domingo, 27 de novembro de 2011

Onde estás?




"E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?" (Gn 3:9).
Por Igor Miguel

Eu sei, você é igual a mim. Se te achas melhor, ainda não chegastes ao conhecimento real de si mesmo. Sabe quem é você? Você é fundamentalmente aquilo que tua alma se revelou nos dias de teus pecados mais sombrios, daqueles erros que te causam vertigem só de pensar. Sim, naquele dia experimentastes o limite da maldade que está em teu coração. Tocastes os lugares mais sombrios da queda do homem e quase em uma reapresentação, sentistes a mesma vergonha de Adão e Eva, em fuga, te escondestes por entre as folhas do jardim.

Agora, em exílio, ainda sob um olhar saudosista, vês o jardim de leveza, liberdade e realização ficando pra trás. E o que tens pela frente? Uma vida de fuga, apenas permanente fuga. Daí para frente, no exílio, no cativeiro de tua vergonha, viverias cada dia de sua vida, criando meios para se esconder. De folhas de figueiras, farias cercas. De cercas, tu farias muros. De muros, fortalezas. Desta forma, usarias de toda habilidade que lhe fora concedida por graça, um meio de elaborar estratagemas cada vez mais sofisticados para esconder tua nudez. Sim, esta que te envergonhas, e com tua moda e teu orgulho persistes em se esconder.

Se temes em continuar este texto, tenhas certeza, é seu "eu" real, seus sentimentos mais primitivos, que foram treinados por gerações a se esconder, querendo reagir de novo à insuportável presença da verdade. Ele não quer ser pego de surpresa e não quer ter sua vergonha exposta. Sim, este é o teu lado mais sombrio, resistindo. Mas, arisque-se em se conhecer.

Para mostrar o quão perverso tu és, ainda que insistes em se orgulhar de sua própria caridade, seu status, sua vaidade e seu desejo por poder, sua aparência religiosa ou de bom pai, ou bom marido, não preciso ir muito longe para denunciar sua vergonha, que é vergonha de todo homem. E inescapavelmente todos, sem exceção, possuem bem registrado em sua caixola, emblemáticos encontros com o mal. Momentos de extrema maldade, as vezes em proporções tão subjetivas e tão privadas, que não podem ser denunciadas como uma "mal público" como o que acontecera com o genocídio nazi-fascista. Não é necessário ir tão fundo, basta buscar reminiscências de sua infância, adolescência ou mesmo no dia de ontem, para trazer à consciência sua condição original.

Para ilustrar, permita-me citar uma cena do filme Árvore da Vida de Terrence Malick de dar calafrios. Refiro-me, ao menino Jack, o mais velho, quando segura um bocal de um abajur, sem lâmpada, e pede que seu irmão encoste um arame desencapado na parte interna do bocal. O irmão mira-lhe os olhos, querendo ter fé suficiente para aceitar o desafio. O irmão mais velho persiste desafiando-o. Até que ele tem coragem e encosta o arame no fundo do bocal. E para surpresa e ansiedade de quem assiste o filme, nada acontece. Nenhum choque. O que era previsto, simplesmente não acontece. Entretanto, em outra cena, Jack desafia novamente seu irmão, agora com uma espingarda de ar-comprimido. Solicita-o que coloque um dos dedos sobre o cano da arma, e que confie. Ele olha para seu irmão mais velho, com o mesmo olhar do desafio anterior. Teme, mas hesita por menos tempo, até que coloca o dedo sobre o cano. Só que desta vez, o irmão mais velho aperta o gatilho.

Não precisamos mostrar um campo de extermínio para chegarmos a conclusão honesta que temos algum problema. Que ao mesmo tempo que somos geniais, somos genialmente perversos. Que todas as vezes que articulamos nossas habilidades, viciosamente o fazemos para algum fim que ainda não é bom. Talvez alcancemos algum fim "socialmente bom", mas não há coisa que façamos, cujas intensões não estejam manchadas por algum auto-interesse, egoísmo, orgulho, moralismo, afeição própria e este é o fardo da vergonha. O fardo do exílio de nossa desobediência.

O grande erro é que insistes em terceirizar teus erros. Precisamente como fez Adão, quando transferiu sua responsabilidade expondo sua parceira. Mas, o movimento é sempre fugir da luz divina. Sempre se esconder da exposição. Sempre esta manobra barata e quase inconsciente, que viciosamente fazes.

O único tratamento honesto a ser dado neste caso é admitir-se cativo, assumir o fardo de sua limitação, é sair das folhas de figueira e do mundo escuro que vives. Podes te assustar com a quantidade de chagas sobre seu corpo, de úlceras e escaries, mas sem exposição, não serás curado. Sem te colocares diante da luz e acertares com teu Criador, nunca terás a leveza do único que pode expor tua condição e assim te dar a dimensão de sua necessidade.

Sempre me perguntei: para o Filho de Deus vir ao mundo e morrer vergonhosamente na cruz, isto só pode significar que a queda foi muito maior do que se imaginava. A encarnação teve implicações cósmicas absurdas. De fato, se a operação de resgate do homem foi desta proporção, daí dá para se ter uma ideia do buraco que cada indivíduo caiu.

