domingo, 4 de setembro de 2011

De Quem é a Guerra? – C. H. Spurgeon




Saberá toda esta multidão que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR ê a guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos.
1 Samuel 17.47

Esta verdade deve permanecer sempre estabelecida: a guerra é do Senhor. Podemos estar certos da vitória, que se realizará de tal maneira que, no melhor de tudo, será uma demonstração do poder de Deus. O Senhor tem sido bastante esquecido por todos os homens, sim, mesmo pela congregação de Israel.

E, quando houver uma oportunidade para fazer os homens perceberem que a Causa Primária de Todas as Coisas é capaz de atingir seus propósitos sem o poder do homem, esta será uma ocasião preciosa que deve ser bem utilizada. Mesmo o Israel de Deus confia muito na espada e na lança. Foi algo sublime não existir qualquer espada nas mãos de Davi e, igualmente, uma oportunidade para ele saber que seu Deus venceria todo o exército de inimigos.

Se estamos realmente lutando em favor da verdade e da justiça, não esperemos até que tenhamos talento, riqueza ou qualquer outra forma de poder visível à nossa disposição. Mas, com as "pedrinhas" que acharmos no ribeiro e nossa "funda", avancemos para enfrentar o inimigo. Se estivéssemos em nossa própria guerra, não teríamos confiança. Porém, se estamos permanecendo firmes por amor a Jesus e lutando apenas com seu poder, quem nos pode resistir? Sem qualquer hesitação, enfrentemos os filisteus, pois o Senhor dos Exércitos está conosco: quem será contra nós?

A igreja


Escrito por 
A igreja está lotada nessa noite. Mais um domingo normal, na vida de qualquer membro daquela igreja. O culto começa pontualmente. Ela, que por acaso passava por ali, ouvia uma música tão linda, tão suave, tão confortadora, que parecia ser um coral de anjos chamando-a. Na letra da canção, ela podia ouvir claramente que alguém nesse mundo a amava, que Ele se encontrava naquele lugar, que Ele podia limpá-la. Seu coração pulou ao ouvir a palavra “amor”. Na verdade, fazia muito tempo que ela não sabia o que era isso. Amor, ela só lembra de ter sentido quando era criança, quando seus pais ainda estavam juntos. Mas não lembra de sentir amor, quando se largou nas esquinas dessa vida.
Ela, entra naquele local, procurando uma cadeira vazia, bem no fundo, de preferência. Sabe que está atrasada. Ninguém dá as boas vindas para ela, tudo bem. Avista uma cadeira vazia do outro lado do salão. Timidamente e na ponta dos pés, caminha até lá. Ela não sabe ao certo o que está fazendo ali, mas ela sabe que esse é seu lugar. Enquanto dirige-se à cadeira vazia, reflete sobre sua vida e suas decisões. Sabe que tem tido uma vida errada, mas ela quer mudar. O que mais a machuca, não são as marcas em seu corpo e em sua alma. O que mais a machuca são os olhares julgadores daquelas pessoas ali.
Quando finalmente chega ao lugar vazio, uma garota imediatamente coloca a sua bolsa na cadeira e diz que o lugar está ocupado. Ela dá um sorriso e responde: tudo bem. Quando ela sai, consegue ouvir a garota dizendo à amiga ao lado: quem é essa garota? Você viu…
E ela prefere não ouvir mais nada. Ela sabe muito bem quem ela é, não precisa que os outros lhe falem. Sem lugar para sentar, ela resolve ficar de pé, na porta, ao lado de fora mesmo, para que não fiquem olhando para ela.
Sabe que não está com a roupa adequada para a ocasião. Mas consegue ver meninas com roupas quase iguais às suas. Ela pensa que talvez, não esteja tão errada assim. Sabe que o lugar que ela estava ontem, não tem o mesmo cheiro que tem essa igreja.  Mas ela está ali. Ansiosa para conhecer Aquele que falaram que a ama. Quem será que é Ele? Como Ele é?. Espero que alguém, logo me  apresente para esse Alguém.
Mas o tempo vai passando. Ela olha no relógio grande, colocado na parede. Até agora, ela ouviu as pessoas cantando músicas, que falam sobre esse Homem, ou músicas que falam sobre Deus.
Deus. Essa palavra não me é estranha. Pensou. Sei que estou em uma igreja. Já ouvi que essa é a casa de Deus. Lembro-me de mamãe, ajoelhada ao lado da minha cama orando a Deus, pedindo que Ele me protegesse. Ela sempre me falou que Ele me amava muito. Acho que ela estava errada, pois Deus não poderia amar alguém como eu, com uma vida suja, uma vida errada.
Mergulhada em seus pensamentos, nem entendia o que aquela cara lá no púlpito falava. Ela tinha uma sede dentro de si, uma sede que ela não sabia o que era, não sabia do que. Mas com o passar daqueles minutos, essa angústia e esse vazio dentro de si só aumentavam. Desesperada, com os olhos cheios de lágrima, estava disposta a colocar um fim naquela angústia. Se alguém não lhe apresentasse logo, o tal Homem que cura, que liberta, que a ama, ela iria embora.
Término do culto. Mesmo ela ali, parada na porta, chorando, parecia invisível aos outros. As pessoas desviavam o olhar. Do outro lado do salão, uma jovem a observava e sentia uma enorme vontade de abraçar aquela pobre criatura, mal vestida e com frio. Afinal, a pregação da noite tinha sido sobre amar ao próximo como a ti mesmo. Quando deu um passo em direção à moça parada na porta, sua mãe a puxou pelo braço, dizendo que não se misturasse, que aquela moça, não valia a pena. Não perca seu tempo com ela, vamos embora.
A nossa personagem vai embora sem conhecer Aquele que havia morrido por ela, Aquele que a amava e queria estar com ela. Ela não O conheceu, porque ninguém foi capaz de apresentá-Lo a ela. Ela nem ao menos sabia se Ele se encontrava ali ou não.
Com tanta dor em seu coração, tantas cicatrizes, tantas lágrimas, tristezas, não sabemos se a nossa personagem saiu dali naquela noite e foi procurar o amor em algum lugar errado, em alguma bebida, em alguma droga, em algum homem. Não sabemos se ela continua a sua busca por Aquele que ela ouviu que a amava ou se ela não tirou a própria vida naquela madrugada. Não sabemos.
Mas deveríamos ter lhe apresentado o seu Libertador.  Afinal:
Jesus pagou um preço muito alto
Para nós selecionarmos e escolhermos quem pode vir
E somos o corpo de Cristo
“Mas se somos o corpo
Por que Seus braços não estão alcançando?
Por que Suas mãos não estão curando?
Por que Suas palavras não estão ensinando?
E se somos o corpo
Por quê Seus pés não estão indo?
Por quê Seu amor não está mostrando-lhes que há um caminho?
Há um caminho”
Baseado na música If we are the body (Se somos o corpo) de Casting Crowns. 
História baseada em fatos reais na história de alguém que talvez você já viu dentro da sua igreja.

