sua vida era o seu intenso desejo de conhecer a Cristo mais e mais. “Para O conhecer” (Fp 3:10), era o objetivo de seu viver, e para alcançar isso, sacrificou todas as outras coisas. “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor: por amor do qual perdi todas as cousas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3:8).
Muitos hinos evangélicos revelam este anelo da alma por Deus, embora a pessoa que canta, já saiba que o encontrou. Há apenas uma geração, nossos antepassados cantavam o hino que dizia: “Verei e seguirei o Seu caminho”; hoje não o ouvimos mais entre os cristãos. É uma tragédia que, nesta época de trevas, deixemos só para os pastores e líderes a busca de uma comunhão mais íntima com Deus. Agora, tudo se resume num ato inicial de “aceitar” a Cristo (a propósito, esta palavra não é encontrada na Bíblia), e daí por diante não se espera que o convertido almeje qualquer outra revelação de Deus para a sua alma. Estamos sendo confundidos por uma lógica espúria que argumenta que, se já encontramos o Senhor, não temos mais necessidade de buscá-lO. Esse conceito nos é apresentado como sendo o mais ortodoxo, e muitos não aceitariam a hipótese de que um crente instruído na Palavra pudesse crer de outra forma. Assim sendo, todas as palavras de testemunho da Igreja que significam adoração, busca e louvor, são friamente postas de lado. A doutrina que fala de uma experiência do coração, aceita pelo grande contingente dos santos que possuíam o bom perfume de Cristo, hoje é substituída por uma interpretação superficial das Escrituras, que sem dúvida soaria como muito estranha para Agostinho, Rutherford ou Brainerd.
Em meio a toda essa frieza existem ainda alguns — alegro-me em reconhecer — que jamais se contentarão com essa lógica superficial. Talvez até reconheçam a força do argumento, mas depois saem em lágrimas à procura de algum lugar isolado, a fim de orarem: “Ó Deus, mostra-me a tua glória”. Querem provar, ver com os olhos do íntimo, quão maravilhoso Deus é.
Ë meu propósito instilar nos leitores um anseio mais profundo pela presença de Deus. É justamente a ausência desse anseio que nos tem conduzido a esse baixo nível espiritual que presenciamos em nossos dias. Uma vida cristã estagnada e infrutífera é resultado da ausência de uma sede maior de comunhão com Deus. A complacência é inimigo mortal do crescimento cristão. Se não existir um desejo profundo de comunhão, não haverá manifestação de Cristo para o Seu povo. Ele espera que o procuremos. Infelizmente, no caso de muitos crentes, é em vão que essa espera se prolonga.
Cada época tem suas próprias características. Neste exato instante encontramo-nos em um período de grande complexidade religiosa. A simplicidade existente em Cristo raramente se acha entre nós. Em lugar disso, vêem-se apenas programas, métodos, organizações e um mundo de atividades animadas, que ocupam tempo e atenção, mas que jamais podem satisfazer à fome da alma. A superficialidade de nossas experiências íntimas, a forma vazia de nossa adoração, e aquela servil imitação do mundo, que caracterizam nossos métodos promocionais, tudo testifica que nós, em nossos dias, conhecemos a Deus apenas imperfeitamente, e que raramente experimentamos a Sua paz.
Se desejamos encontrar a Deus em meio a todas as exteriorizações religiosas, primeiramente temos que resolver buscá-Lo, e daí por diante prosseguir no caminho da simplicidade. Agora, como sempre o fez, Deus revela-Se aos pequeninos e se oculta daqueles que são sábios e prudentes aos seus próprios olhos. É mister que simplifiquemos nossa maneira de nos aproximar dEle. Urge que fiquemos tão-somente com o que é essencial (e felizmente, bem poucas coisas são essenciais). Devemos deixar de lado todo esforço para impressioná-lO e ir a Deus com a singeleza de coração da criança. Se agirmos dessa forma, Deus nos responderá sem demora.
Não importa o que a Igreja e as outras religiões digam. Na realidade, o que precisamos é de Deus mesmo. O hábito condenável de buscar “a Deus e” é que nos impede de encontrar ao Senhor na plenitude de Sua revelação. É no conectivo “e” que reside toda a nossa dificuldade. Se omitíssemos esse “e”, em breve acharíamos o Senhor e nEle encontraríamos aquilo por que intimamente sempre anelamos.
Não precisamos temer que, se visarmos tão-somente a comunhão com Deus, estejamos limitando nossa vida ou inibindo os impulsos naturais do coração. O oposto é que é verdade. Convém-nos perfeitamente fazer de Deus o nosso tudo, concentrando-nos nEle, e sacrificando tudo por causa dEle.
O autor do estranho e antigo clássico inglês, The Cloud of Unknowing (A nuvem do desconhecimento), dá-nos instruções de como conseguir isso. Diz ele: “Eleve seu coração a Deus num impulso de amor; busque a Ele, e não Suas bênçãos. Daí por diante, rejeite qualquer pensamento que não esteja relacionado com Deus. E assim não faça nada com sua própria capacidade, nem segundo a sua vontade, mas somente de acordo com Deus. Para Deus, esse é o mais agradável exercício espiritual”.
Em outro trecho, o mesmo autor recomenda que, em nossas orações, nos despojemos de todo o empecilho, até mesmo de nosso conhecimento teológico. “Pois lhe basta a intenção de dirigir-se a Deus, sem qualquer outro motivo além da pessoa dEle.” Não obstante, sob todos os seus pensamentos, aparece o alicerce firme da verdade neotestamentária, porquanto explica o autor que, ao referir-se a “ele”, tem em vista “Deus que o criou, resgatou, e que, em Sua graça, o chamou para aquilo que você agora é”. Este autor defende vigorosamente a simplicidade total: “Se desejamos ver a religião cristã resumida em uma única palavra, para assim compreendermos melhor o seu alcance, então tomemos uma palavra de uma sílaba ou duas. Quanto mais curta a palavra, melhor será, pois uma palavra menor está mais de acordo com a simplicidade que caracteriza toda a operação do Espírito. Tal palavra deve ser ou Deus ou Amor”.
Quando o Senhor dividiu a terra de Canaã entre as tribos de Israel, a de Levi não recebeu partilha alguma. Deus disse-lhe simplesmente: “Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel” (Nm 18:20), e com essas palavras tornou-a mais rica que todas as suas tribos irmãs, mais rica que todos os reis e rajás que já viveram neste mundo. E em tudo isto transparece um princípio espiritual, um princípio que continua em vigor para todo sacerdote do Deus Altíssimo.
O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa — Deus — de maneira pura, legítima e eterna.
Ó Deus, tenho provado da Tua bondade, e se ela me satisfaz, também aumenta minha sede de experimentar ainda mais. Estou perfeitamente consciente de que necessito de mais graça. Envergonho-me de não possuir uma fome maior. Ó Deus, ó Deus trino, quero buscar-Te mais; quero buscar apenas a Ti; tenho sede de tornar-me mais sedento ainda. Mostra-me a Tua glória, rogo-Te, para que assim possa conhecer-Te verdadeiramente. Por Tua misericórdia, começa em meu íntimo uma nova operação de amor. Diz à minha alma: “Levanta-te, querida minha, formosa minha, e vem” (Ct 2:10). E dá-me graça para que me levante e te siga, saindo deste vale escuro onde estou vagueando há tanto tempo. Em nome de Jesus. Amém.