Acho que está suficientemente claro que o ser humano se encurvou em si mesmo e que se tornou cativo de seus próprios artefatos e artimanhas. Não há tecnologia, auto-ajuda, espiritualidade, fervor religioso ou performance moral, que possa dar conta de sua condição.

Tu és, como todos nós somos, teimoso, insistentemente teimoso. Você não dá conta, te enrolas em teu esforço próprio, em seu próprio desempenho. Amas mais tua imagem própria e reputação, do que a Deus. Teu Cristo é tua imagem pública. Esquecestes que o Filho de Deus sacrificou-se para mostrar sua vergonha e curá-la. Mas, ainda tens muita justiça própria, por isso ainda não conseguiu abraçar a justiça de Deus.

Talvez, seu vício em fuga, a esta altura, insista em dizer, que isto é para "não-religiosos" ou "não-cristãos". Não! Insisto, isto é para pessoas pecadoras como você, eu e nós. Que sempre renovamos nossa esperança naquela obra redentora, sempre lembrando que sem Cristo, somos pessoas "vendidas para o pecado".

Tuas obras são manchadas pelo pecado, renuncie-as, e abrace a magnífica e suficiente obra que Cristo realizou. Por isso é de graça, pois você não teria dinheiro, capacidade e recursos para pagar sua culpa. Por isso é pela fé, pois não se baseia em suas habilidades e desempenho. A cura está em abraçar o mistério da cruz e receber a graça da salvação em Jesus Cristo. Que se expôs em um drama tosco, puro absurdo! Não tinha outro jeito, sem a absurdidade de sua morte, você nunca seria tirado da obviedade de sua vergonha.
Em Cristo ficam claro 3 coisas: 

1) Não há privilégios pessoais, todos pecaram, indistintamente.
2) Ninguém tem recursos para buscar a Deus, sem que Deus se volte pra ele.
3) Que uma vez em Cristo, nossos feitos, se forem bons, não são nossos, são de Cristo.

Pois como ele mesmo disse:

"Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15:5)

Sim, pelo fruto conhecereis a árvore, e a árvore a ser conhecida é Cristo, nossa videira verdadeira. Do esconderijo entre as folhas, agora ramos bem enxertados na videira que é Jesus. Unidos nele, em sua suficiência e centralidade, sem se esconder, confessando sempre dependência de sua graça e amor. Estar em Cristo é não ser perturbado com a pergunta: "onde estás?". Pois, estar em Cristo, é estar no lugar certo, é antecipar o retorno pra casa. O retorno do exílio de volta ao jardim de paz.

A Igreja precisa manter-se simples


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E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Atos 2.42-47

Ao afirmarmos que a Igreja mantinha-se simples não estamos dizendo que a igreja primitiva era uma igreja pobre, ou uma igreja não sofisticada, mas uma igreja que vivia em conformidade com a essência da fé cristã. Note que existem seis declarações nesse versículo que expressam as atividades da Igreja Primitiva:

Doutrina dos Apóstolos

O primeiro ponto a ser ressaltado é a Doutrina dos Apóstolos. O que Lucas quer dizer com “perseveravam na doutrina dos apóstolos” é que a Igreja Primitiva mantinha-se firmada na instrução dos apóstolos. A idéia expressa pelo verbete “perseverar” é dar constante atenção a alguma coisa. Ou seja, a Igreja Primitiva mantinha-se constantemente alicerçada pelo ensino apostólico.

É importante ressaltar que até este ponto da história a doutrina da igreja primitiva podia ser resumida pelo v.36 do mesmo capítulo: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”. Contudo, é digno de nota que todos os apóstolos tinham sido instruídos por Cristo, e por certo podiam repassar aquilo que haviam aprendido. Aliás, a expressão grega referente a “doutrina dos apóstolos” sugere que tal instrução seja procedente dos apóstolos. Ou seja, o ensino da igreja é mantido por aqueles que tem autoridade e capacidade para tal tarefa.

Comunhão

Lucas não poderia estar equivocado quando utilizou o vocábulo “comunhão” quando se referiu à Igreja Primitiva. A descrição subseqüente, esplanada no tópico sobre unidade da igreja, expõe de forma muito clara as considerações dessa igreja. Assim, deve-se ressaltar que os primeiros cristãos “eram perseverantes (…) na comunhão”. E como foi anteriormente ressaltado, isso implica em dizer que eles eram fundamentados na experiência comum do corpo. Assim, como os outros pontos ressaltados por Lucas, a comunhão era essência da vitalidade da Igreja.

Partir do Pão

A expressão “partir do pão” não diz respeito a uma refeição típica da época, e que os cristãos mantinham-se comendo apenas pão, mas a expressão diz respeito à prática da Ceia do Senhor. O termo grego equivalente a partir em português é apenas utilizado no NT em referência à ceia. Alias. É digno de nota que o termo (the klasei tou artou) é apenas utilizado duas vezes no NT, ambas feitas por Lucas, e é de uso restrito à ceia. O uso da expressão é quase que um pleonasmo, visto que klasei (partir) só é aplicado a artou (pão). Segue-se que, com absoluta certeza, a igreja primitiva mantinha-se firmada constantemente no memorial da morte de Cristo.