domingo, 28 de agosto de 2011

Estratégias humanas??? - O Evangelho funciona!



Por Martyn Lloyd-Jones 

(O Evangelho) funciona — é «o poder de Deus para a salvação». Não causa surpresa que Paulo use a palavra «poder», escrevendo para Roma. Essa era a palavra importante para os romanos. Tendiam por julgar tudo em termos de poder. . . o poder era para Roma o que a sabedoria era para Atenas.

Os romanos não dariam atenção a coisa alguma que não funcionasse e que não tivesse poder. . . Paulo sabia disso, e, porque o sabia, lançou seu desafio. Queriam provar o Evangelho por seus resultados? Muito bem, ele estava pronto a satisfazê-los.

Não só isso; estava pronto a desafiá-los. Que é que todo o saber, toda a cultura e todas as religiões de Roma tinham produzido realmente? Se estavam querendo resultados, bem, que os produzissem. . . Qual o objetivo e qual o valor de todas as filosofias, se não podem solucionar os problemas da vida?

Ele mesmo, Paulo, outrora se gabara da lei judaica e do seu bom êxito em cumpri-la. Mas ele chegou a perceber que tudo aquilo de que se orgulhara não passava de coisas externas; quando chegou a vislumbrar o real e interior significado da lei, descobriu que ele era um fracasso completo.

Desenvolve ele esse tema no capítulo 7 de (Romanos). Todos os esforços humanos para resolver os problemas da vida falham, seja que se restrinjam a seguir linhas puramente intelectuais, ou que consistam em esforços e lutas morais, ou em penoso jornadear pelas veredas do misticismo. Mas o Evangelho que Paulo agora pregava, funciona! Tinha funcionado em sua própria vida. Tinha mudado e transformado tudo! Tinha trazido paz e repouso à sua alma e tinha tornado vitoriosa a sua vida.

E o mesmo resultado tinha sido obtido pelo Evangelho em inumeráveis milhares de pessoas. Como aconteceu isso? . . . É somente o Evangelho que enfrenta e desmascara o problema fundamental do homem e suas necessidades, e o trata como deve ser tratado. . . Somente o Evangelho faz o diagnóstico exato; somente o Evangelho tem o remédio. 

Lendo a Bíblia em vão – Charles Haddon Spurgeon



Devemos entender aquilo que lemos na Palavra de Deus, sendo que de outra forma, lemos em vão, reconhecemos que quando passamos ao estudo das Escrituras Sagradas devemos esforçar-nos para ter nossa mente bem atenta. Parece-me que nem sempre estamos em boas condições para ler a Bíblia. As vezes, seria bom fazermos uma pausa antes de abrirmos o Livro. "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa." Você acabou de chegar de seus negócios seculares, com seus cuidados e ansiedades, e não consegue pegar naquele Livro e imediatamente penetrar nos seus mistérios celestiais.