A Experiência da Presença de Deus – M. Lloyd-Jones




. . .precisamos dar-nos conta de que estamos na presença de Deus. Que significa isso? Significa a percepção de algo de quem Deus é e do que Ele é. Antes de começar a proferir palavras, devemos sempre • proceder assim. Devemos dizer-nos a nós mesmos: «Estou entrando agora na sala de audiências daquele Deus,  o Todo-poderoso,   o  absoluto, o eterno e grande Deus, com todo o Seu poder, força e majestade, aquele Deus que é fogo consumidor, aquele Deus que é luz, e não há nele treva nenhuma, aquele perfeito, absoluto e Santo Deus. É isso que estou fazendo» . . . Mas, acima de tudo, nosso Senhor insiste em que devemos aperceber-nos de que, além de tudo aquilo, Ele é nosso Pai. . .

Oh, que compreendamos essa verdade! Se tão-somente entendêssemos que este Deus onipotente é nosso Pai mediante o Senhor Jesus Cristo! Se tão-somente compreendêssemos que . . .toda vez que oramos é como um filho dirigindo-se a seu pai! Ele sabe todas as coisas que nos dizem respeito; Ele conhece cada uma de nossas necessidades antes que Lhas contemos. . . Ele deseja abençoar-nos muitíssimo mais do que desejamos ser abençoados. Ele tem opinião formada a nosso respeito, Ele tem um plano e um programa para nós, Ele tem uma ambição a favor de nós, digo-o com reverência, uma inspiração que transcende o nosso mais elevado pensamento e imaginação. . .

Ele cuida de nós. Ele já contou os cabelos de nossa cabeça. Ele disse que nada nos pode suceder fora dEle. Depois, é preciso que lembremos o que Paulo declara tão gloriosamente em Efésios 3. Ele é «poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos,, ou pensamos».Esse é o verdadeiro conceito da oração, diz Cristo. Não se trata de ir fazer girar a roda de orações. Não basta contar as contas. Não diga: «Devo passar horas em oração; decidi-me a fazê-lo e tenho que fazê-lo» . . . Temos que despojar-nos dessa noção matemática da oração. O que devemos fazer, antes de tudo, é dar-nos conta de quem é Deus, do que Ele é, e de nossa relação com Ele.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

SEM CRUZ, NÃO HÁ MINISTÉRIO!