Orações

As orações tinham um papel fundamental na vida da Igreja Primitiva. Isso pode ser claramente percebido pelo relado deixado por Lucas, que diversas vezes considera as orações dos primeiros cristãos. Em Atos podemos ver que a oração foi a atitude dos cristãos diante das decisões a serem tomadas (1.14), a atitude da liderança da igreja em situação de crescimento (6.4) e a prática da igreja quando estava em situação de perigo e perseguição (12.5).

Louvor

Esta é uma das poucas referências encontradas em Atos que descreve essa atitude dos cristãos. Isso, no entanto, não quer dizer que os primeiros cristãos não adoravam a Deus, mas que suas reuniões estavam mais voltadas para a instrução, a oração e a comunhão. Contudo, devemos notar que todos os outros fatos ocorriam enquanto os cristãos louvavam a Deus . Ou seja, embora sejam poucas as referências era uma atividade que estava intimamente ligada a expressão de adoração da igreja. Entretanto, não podemos afirmar com certeza se isso acontecia por meio da música, embora possa ser muito bem expressa por ela.

Evangelismo

No mesmo versículo podemos perceber, ainda que um pouco escondido, a atividade evangelizadora da Igreja Primitiva. Note: “e dia-a-dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”. Por mais que a atividade esteja centralizada na atividade divina na salvação, sabe-se que “aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co.1.21). Portanto, não se pode negar que o evangelismo era parte integral da vida da igreja primitiva, sendo que isto acontecia diariamente. Segue-se, então, que a proclamação da verdade, o kerigma na Igreja Primitiva era parte essencial da vitalidade da Igreja de Cristo, assim como todos os elementos já mencionados.

A conclusão que devemos chegar aqui é que estes quatro elementos são essenciais na prática e na experiência da Igreja de Cristo. Portanto, a igreja local que não viabiliza a execução desses pontos não pode ser considerada uma igreja saudável.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Que Significa Receber a Cristo?




Por Richard Baxter

Receber a Cristo, não é somente, como alguns comentadores afirmam equivocadamente, receber sua doutrina; embora seja certo que sua doutrina deva ser recebida, e que o resto está implícito nisso. Mas quando o entendimento aquiesce em receber  o evangelho, a vontade, de comum acordo, igualmente o recebe; e receber a Cristo inclui ambos. Esta é a verdadeira fé justificadora dos eleitos de Deus. 

Não se trata, portanto, de uma recepção passiva, como a madeira recebe o fogo, e as nossas almas recebem as graças do Espírito; mas, sim, de uma recepção moral ativa. Receber a Cristo como Cristo, como o Messias ungido, e como nosso Salvador e Senhor, é crer que ele é tudo isso, e consentir que ele seja tudo isso para nós, e confiar nele, e confiar-nos a ele como tal. Se vocês acreditam sinceramente que o evangelho é verdadeiro, esta fé tem que ser suficientemente forte para vos levar à determinação de confiarem a felicidade de vocês à esta fé, e a abdicarem a tudo pela esperança que é colocada diante de vocês. Se Cristo, na sua relação como pleno e perfeito Salvador, for recebido de coração por vocês; se vocês anuírem à oferta do evangelho, e estiverem verdadeiramente desejosos de ser dele, fé não é apenas mencionada como “receber a Cristo”, mas é também freqüentemente expressa em termos de “querer Cristo”. 

Portanto, a promessa é para todos quantos quiserem; e aos ímpios é negado terem parte em Cristo, porque não querem que ele reine sobre si; e isto, porque não são crentes verdadeiros ou discípulos de Cristo. Se vocês, portanto, anuírem em ter a Cristo como Salvador, mestre e Senhor, devem, necessariamente, depender dele e confiar inteiramente nele, como tal; devem confiar nele para libertação da culpa, do poder e da condenação do pecado, e para vivificação, fortalecimento, e perseverança na graça, e para a vida eterna; devem confiar-se a ele, como  discípulos, para aprender dele, seguros de que ele ensinará a vocês infalivelmente o caminho da felicidade; e devem entregar-se a ele seguros de que ele vos governará em verdade e retidão para a salvação, e vos defenderá dos inimigos destruidores. 

É nisto que consiste a fé, ou receber a Cristo Jesus, o Senhor.

Deus governa ou é governado?



Por A. W. Pink 

Defrontamo-nos com alternativas e nos vemos forçados a escolher entre elas: ou Deus governa, ou é governado; ou Deus domina, ou é dominado; ou Deus cumpre a sua vontade, ou os homens cumprem a deles. É difícil fazermos nossa escolha entre essas alternativas? Teremos de dizer que vemos o homem como uma criatura tão indomável, que está além do controle de Deus? Precisaremos dizer que o pecado alienou o pecador para tão longe dAquele que é três vezes santo, que o pecador estafara do âmbito da jurisdição divina? Ou diremos que o homem, por ter sido dotado de responsabilidade moral, precisa ser deixado fora do controle de Deus, pelo menos durante o período de sua provação? Visto ser o homem natural * um fora-da-lei quanto ao céu, um rebelde contra o governo divino, segue-se necessariamente que Deus é incapaz de cumprir o seu propósito por meio dele?