Assim como você pede a bênção sobre sua refeição antes de começar a comer, também seria uma boa regra pedir uma bênção sobre sua leitura da Palavra antes de ingerir sua comida celestial. Ore para que o Senhor abra os seus olhos espirituais, antes de você ousar olhar para a luz eterna das Escrituras. A leitura bíblica é a hora de nossa refeição espiritual. É só tocar a sineta e convidar todas as faculdades mentais à mesa do próprio Senhor para fartar-se com a comida que agora está pronta; ou, melhor, que soe como o toque dos sinos da igreja em convite para a adoração, porque o estudo das Sagradas Escrituras deve ser uma ação tão solene como nosso ato de adoração na casa do Senhor.

Meditação na Palavra

Se a leitura começar dessa forma, você perceberá imediatamente que, para compreender aquilo que lê, precisará meditar a respeito. Alguns trechos bíblicos ficam claros diante dos nossos olhos — baixos abençoados onde os cordeiros podem chapinhar; existem, no entanto, profundezas onde nossa mente poderia antes afogar-se do que nadar com prazer, se ela chegasse até lá sem cautela. Existem textos das Escrituras que foram feitos e construídos com o propósito de nos levar a pensar. Por esse meio, inclusive, nosso Pai celestial quer nos educar para o céu — fazendo-nos penetrar nos mistérios divinos com a nossa mente. Por isso, Ele nos oferece a sua Palavra de uma forma às vezes complexa, para nos compelir a meditar sobre ela, antes de chegarmos à sua doçura.

Ele poderia ter explicado tudo de tal maneira que captássemos o pensamento num só minuto, mas não foi da vontade dEle fazer assim em todos os casos. Muitos dos véus que são lançados sobre as Escrituras não têm a intenção de ocultar o significado aos leitores diligentes, mas de compelir a mente a ser ativa, pois muitas vezes a diligência do coração em procurar saber a vontade divina faz mais bem ao coração do que a própria sabedoria obtida. A meditação e o esforço mental cuidadoso servem como exercício e fortalecimento da alma, que passa a ficar em condições de receber verdades ainda mais sublimes.

Precisamos meditar. Essas uvas não produzem vinho até serem pisadas por nós. Essas azeitonas precisam ser colocadas debaixo da roda, e prensadas repetidas vezes, para que o azeite flua delas. Olhando para um punhado de nozes, percebemos quais delas já foram comidas, porque há um buraquinho onde o inseto furou a casca — só um buraquinho, e lá dentro há uma criatura vivente comendo a noz.

Ora, é uma coisa maravilhosa furar a casca da letra, para então ficar por dentro comendo a própria noz. Bem que eu gostaria de ser um vermezinho assim, vivendo dentro da Palavra de Deus, alimentando-me dela, depois de ter aberto caminho através da casca e ter chegado ao mistério mais interior do evangelho bendito. A Palavra de Deus sempre é mais preciosa para o homem que mais se alimenta dela.

No ano passado, sentado debaixo de uma faia nogueira que se estendia em todas as direções, e admirando aquela árvore tão maravilhosa, pensei comigo mesmo: Não tenho nem a metade da estima por essa faia do que o esquilo tem. Vejo-o, pulando de galho em galho, e tenho certeza que ele dá muito valor àquela velha faia, porque tem seu lar em algum oco dentro dela, os galhos são o seu abrigo, e aquelas nozes de faia são o seu alimento. Ele vive da árvore. É seu mundo, seu pátio de recreio, seu celeiro, seu lar; realmente, é tudo para ele; mas para mim, não, porque obtenho meu repouso e minhas refeições em outro lugar.

No caso da Palavra de Deus, é bom sermos como esquilos, habitando nela e vivendo dela. Exercitemos nossa mente, pulando de galho em galho na Palavra; achemos nela o nosso repouso e façamos dela o nosso tudo. O proveito será todo nosso, se fizermos dela nosso alimento, nosso remédio, nosso tesouro, nosso arsenal, nosso repouso, nossa delícia. Que o Espírito Santo nos leve a fazer assim, tornando a Palavra tão preciosa à nossa alma!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A porção de hoje é suficiente?


Por Adeildo Nascimento Filho

Vários personagens bíblicos me causam admiração, espanto, confusão e principalmente inspiração. Eliseu é um destes que me leva a vários pensamentos, raciocínios e exercícios de empatia.