“Uma cruz santificada é melhor do que um conforto não santificado. A perda na misericórdia é melhor do que o deleite na ira. " (Samuel Bolton).

O ministério pastoral precisa ser encarado na dimensão do sofrimento. Afinal de contas, bebemos o cálice do Senhor e fomos batizados com o mesmo batismo que ele o foi, segundo texto de Marcos 10. Na realidade, sofremos por cumprimento expresso da vontade de Deus em nossas vidas, uma vez que não consigo mensurar um ministério que não tenha uma reserva de renúncia e sofrimento.

É inadmissível encararmos o conceito de um ministério (não apenas pastoral, mas toda e qualquer expressão de serviço no Reino de Deus) que não esteja antenado com aquilo que eu chamo de “escravidão sob as consciências alheias”. No texto clássico sobre esse assunto, o apóstolo Paulo escrevendo à complicada igreja de Corinto fez questão de informar-lhes que o ministério que ele desenvolveu entre eles foi como de alguém que está imbuído de uma “mordomia” (do grego oikonomos).

I Coríntios 9:16-17
16 - Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!
17 - E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.

Cabe aqui uma citação a guisa de comentário desses versos do reformador João Calvino: “O homem, uma vez chamado, deve pôr indelevelmente em sua cabeça que ele não é mais livre para retroceder, quando bem lhe convir, se porventura as frustrações arrebentarem seu coração, ou as tribulações o esmagarem; porquanto ele está dedicado ao Senhor e à Igreja, e se acha firmemente amarrado por um laço sagrado, o qual lhe seria pecaminoso desamarrar.”.

O ministério precisa dos melhores homens, já disse Spurgeon aos seus alunos, e esse é um fato incontestável! Não dá para conviver no ministério com gente fraca, ensimesmada e refém das novidades mercadológicas, sobretudo em contextos de “movimentos de crescimento de igrejas” onde a regra é fazer de tudo para agradar aos homens, e não a Deus. Para estes, o apóstolo Paulo mais uma vez deve ser citado:

Gálatas 1:10
10 - Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.

Eu sonho com o tempo em que nossas denominações serão livres de obreiros interessados apenas em si mesmos, que ainda não passaram pelo teste do tempo maduro, e que, pelo contrário estão sempre em busca da supremacia do poder pela “meritocracia” e não pelos favores oriundos da Graça de Deus. Quem não passou ainda pela morte do seu eu na cruz não pode transitar pelos limites altos do sobrenatural, fica “patinando” aqui em baixo com um ministério puramente firmado em suas opiniões pessoais.

Em outras palavras, a minha tese a ser exposta é que, se o ministério pastoral ou eclesiástico no sentido mais abrangente da palavra não reunir homens e mulheres que não queiram “viver de brisa”, mas sim que se submetem a passar pela moenda do sofrimento, sem ignorar a verdade de que, mais cedo ou mais terá de encarar muitas “noites sombrias da alma”, onde na maioria das vezes estarão sozinhos, mas nunca desamparados, pois o Senhor não abandona os seus soldados feridos, e como diz uma música, ele não os deixa morrer!

PS. Esse artigo é uma homenagem aos verdadeiros pastores que eu conheci, sendo que os que mais me encantaram com o testemunho aguerrido foram os haitianos. O Haiti, embora seja o país mais miserável das Américas é o lugar onde eu vi o meu ministério pastoral sendo submetido a uma dura prova. Pois vi homens ali que não possuem formação alguma, não brigam por querelas teológicas, mas adotam dezenas de crianças abandonadas, e alguns mantém seus cultos em campos abertos, onde a palavra de Deus é pregada sem triunfalismos próprios da miserável “teologia da prosperidade”, mas sim pela emergência da cruz. Eu ouvi alguns dos pastores lá conversando, e a despeito do abismo linguístico eu percebi em seus semblantes, os mesmos semblantes de Daniel, Hananias, Mizael e Azarias, que tiveram seus “rostos melhores” por conta da decisão que colocaram no coração de não se contaminar com as iguarias reais. Tenho para mim, com tristeza que muitos dos pastores brasileiros já se venderam ao sistema, a ponto de o desejo de estarem diante dos Nabocodonozores de nosso tempo é maior do que está diante do Rei dos Reis, aquele que morreu para viver e perdeu para ganhar! Abaixo a sofisticação pastoral e que, o Senhor tenha misericórdia dos pastores convertidos em nosso país para que mantenham a “pureza e a simplicidade” que se encontra no Senhor Jesus.

Tenho dito e choro quando digo o digo.