Queremos dizer não só que Deus pode revogar os efeitos das ações dos malfeitores, como também que, por fim, Ele chamará os maus, perante seu trono de juízo, para que a sentença de castigo seja pronunciada contra eles — multidões de não-cristãos crêem nessas coisas. Queremos dizer, além disso, que cada ação do mais desregrado dos seus súditos está inteiramente sob o seu controle; sim, queremos dizer que enquanto o homem age, apesar de não o saber, cumpre as secretas determinações do Altíssimo. Não sucedeu assim com Judas? Será possível selecionar algum caso mais extremo do que esse? Portanto, se o arqui-rebelde estava cumprindo o plano de Deus, crer a mesma coisa a respeito de todos os demais rebeldes será um fardo demasiadamente pesado para ser suportado pela nossa fé?

Nosso objetivo não é uma inquirição filosófica ou uma casuística transcendental; e sim, determinar qual o ensino das Escrituras quanto a esse assunto tão profundo, baseados na Lei e no Testemunho, porque é somente assim que podemos aprender acerca do governo divino — seu caráter, plano, modo de operar e objetivo. O que, então, aprouve a Deus revelar-nos em sua bendita Palavra quanto ao seu domínio sobre as obras de suas mãos e, de maneira especial, sobre aquele que originalmente foi criado à sua imagem e semelhança?

"Nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28). Que extraordinária declaração é esta! Estas palavras, devemos notar, foram dirigidas não a uma das igrejas de Deus, nem a algum grupo de santos que já atingira alto nível de espiritualidade, e, sim, foram dirigidas a um auditório pagão, a pessoas que adoravam o "DEUS DESCONHECIDO" e que zombaram quando ouviram falar da ressurreição dentre os mortos. Mesmo assim, perante os filósofos atenienses, perante os epicureus e estóicos, o apóstolo Paulo não hesitou em afirmar que viviam, se moviam e existiam em Deus, isto é, que não somente deviam sua existência e preservação Àquele que criou o mundo e tudo o que nele há, mas também que as suas próprias ações eram supervisionadas e, portanto, controladas pelo Senhor dos céus e da terra (Dn 5.23).


"O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR" (PV 16.1). Note que essa declaração tem uma aplicação geral — aplica-se ao "homem", e não somente aos crentes. "O coração do homem traça o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos" (Pv 16.9). Se o Senhor dirige os passos do homem, não é prova de que este é governado ou controlado por Deus? De igual modo: "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá" (Pv 19.21). Pode isso significar algo menos que, sem importar o que o homem deseje ou planeje, é a vontade do Criador que é executada? Ilustremos com a parábola do rico insensato. Os propósitos do seu coração nos são expostos: "E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: Destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e regala-te". Tais foram os propósitos do seu coração; no entanto, foi o "desígnio do SENHOR" que prevaleceu. O "farei" do rico insensato foi reduzido a nada, porque "Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma" (Lc 12.16-21).

"Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina''' (Pv 21.1). O que poderia ser mais evidente? Do coração "procedem as fontes da vida" (Pv 4.23), e, conforme o homem "imagina em sua alma, assim ele é" (Pv 23.7). Se o coração está na mão do Senhor e Este o inclina segundo o seu querer, é claro que os homens, sim, os governadores e reis, e, portanto, todos os homens, estão sob o governo do Todo-Poderoso! Nenhuma limitação se deve fazer às declarações acima. Insistir que alguns homens, pelo menos, conseguem impedir o exercício da vontade divina e subverter o seu conselho é repudiar outros trechos bíblicos que são tão claros quanto estes. Pese bem o seguinte: "Mas, se ele resolveu alguma cousa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará" (Jó 23.13). "O conselho do SENHOR dura para sempre, os desígnios do seu coração por todas as gerações" (SI 33.11). "Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENH©R" (PV 21.30). "Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidara} A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?" (Is 14.27). "Lembrai-vos das cousas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus e não há outro seme¬lhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46.9,10). Não existe qualquer ambiguidade nessas diversas passagens. Afirmam elas, da maneira mais taxativa e inequívoca, que é impossível o propósito do Senhor ser reduzido ao nada.

