Referência: Zacarias 4.6
Sem a ação do Espírito Santo não haveria nenhum crente e nenhuma igreja existiria.
O Espírito Santo é quem aplica a obra de Cristo em nosso coração. Ele é quem gera vida: biológica e espiritual.
I. A NECESSIDADE DE SE ESTUDAR SOBRE O ESPÍRITO SANTO
O Credo Apostólico dá pouca ênfase ao Espírito Santo. Diz apenas: “Creio no Espírito Santo”, mas nada fala de seus atributos nem de suas obras.
No período dos pais da igreja e durante a Idade Média nenhum obra de vulto foi escrita sobre o Espírito Santo.
João Calvino foi chamado “o teólogo do Espírito Santo”. Ele teve uma visão orgânica da Pessoa e Obra do Espírito Santo, embora não tenha escrito nenhuma obra específica.
O puritano inglês, John Owen, maior teólogo da Inglaterra, escreveu uma obra clássica sobre o Espírito Santo.
Abraham Kuiper, teólogo, político e educador holades, escreveu uma obra de grande vulto sobre o Espírito Santo e disse: “Se os ministros não derem crédito à obra do Espírito Santo, darão pedra em vez de pão ao seu rebanho”.
John Stott diz que o maior problema da igreja hoje é a polarização. Uns distocem a doutrina do Espírito Santo; outros só falam dela. Outros, ainda, apagam o Espírito.
J. I. Packer, no seu livro Na Dinâmica do Espírito, falou que o Espírito Santo tem o ministério do holofote. Disse ele: “O Espírito age como um holofote oculto que focaliza a sua luz no Salvador, fazendo-o resplandecer. A mensagem do Espírito para nós nunca é: olhe para mim; escute-me; venha a mim; conheça-me; mas sempre é: olhe para Jesus e veja a sua glória; ouça-o e escute as suas palavras; vá a ele e tenha vida. Conheça-o e prove o seu dom de alegria e paz.
O Espírito é o aplicador da obra de Cristo. Sem o Espírito Santo a obra de Cristo não poderia nos valer. Ilustração: Uma pessoa pode morrer dentro de uma farmácia se o remédio eficaz para a sua cura não lhe for aplicado. A obra do Espírito Santo é tão importante como a obra de Cristo.
Hoje, quando se fala no Espírito Santo, quase só se pensa em dons, especialmente os dons de sinais. Não se pode restringir a ação do Espírtio Santo aos dons. Não somos apenas carismáticos, somos pneumáticos.
II. A NECESSIDADE DE SE REINFATIZAR A AUTORIDADE DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA
1. No século XVII surgiu um grande conflito: um grupo que depois foi cognominado de QUAKES afirmava que “nada importava a não ser a autoridade do Espírito; nada importava senão a luz interior, a experiência íntima”. As Escrituras não eram necessárias. Isso é um engano. “O Espírito Santo dirá tudo o que tiver ouvido…” (Jo 16:13). O Espírito Santo nos guia pela Palavra.
2. Mas há um outro extremo: É negligência acintosa à autoridade do Espírito Santo na vida da igreja. Na Igreja apostólica, eles diziam: “Pois parecebeu bem ao Espírito Santo e a nós…” (At 15:28). Hoje, as eleições conciliares, com algumas exceções, já são decididas na véspera. Cada voto é disputasdo, é computadorizado. A oração pedindo a direção do Espírito é uma afronta à soberania do Espírito.
3. Quais as razões dessa negligência?
a) Nos meados do século XIX aconteceram grandes reavivamentos na Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda e Estados Unidos. As pessoas eram sensíveis ao Espírito Santo. As pessoas não estavam preocupadas consigo mesmas, ou com posição ou dignidade.
A idéia do culto solene – Logo depois, introduziu-se outra idéia e as pessoas começaram a falar acerca de um culto solene – a ênfase era a capacidade intelectual do pastor, mais importante do que sua consagração e enchimento do Espírito.
