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Depois de publicar tantos livros na área de louvor e de adoração, frequentemente aparecem temas que precisam ser atualizados. E este é um deles. Meus livros publicados desde 1985 nesta área foram: O Ministério de Louvor da Igreja; Louvor e a Edificação da Igreja; Ministério de Louvor: Revolução na Vida da Igreja; Formando Verdadeiros Adoradores, Deixem Soar os Tamborins e, por último o Livro de Ouro do Ministério de Louvor. Da lista acima apenas Deixem Soar os Tamborins e o Livro de Ouro do Ministério de Louvor estão disponíveis no mercado.
Apesar de tanta informação e orientação e de tantos livros publicados por autores brasileiros e estrangeiros, e de haver também seminários de treinamento nesta área por todo o Brasil – com Marcos Witt, Asaph Borba, Sóstenes Mendes, Gerson Ortega, Adhemar de Campos, Massao Suguihara – apenas para citar os dinossauros (termo que uso para os pais do ministério de louvor no Brasil e no mundo) – que me desculpem o Sóstenes e o Massao, mas eles entraram também na galeria dos dinos – percebo que abundam grupos ou conjuntos ou bandas gospel, mas poucos grupos ou bandas que se dedicam exclusivamente a levar o povo a adorar a Deus e não a participarem de shows.
Alguns que aqui citei lutam constantemente com a tentação de participarem de shows e de fazer escolhas entre o palco e o altar; entre serem obsequiados com ofertas generosas e cobrar cachês altíssimos – e olha que as despesas desses irmãos são enormes – e, no entanto, até onde sei procuram manter uma postura ética no ministério que receberam de Deus.
Bem, apesar de tanta informação disponível, poucos são os grupos de louvor das igrejas que se dedicam ao ministério com a missão de treinar e levar a congregação local na vida de louvor e de adoração.
A maior parte dos grupos que conheço é formada para dar show, gingar, ter fama e lucrar com o ministério de louvor, o que é um desperdício do talento musical e do talento espiritual concedido por Deus. Bem, nem todos os grupos têm talento espiritual que é bem diferente do que ter talento técnico e natural.
Quando converso com os líderes desses grupos eles me afirmam que compõem para glorificar a Deus – intenção muito boa – mas que ao fim e a cabo pensam em sua própria glorificação, em cachês e fama!
E olha que nas Escrituras técnica e espiritualidade andam de mãos dadas. Exemplo disso eram os levitas músicos estabelecidos por Davi para adoração vinte e quatro horas. Eram homens capacitados, que entendiam de música e de técnica apurada, unicamente para Deus. Quer dizer, técnica musical e espiritualidade a serviço de Deus, já que foram postos ali no templo para o serviço de Deus e não para agradar o gosto musical do povo.
E não me refiro aqui a melodia, ritmos e instrumentos musicais – porque adoração independe dessas coisas – já que adorar é estilo de vida e não estilo musical. Sobre isto trato com profundidade em meu Livro de Ouro do Ministério de Louvor lançado pela Z3 ideias.
São poucos os grupos que se dedicam ao ministério de louvor, e muitos os que se dedicam a shows, inda que tais shows ocorram durante o culto congregacional e sejam limitados a igreja local.
Na realidade, a maioria dos grupos de louvor pensa apenas em shows durante os cultos da igreja. Para estes o púlpito é o palco e não o altar. Estão mais para show que adoração a Deus.
Talvez resida aí a resistência dos pastores mais antigos aos novos cânticos e aos grupos de louvor, sua resistência à uma nova liturgia preferindo que sejam tocados os hinos dos hinários apenas com piano ou órgão, porque na tentativa de atualizar os cultos da igreja se decepcionam com as apresentações de seus jovens que ainda insistem em show em vez do altar.
Entendo esses pastores e compreendo porque reagem negativamente a tais grupos. Ao frequentar alguns cultos em igrejas pentecostais e históricas e me deparando com tais grupos conduzido o louvor da igreja eu também me decepciono e mais: Sinto-me envergonhado, pois que sou conhecido por inovar e trazer para a igreja brasileira desde 1976 uma nova liturgia. Assim, os pastores me dizem que querem atualizar sua liturgia, mas seus músicos e cantores os decepcionam dando apenas show. Bateristas inexperientes que tocam exacerbadamente alto e acham que as baquetas servem apenas para fazer barulho; guitarras solo com trinados desnecessários em que se percebe que o músico está mais para show do que para louvor; contrabaixos com sons extremamente altos e que, por produzirem sons graves abafam os demais sons; hinos com letras difíceis e incompreensíveis, e às vezes sem métrica alguma em que as letras são engolidas porque não cabem e nem podem ser cantadas com propriedade dentro do compasso perdendo seu sentido, e, por aí continuam as reclamações dos pastores.
Apesar do treinamento e dos seminários de louvor muitos desses músicos desprezam o que lhes é ensinado preferindo andar na contramão da igreja e na mão do mundo realizando shows, inda que o tubo de ensaio deles não seja mais a garagem da casa, mas os cultos da igreja.
Dirigentes de louvor e equipes de músicos das igrejas – ouçam! Enquanto muitos de nós vemos nos cultos da igreja a oportunidade de nos tornar adoradores e mostrar de que tudo o que fazemos é para Deus com técnica e espiritualidade, vocês são pedras de tropeço porque impedem que os pastores mais antigos experimentem uma nova liturgia e tenham em suas igrejas cultos com mais vida e dinamismo do Espírito Santo. Tais pastores esperam tanto de vocês e decepcionados preferem continuar como antigamente!
Insistiremos em ter grupos de louvor e não em ter conjuntos musicais. Leiam os livros disponíveis no mercado, aprofundem-se no conhecimento técnico e espiritual e parem de decepcionar seus pastores!
Mas também dou um conselho aos pastores:
Todos os músicos e cantores que participam do culto devem ter envolvimento com a vida normal da igreja, isto é, devem participar da evangelização, das reuniões de oração, do discipulado, enfim, envolvidos na vida da igreja, com relacionamentos intensos, com compromissos nos problemas sociais da congregação, ajudando nos projetos etc.
Pastores que me leem! Façam isto, e vocês não terão mais grupos para shows, mas verdadeiros ministros de Deus!
Um comentário:
Amém, muito útil, quem dera todos lessem esse texto. Que Deus te abençoe!
Josué A. Colodro
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