Lemos as Escrituras em vão, se não descobrimos nelas que as ações dos homens, quer sejam más ou boas, são governadas pelo Senhor Deus. Ninrode e seus companheiros resolveram erigir a torre de Babel, mas antes que a completassem, Deus lhes frustrou os planos. Jacó era o filho a quem a herança fora prometida, e, embora Isaque procurasse reverter o decreto do Senhor e dar a bênção a Esaú, seus esforços não prevaleceram. Esaú jurou que se vingaria de Jacó, mas, finalmente, quando se encontraram, choraram de alegria, ao invés de lutarem com ódio. Os irmãos de José resolveram destruí-lo, mas os seus intentos foram frustrados. Faraó se recusou a deixar Israel cumprir as instruções do Senhor e o que alcançou com isso foi perecer no mar Vermelho. Balaque pagou Balaão para amaldiçoar aos israelitas, porém Deus compeliu Balaão a abençoá-los. Hamã erigiu uma forca destinada a Mordecai; porém foi o próprio Hamã que nela pereceu enforcado. Jonas resistiu à vontade de Deus; mas, o que conseguiu com todos os seus esforços? Sim, os gentios podem enfurecer-se e os povos imaginar "cousas vãs"; os reis da terra podem levantar-se e os príncipes conspirar contra o Senhor e contra o seu Cristo, dizendo: "Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas" (SI 2.1-3). Mas, apesar disso, o grande Deus se perturba com a rebeldia de suas tão débeis criaturas? Certamente que não: "Ri-se aquele que habita nos céus; o SENHOR zomba deles" (v.4). Ele está infinitamente acima de todos, e a maior confederação dos poderes da terra e seus mais vigorosos e intensos preparativos, para combater-Lhe os propósitos, são, aos olhos dEle, inteiramente pueris. Ele atenta para os vãos esforços dos homens, não somente sem alarmar-se, mas também a rir-se e a zombar da estultícia e da fraqueza deles. Sabe que pode esmagá-los como traças, quando quiser fazê-lo, ou consumi-los com o sopro da sua boca, num só instante. De fato, é ridículo que os cacos de barro da terra contendam com a gloriosa Majestade celestial. Tal é o nosso Deus; adorai-O.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Você Está Vivo? – J. C. Ryle



1. Primeiro, deixe-me perguntar a cada leitor: Você está vivo ou morto?

Permita-me, como embaixador de Cristo, insistir sobre essa pergunta a cada consciência. Só existem dois caminhos, o estreito e o largo; dois grupos no dia do juízo, os da direita e os da esquerda; duas classes de pessoas na igreja professa. E você tem de pertencer, sem dúvida, a uma delas. Onde se acha você? Você está entre os vivos ou entre os mortos?

Falo com você, e não com outros, não com seu vizinho, não com os africanos ou os habitantes da Nova Zelândia, mas com você. Não estou perguntando se você é um anjo, ou se tem a mente de Davi ou a de Paulo, mas pergunto se você tem uma esperança bem fundamentada no fato de ser nova criatura em Cristo Jesus. Pergunto se você tem motivos para crer que já se despiu do velho homem e se revestiu do novo, se você está cônscio de que passou por uma verdadeira transformação espiritual; em suma, se você está morto ou vivo.

(a) Não mude de assunto, dizendo que foi admitido à igreja mediante o batismo, tendo recebido graça e espírito no sacramento, e, por isso, acha que deve estar vivo. Isso de nada adianta.

Paulo mesmo disse sobre a viúva batizada que vivia em deleites: "Está morta" (1 Tim. 5.6). O Senhor Jesus disse ao líder da igreja de Sardes: "Tens nome de quem vive, e estás morto" (Apo. 3.1). A vida de que você fala não é nada, se não puder ser vista. Demonstre-a, se quiser que eu creia em sua existência. A graça é luz, e a luz sempre será discernida. A graça é sal, e seu sabor sempre será percebido. Uma presença do Espírito que não se manifesta por frutos externos, e uma graça invisível aos olhos dos homens devem ser consideradas extremamente suspeitas. Se você não tiver outra prova de sua vida espiritual que não o seu batismo, sua alma continuará morta.

(b) Não me diga que é uma questão que não se pode resolver, ou que você considera presunção opinar a tal respeito. Isso é um refúgio tolo e uma falsa humildade. A vida espiritual não é algo duvidoso e indiscernível, como alguns querem supor. Existem marcas e evidências pelas quais se pode discernir a presença dessa vida por aqueles que conhecem a Bíblia. "Sabemos", disse João, "que passamos da morte para a vida" (I João 3.14). A hora exata e a época dessa passagem pode não ser conhecida pelo homem. Mas o fato e a reali¬dade do ocorrido raramente serão incertos. Foi um comentário verdadeiro e belo aquele feito por uma jovem a Whitefield, quando lhe perguntaram se seu coração mudara. Ela sabia que algo mudara; poderia ser o mundo, poderia ser o seu próprio coração, mas havia uma imensa transformação em alguma coisa; disso ela estava certa, porque tudo agora era diferente de antes. Ah! Deixe de se esquivar da pergunta! Você está vivo ou morto?

(c) Não diga que não sabe. Você concorda que é ume questão importante; você espera sabê-lo algum tempo antes de morrer; você tenciona dar

atenção à questão quando for conveniente, mas, no momento, não sabe.

Você não sabe! No entanto, céu e inferno estão envolvidos na questão. Uma eternidade de felicidade ou de miséria paira sobre a resposta. Você não deixa sem solução suas questões mundanas. Não cuida tão levianamente de seus negócios. Você prevê e provê para cada possibilidade. Você faz seguro de vida e de propriedade. Por que não fazer da mesma forma com sua alma imortal?

