Numa convocação de oração para homens, mais de 200 prontamente responderam. Coisa bonita de se ver. Dois mil anos de cristianismo e ainda está viva a chama que faz com que pessoas deixem o conforto de suas casas para reunirem-se num lugar afastado, longe da civilização, para contemplarem os céus e participarem de momentos intensos de oração coletiva.
Mas então não pude deixar de reparar na ORDEM com que as orações acabaram por ser dirigidas. E isto sinceramente me incomoda muito. Principalmente por que não estou falando do erro alheio, mas de erros dos quais eu sou cúmplice.
As orações foram realizadas na seguinte ordem: para os empresários; para as autoridades; para os autônomos; para os artistas e médicos; para os professores…
Então imediatamente imaginei como seria a figura de Cristo mobilizando um grupo de oração. Ele chamaria seus doze discípulos e dirigiriam-se a um certo “monte” afastado. E lá começariam orando na seguinte ordem: primeiro para o Império Romano; depois para os Fariseus; para os Saduceus; para os Publicanos cobradores de impostos…
Ei! Pera lá! Jesus jamais fez estas orações. E afirmava que o seu Reino não era deste mundo. Que nada tinha a ver com este modelo de organização social e política estabelecidos. Este mundo, seus líderes e seus interesses, apesar de estarem debaixo da autoridade divina, ainda sim não fazem parte DO REINO.
Jesus não serviria para ser pastor em uma igreja evangélica contemporânea. Por que sua insistência em orar prioritariamente pelos perdidos, pelos abandonados, pelas viúvas, pelos órfãos, pelos que sofrem… por todas as ovelhas perdidas… ahhh… essa insistência de Jesus o desqualifica para o nosso sistema.
Somos melhores que Cristo?
Então por que nossos interesses são tão divergentes dos valores do Reino?
Ou será que minha bíblia está errada?
Priorizamos o que é realmente importante?
Fonte: http://www.ariovaldo.com.br/
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