O medo do entusiasmo – O medo de cairmos no exagero e excesso de alguns segmentos evangélicos, levaram-nos ao medo das emoções. Não há cristianismo sem emoção. Vemos na Bíblia o choro pelo pecado. A alegria indizível e cheia de glória. Quem compreende a verdade e não se emociona nunca entendeu a verdade. J. I. Packer no seu livro Na Dinâmica do Espírito fala que não há nada mais solene do que um cadáver. Mas, ele está morto.
O medo do Espírito Santo – NO SPS quando os seminaristas se reuniam para orar eram vigiados com medo que se tornassem pentecostais. Dr. Oto Guanães Dourado disse que recebemos uma herança anti-pentecostal, anti-espiritual e anti-Espírito Santo.
Só o conhecimento da teologia não basta – Temos uma doutrina maravilhosa, mas se não for banhada pelo óleo do Espírito, tornamo-nos com a igreja de Éfeso, ortodoxa, operosa, mas sem amor.
4. Os esforços da igreja para recuperar a autoridade: 
A igreja tem consciência de que lhe falta algo. Essa falta não está em Deus, na Palavra, mas em nós. A igreja fala de poder, mas não tem poder.
a) A Palavra de Deus era a verdade na boca de Elias. Na boca de muita gente a Palavra de Deus não tem o poder da verdade.
b) O bordão profético na mão do Geazi não teve poder para ressuscitar o menino morto, mas na mão de Eliseu sim.
4.1. No final do século XVII e começo do século XVIII a igreja começou a sentir que estava perdendo sua autoridade:
Decidiram então FUNDAR UMA NOVA SÉRIE DE PRELEÇÕES. O objetivo dessas conferências era: defender a fé cristã e produzir um sistema de argumentos e apologética em defesa da fé.
Mas, não foram as preleções de BOYLE, nem as obras de BUTLER que restabeleceram a posição da igreja e restauraram a sua antiga autoridade. Foi através do Espírito Santo na vida de George Whitefield e John Wesley na Inglaterra e Jonathan Edwards, nos Estados Unidos. O que as preleções não puderam fazer o Espírito Santo fez.
4.2. No início do século XIX, a igreja sentiu mais uma vez a perda do poder. O que fazer?
Conferir mais autoridade ao pregador. Afastá-lo mais das pessoas. Precisa investí-lo de uma aura de autoridade. O pregador deverá vestir-se de uma maneria diferente. Puxaram-no para um lugar mais alto, o altar. Assim as pessoas o escutariam.
Mas o poder não veio por este canal. Veio quando o Espírito Santo foi derramado em 1857 na América. Foi Deus intervindo com o seu Espírito e não as tentativas dos homens que reergueram a igreja.
Hoje estamos a perguntar: como podemos atingir as massas que estão lá fora? Como causar impacto? Publicidade? Propaganda? Preocupação social mais ativa? Fazer mais uso do rádio e TV. O método de Deus é o mesmo: através do poder do seu Espírito.
III. A NECESIDADE DE SE CONHECER O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA
1. O Espírito Santo é quem nos convence de pecado (Jo 16:9)
Não há arrependimento sem a ação do Espírito Santo.
Tem havido pouca convicção de pecado em nosso meio. Falta lágrimas de arrependimento. Falta tristeza pelo pecado.
Há muito ajuntamento e pouco quebrantamento. As pessoas não gostam de ser confrontadas. Exemplo: Prega sobre os judeus, não há nenhum aqui.
Evan Roberts: Senhor, dobra a minha vida.
2. O Espírito Santo é quem nos regenera (Jo 3:5,8; Tt 3:5; Ez 37)
O Espírito Santo é livre – Ele sopra aonde quer. O Espírito Santo onde jamais sopraríamos. Ele apanha as coisas loucas para envergonhar as fortes. Exemplo: O colportor do Rio que foi convertido em Bangu I lendo um dos meus livros.
O Espírito Santo é soberano – Ninguém pode deter o vento. Ele chama e chama irresistivelmente. O Espírito Santo dirige, fala, escolhe, separa.
O Espírito Santo é incompreensível – Não sabes de onde vem nem para onde vai. Ele não pode ser domesticado, controlado.
O Espírito Santo é sobrenatural – O homem não pode soprá-lo nem produzí-lo. “O que é nascido da carne é carne”. O homem não pode mudar a si mesmo.