Você não sabe! Contudo, ao seu redor só há incertezas. Você é um pobre verme, seu corpo é maravilhosa e assombrosamente criado, e sua saúde é passível de ser ameaçada de mil maneiras. Na próxima vez que as margaridas florescerem, poderão fazê-lo sobre o seu túmulo. Tudo está negro à sua frente. Você não sabe o que haverá no dia de amanhã, quanto menos daqui a um ano. Por que não cuidar sem demora de sua alma?

Que cada leitor examine a si mesmo. Não repouse sem que saiba da extensão do seu estado aos olhos de Deus. Qualquer demora nesse particular é um mau sinal, surgido de uma consciência intranqüila. Mostra que um homem pensa mal a seu próprio respeito. É como o negociante desonesto, cujas contas não subsistem ao inquérito. Ele tem pavor da luz.

Nas coisas espirituais, como nas demais, é imprescindível que se esteja certo. Não deixe nada ao acaso. Não meça sua condição pela condição de outros. Compare tudo com a Palavra de Deus. Um erro quanto à sua alma será um erro para a eternidade.

Pense hoje mesmo, converse com seu coração e aquiete-se. Considere a sós, e esteja a sós com Deus. Examine a questão com justiça, plenamente, honestamente. Que tal lhe parece? Você está entre os vivos ou entre os mortos?

Contra o que lutamos? - C. H. Spurgeon




O SENHOR, VOSSO Deus, é quem vai convosco a velejar por vós contra os vossos inimigos, vara vos salvar.

Deuteronômio 20.4


Não temos outros inimigos, exceto os inimigos de Deus. Nossa luta não é contra os homens, e sim contra a impiedade espiritual. Lutamos contra o diabo, contra a blasfêmia, o engano e o desespero que ele traz ao campo de batalha. Guerreamos contra todos os exércitos do pecado — impureza, bebedice, infidelidade, opressão e impiedade. Contra esses inimigos contendemos zelosamente, mas não com espada ou lança; "as armas da nossa milícia não são carnais" (2 Co 10.4).

Jeová, nosso Deus, odeia tudo que é mal; por isso, Ele nos acompanha, a fim de lutar por nós. Ele nos livrará e nos concederá graça para travarmos um bom combate e obtermos a vitória. Devemos confiar nesta verdade: se estamos ao lado de Deus, Ele está ao nosso lado. Se temos esse tão augusto Aliado, o conflito nunca é duvidoso, em qualquer grau. A vitória não acontece porque a verdade é poderosa e tem de prevalecer, e sim porque o poder está no Pai, que é todo-poderoso, em Jesus, que possui toda a autoridade no céu e na terra, e no Espírito Santo, que realiza sua vontade entre os homens.

Soldados de Cristo, vesti vossa armadura. Investi contra as fortalezas em nome do Deus de santidade e, pela fé, apropriai-vos da salvação que vem dEle. Não se passe este dia sem que realizeis uma investida em favor de Jesus e da santidade.

Quer ser perdoado? Perdoe! Quer Misericórdia? Seja misericordioso!





Por Josiel Dias

Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta. (Mateus 5:23-24)

Porque é tão difícil liberarmos perdão, hem? Justamente para aquelas pessoas que nos magoaram e que nós não esperávamos esta atitude delas.

Outras erraram tanto, que muitas vezes chegamos até dizer: Elas estão fazendo de propósito, pois sabem que eu as perdôo. Fazemos contas e, segundo os nossos cálculos, os erros do outro para comigo, já até ultrapassaram 490 vezes. Mateus 18:21-22.
 
Às vezes queremos justificar o nosso perdão condicionado quantas vezes o outro errou, e nem percebemos que talvez já até ultrapassamos, em quantidade de erros, os dele. A prática do perdão é tão maravilhosa, que Jesus nos deu exemplo como devemos perdoar, como devemos proceder com aqueles que “segundo nós” vacilam todos os dias. Mateus 5:39-46

É só orar e pedir perdão e está tudo certo.

Já ouvi de muitas pessoas que Deus é misericordioso e sempre nos perdoará.
É certo de sua misericórdia sobre nossas vidas, mas sobre o seu perdão, as escrituras também nos mostra, que Deus se esquece de nossos pecados, e até não leva em conta o tempo de nossa ignorância, quando há um profundo arrependimento, isso Ele faz por nos amar e nem conta às vezes que vacilamos. Mas em contra partida quando o homem vive na prática do pecado mesmo sabendo que o que faz é errado, a situação fica complicada.
Muitas pessoas oram e nem percebem que o perdão de suas ofensas, falhas está condicionado ao seu liberar perdão. Se eu perdoar serei perdoado.
Veja o que Jesus ensinou aos discípulos na conhecida oração do “Pai Nosso”
 
“...e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores;” Mateus 6:12

 
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós”; Mateus 6:14
 
Quando oramos o Pai Nosso, sabe o que estamos dizendo a Deus?
Senhor eu tenho perdoado aos que me devem, Diante disso perdoa-me também. Reflita comigo “Se o perdão das nossas dívidas, dos nossos erros, ofensas e pecados estão condicionados ao nosso “liberar perdão”, como ficaremos nesta questão? Misericórdia!
Às vezes nem temos noção do que estamos pronunciando para Deus.
É duro enxergar as nossas dívidas, os nossos erros, as nossas ofensas, pois queremos sempre ocultá-los. Mas de Deus não se esconde nada, pois tudo está diante de seus olhos.

No texto base desta mensagem Jesus está ensinando aos discípulos o seguinte: Se vocês forem prestar um culto, dar suas ofertas para Deus e lembrar que alguém tem algo contra vocês, deixa tua oferta a parte e vai e reconcilia com ele. Quantas pessoas não percebem que para cultuarem, antes precisamos reconciliar uns com os outros, pois caso contrário nossa oferta não será aceita por Deus. Imagina só, os outros erram contra você e você é que deve procurá-los.  Difícil não é? Mas é isto que Jesus ensinou...

Vamos fazer uma reflexão, já imaginou quantas vezes Deus nos perdoou?

Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?

Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até
setenta vezes sete. (Mateus 18:21-22)

Imagina se houvesse limite do perdão de Deus ao nosso favor? A nossa cota já teria ultrapassado às 490 vezes.
Perdoe Sempre, ame sempre, pelo menos tente, faça a sua parte. Você quer misericórdia? Seja misericordioso! Quer perdão? Perdoe.
Certa ocasião, eu ouvi de um Pastor a seguinte frase:

“Guardar ressentimento é tomar veneno e querer que o outro morra” Libere, não guarde, Libere o perdão.

"Se teu inimigo tiver fome dá-lhe de comer, se tiver sede, dá-lhe de beber, pois fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre suas cabeças". 
Romanos 12:20-21, Provérbios 25:21-22

Este maravilhoso texto, tanto está no antigo testamento como no novo, para que você não tenha dúvidas sobre o assunto.

Deus nos abençoe e nos ajude em nossas fraquezas.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Onde o Espírito do Senhor está há liberdade - o que isso sigifica?




Por João Calvino

Onde o Espírito do Senhor está. - Paulo nos informa como Cristo imprime vida à lei, a saber, concedendo-nos o seu Espírito. A palavra 'espírito' tem aqui um significado diferente daquele do último versículo. Ali ela significa alma, e se aplica metaforicamente a Cristo, mas aqui ela significa o Espírito Santo que Cristo mesmo nos concede. Cristo, ao regenerar-nos, dá vida à lei e se revela como a fonte da vida, assim como a alma é a fonte da qual emanam todas as funções vitais do homem. Portanto, Cristo é, por assim dizer, a alma universal de todos os homens (universalis omnium anima), não no tocante à sua essência, mas no tocante à sua graça. Ou, pondo de outra forma, Cristo é o Espírito porque ele nos vivifica com o poder gerador de vida do seu Espírito.

Paulo menciona também o beneficio que deste fato recebemos, ao dizer: há liberdade. Pelo termo 'liberdade' não entendo como sendo só o livramento da escravidão do pecado e da carne, mas também a confiança que recebemos de seu testemunho acerca de nossa adoção. Isto concorda com Romanos 8.15: "Porque não recebemos outra vez o espírito à e escravidão para temor etc." "Nesta passagem Paulo menciona escravidão e temor, e temos os opostos destes, que são liberdade e confiança.

Assim podemos, com propriedade, seguir Agostinho, ao inferir desta passagem que somos, por natureza, escravos do pecado e libertos através da graça da regeneração. Porque, onde houver a letra nua da lei, aí estará presente o senhorio do pecado. Porém, como já disse, interpreto o "termo 'liberdade' num sentido mais amplo. Seria possível restringir a graça do Espírito, especialmente no que toca aos ministros, a fim de que esta declaração corresponda ao início do capítulo, de haver nos ministros uma graça espiritual diferenciada e uma liberdade diferenciada da que há nos demais. Porém, a primeira interpretação me agrada mais, ainda que não tenho qualquer objeção em aplicar isto a todos segundo a medida do seu dom. Mas é bastante observarmos que Paulo está realçando a eficácia do Espírito que todos nós, os que fomos regenerados por meio da sua graça, experimentamos para a nossa salvação.


Em quem você confia? - C. H. Spurgeon




Porque o SENHOR Deus me ajudou.

Isaías 50.7


Na profecia, estas são palavras do Messias nos dias de sua obediência até à morte, quando ofereceu suas costas aos agressores e sua face àqueles que cuspiam nEle. O Messias estava confiante no amparo divino e confiava em Jeová.


O minha alma, as tuas aflições são como um grão de areia, se comparadas aos sofrimentos de nosso Senhor! Não podes crer que o Senhor te ajudará? Teu Senhor esteve numa posição singular, pois, como Representante dos pecadores, como Substituto e Sacrifício deles, era necessário que o Pai O abandonasse e O levasse a permanecer sob deserção de alma. Esta necessidade não é colocada sobre ti, ó minha alma. Não estás obrigada a clamar: "Por que me desamparaste?" (Mt 27.46). Mesmo naquela circunstância, o teu Salvador descansou em Deus; e tu não podes fazer o mesmo? Ele morreu por ti, tornando assim impossível que tu sejas deixada sozinha; portanto, tem bom ânimo.