3. O Espírito Santo é quem nos santifica – (Lc 3:3-6; 2 Ts 2:13; 1 Co 6:11; Ef 1:4).
O Espírito Santo nos transforma. Não é reforma, apenas uma caiação, um verniz.
Stanley Jones diz que o maior inimigo do cristianismo é o subcristianismo.
Maratma Gandi disse: “No vosso Cristo eu creio, eu só não creio no vosso cristianismo”.
Estamos desesperadamente precisando de santificação. Os crentes estão vivendo como aqueles que não conhecem a Deus: no lar, nos negócios, no lazer.
4. O Espírito Santo transforma o nosso corpo em santuário e habitação de Deus (1 Co 6:19).
Êxodo 25:8 diz que Deus fez um santuário para habitar no meio do povo.
Esse santuário foi feito de acácia. Depois corpo de ouro. Lá estava a arca da aliança onde a glória de Deus se manifestava. Onde ia o santuário, ia transportando a presença de Deus. Deus habita em nós. Onde você vai, você vai transportando a presença de Deus.
Seu corpo é um templo. Sua vida um culto. Suas ações uma liturgia.
5. O Espírito Santo é o nosso intercessor espiritual (Rm 8:26-27)
O Espírito Santo nos assiste em nossa fraqueza. Temos fraquezas. A força não vem de dentro, mas do alto. Ele não nos escorraça porque somos fracos, mas nos assiste.
O Espírito intercede por nós: 1) Intensamente; 2) Agonicamente; 3) Eficazmente.
6. O Espírito Santo é quem nos dá vitória sobre o pecado (Gl 5:16,24)
Só mediante a força, o poder do Espírito Santo pode crucificar a carne com suas paixões e desejos. Só quando somos cheios do Espírito Santo podemos vencer o pecado que tenazmente nos assedia.
Se alimentamos o Espírito, vencemos. Exemplo: o cão preto e o cão branco.
7. O Espírito Santo é a fonte da vida abundante (Jo 7:37-39)
Deus tem para nós uma fonte que jorra para a vida eterna.
Jesus falou de rios de água viva que fluem do nosso interior.
Dwight Limman Moody e sua experiência de plenitude.
Os crentes que foram cheios do Espírito Santo no Pentecoste viveram uma vida superlativa, abundante: oração, Palavra, comunhão, testemunho.
8. O Espírito Santo é a garantia da nossa Salvação (Ef 1:13-14)
O Espírito é o selo: Propriedade + Inviolabilidade + Autenticidade.
O Espírito é o penhor: garantia + anel de noivado.
9. O Espírito Santo é quem nos dá poder (Lc 3:16; 3:21-22; 4:1; 4:14; 4:17-18; 24:49; At 1:3-5,8; 2:4; 4:8; 4:31; 1 Co 2:3-5; 1 Ts 1:5)
Jesus não abriu mão do poder.
A igreja apostólica não abriu mão do poder. Os discípulos já eram regenerados. Eles já possuíam o Espírito Santo, mas eles não estavam cheios do Espírito Santo. Eles precisavam ser revestidos com o poder do Espírito Santo.
Nós, que cremos, também temos o Espírito Santo, mas precisamos do revestimento do poder para testemunhar, para viver, para morrer, para perdoar, para fazer a obra (Zc 4:6).
A ordem de Deus é: enchei-vos do Espírito: Imperativo + Plural + Voz Passiva + Presente Contínuo.
CONCLUSÃO
Conclamo a nossa igreja a honrarmos o Espírito Santo.
Temos pecado contra o Espírito:
a) Temos entristecido o Espírito – quando o desobedecemos, quando não seguimos sua direção, quando quebramos a comunhão, quando proferimos palavras torpes.
b) Temos apagado o Espírito – quando tiramos o combustível que o alimenta: Palavra, oração.
Conclamo a igreja a vivermos no Espírito, a andarmos no Espírito, a seguirmos a direção do Espírito, a exercermos os dons do Espírito, a produzirmos o fruto do Espírito, a sermos cheios do Espírito, a sermos reavivados pelo poder do Espírito! Amém!