Nos labores e provações deste dia, devemos afirmar: "O Senhor me ajudará". Prossigamos com ousadia. Tenhamos corações determinados e tomemos a resolução de que nenhum desânimo ou acanhamento nos sobrevirá. Se Deus nos auxilia, quem pode nos obstruir? Se temos certeza da ajuda onipotente, o que pode ser demasiadamente difícil para nós? Comecemos este dia alegremente, não permitindo que nenhuma sombra de dúvida se coloque entre nós e os raios do Sol Eterno.

domingo, 6 de novembro de 2011

A vergonha de muitas Igrejas



Por David Botelho 
 
Talvez muitos não me entendem, não querem me entender e sei que nunca me entenderão. 

Em 1985 eu fui desenganado pelos médicos, isto depois de terem encontrado vários tumores, mas o Senhor resolveu preservar minha vida para um propósito específico. 

Sei que muitos oraram por um milagre e o milagre aconteceu, pois ao retirarem estava tudo encapsulado. 

Entendo que o que aconteceu foi em resposta as orações. 

Creio que isto me levou a ser um inconformista por natureza. 

Não quero investir o resto de minha vida em algo bom, mas em algo que leve a glória do Senhor entre as nações, principalmente entre os não alcançados da terra. 

Vejo uma notícia super impressionante de que dois anos antes do previsto o Brasil será a sexta economia mundial, pois ultrapassará o PIB da Grã Bretanha até o final deste ano. 

Isto está sendo possível devido à crise européia que tem levado muitas economias a decrescerem e ou se estagnarem. 

Algo inimaginável de se pensar nos anos 70! 

Isso nos traz uma grande responsabilidade como igreja brasileira para com os povos menos alcançados da terra. 

Em contraste é triste saber que uma grande denominação brasileira e muito rica, que tem igrejas fortes na região de Campinas, não tem um missionário transcultural. 
Ao mesmo tempo o Brasil que tem cerca de 300.000 igrejas, mas cerca de 99% delas não possui um obreiro transcultural e além de que mais de 150 tribos não tem um obreiro evangélico. 
Diante de tudo disso eu parafraseio o famoso tele jornalista Boris Casoi. 
Isto é uma vergonha.... 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E o que é vir a Cristo?



‘E o que é vir a Cristo?’ perguntará alguém. E eu sinto um solene tremor tomar conta de mim, pois muitas vezes tentando explicar o que é a fé, e o que é vir a Cristo, nós podemos falar sem conhecimento como lemos em Jó 34:35. Para evitar isto vejamos as palavras que Cristo usou:E o que vem a mim. Ele fala de uma ação, um movimento, não do corpo, pois existiam muitos que vieram a Cristo num sentido físico, mas não foram salvos por causa disso. Observe que a essência do assunto reside aquilo que vem a mim. A fé que salva é a vinda a Cristo, à pessoa de Cristo. Não é apenas crer que Cristo é Deus, embora você tenha de crer nisto para ser salvo. Não é só crer que Cristo é um sacrifício pelo pecado, embora você tenha que crer nisto. Não é só simplesmente crer que Cristo viveu, morreu e ressurgiu dentre os mortos para nossa salvação, embora esses três fatos benditos devam receber nossa crença. Mas é vir até ELE. Se você o tivesse visto quando pronunciou estas palavras talvez você as tivesse entendido melhor, pois ali estava um homem de dores e que sabe o que é padecer (Isaías 53:3) - a própria Pessoa de quem João Batista dissera Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (João 1:29)  E ele diz E o que vem a mim, de modo algum o lançarei fora . Todo mundo sabe o que significa a mente acreditar em uma doutrina, mas você perecerá se depositar sua confiança apenas em doutrina.

O verdadeiro caminho para a salvação é confiar na pessoa viva de Jesus Cristo, que é o Salvador designado por Deus. 

Orgulho-me do Evangelho de Cristo – Martyn Lloyd Jones



Paulo está pronto para pregar a todos — ao imperador no seu trono, aos conselheiros e capitães, mas também aos soldados e aos escravos, aos párias e aos desprezados. Ele tem uma mensagem para todos, e é a mesma mensagem para todos. Envergonhado dela? Por que? É a única coisa digna de nossa ufania e exultação, pois somente ela é suficientemente grande e ampla para beneficiar o mundo inteiro, e para incluir o louvor de todos.

Quão pequeninas e insignificantes parecem as coisas das quais os homens se gabam, comparadas a Jesus Cristo e ao Seu Evangelho!

. . Há somente uma mensagem capaz de incluir o mundo inteiro, a despeito de todas as divisões e diversidades. Há um único poder capaz de congregar todos os homens, de uni-los e de formar com eles uma verdadeira irmandade. . . É «o Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê».

Todos quantos creram nele, e experimentaram sua veracidade e seu poder, juntam-se a Paulo, dizendo e cantando: «Não permita Deus que me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo». O coroa já soa vigoroso, mas ainda cresce de volume. Pois João conta-nos, narrando a visão que teve:

«Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos» (Apocalipse 5.11-13).

Queira Deus que sejamos encontrados na bem-aventurada multidão!