Viver seguindo Elias devia ser algo fenomenal. Acompanhar seu ministério, suas ações a serviço de Deus e o seu caminhar cheio de aventuras, desventuras, controvérsias, indagações, traições, perigos, sucessos e amarguras deve ter sido uma escola de profeta e tanto. Ouvir falar de alguém e seus feitos é uma coisa, acompanhá-lo de perto é outra bem diferente. O contar das histórias cria ícones que, por vezes, ficam descolados das figuras humanas, com uma impressão de super-herói ou algo do gênero. Se quem conta um conto aumenta um ponto quem reproduz histórias as torna monumentais.

Que Elias foi um ícone bíblico ninguém nega. Mas qual seriam os comentários a respeito do mestre feito pelo aluno, pelo seguidor, pelo aprendiz, pelo companheiro, será que poderia dizer pelo amigo? Acho que sim. Prova maior são estas palavras: “Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei.”, só um verdadeiro e chato amigo poderia proferi-las. Ter referenciais é fundamental na vida de qualquer pessoa. De cristãos, em especial. Melhor ainda é ter referenciais e exemplos com os quais você possa caminhar junto diariamente.

Betel, Jericó e Jordão, um caminho final, uma estrada derradeira, o final de um tempo juntos, o final do aprendizado, o completar de um ciclo feito de lições práticas e diárias. No caminho avisos, provocações e gracejos… Seu senhor será tirado de você! Perdeu compadre! De agora em diante sua missão terminou. Não existira mais a quem seguir, não mais quem ajudar, não mais com quem aprender.

Aquele último trajeto foi decisivo na vida de Eliseu e meu exercício de empatia se fixa nos pensamentos a respeito do futuro: Se ele se for alguns talvez tenham em mim a continuidade do seu ministério; Será que aprendi como deveria? Será que sou capaz? Talvez mais algum tempo juntos? O final das coisas é sempre mais complicado que o início. Conseguir um moço para segui-lo era fácil, difícil agora é como se apartar dele. O meu exercício de empatia com Elias se foca na preocupação com a despedida. Acho que Elias, assim como a maioria de nós, não gostava dela. “Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou…” para cá, para lá e para acolá!… Melhor terminar com isso rapidamente, sem choro, sem despedidas, sem mais faça assim ou faça assado. Leio e enxergo um coração triste em Elias. Triste com a despedida de Eliseu.

Um rio, um capa dobrada, águas feridas e uma estrada a seco em sua frente. Como se não bastasse a preocupação sobre o futuro do ministério de profeta mais uma prova do poder de Deus sobre a vida do mestre deixa o aluno estupefato.

Sempre que idealizo Elias imagino, não sei por que, um sujeito sisudo. Mas num momento em específico me vejo enxergando um ar nunca antes visto na fisionomia de Elias. “Serei tomado de Ti Eliseu!”. Essa não é a frase expressa na bíblia mas gosto de parafrasear. “Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti.” Essa é a frase original. Se fosse um filme, a trilha sonora desse momento seria calma, tranquila, com muitas cordas e um close no olhar de Elias. Um momento sublime onde o mestre realiza um último pedido do aprendiz, um presente a lealdade, uma dádiva de despedida ao mais que aluno, ao amigo. Imagino que Elias não era assim tão bom – também como a maioria de nós – em expressar seus sentimentos e ali tentava usar uma linguagem de amor um pouco diferente, do jeito dele.

A câmera lentamente se move em direção ao rosto de Eliseu e lá encontra um homem surpreso com aquelas palavras. Acredito que ele não esperava essa atitude de Elias, não fazia o tipo dele. Naquele exato momento imagino o espírito de Eliseu em busca do pedido perfeito, do pedido de coroaria todos os momentos que viveram juntos, algo que conseguisse unir o passado e o futuro no presente que a partir daquele instante seria só dele, Eliseu.

Pois bem, mesmo a bíblia não nos dando noção de tempo entre uma frase e outra, acredito que aquele momento não demorou tanto assim. A resposta surge auxiliada por outro espírito que não apenas o Dele. “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.” Quem teria pensado em pedido melhor? Nem Elias imaginava isso, haja vista sua resposta: “Coisa difícil pediste;”. Talvez o pensamento de Elias tenha sido: atrevido não? Seguido desse pensamento deve ter vindo a felicidade pelo pedido, afinal de contas, que professor não ficaria feliz com um pedido de um aluno como este? Só os orgulhosos.

Elias sabia, contudo, que a resposta do pedido não dependia apenas dele. O Espírito que o movia vinha dos céus. “Só se me vires quando for tomado de ti, então se fará.”. Ponto, seguem o caminho, andando e falando quando de repente: um carro de fogo, com cavalos de fogo os separam.

Disse Eliseu: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!”. Capa na mão e novamente um rio a frente. “Onde está o SENHOR DEUS de Elias?” e novamente uma estrada a seco em sua frente.

Pedido atendido. Porção dobrada concedida.

Imagino os líderes “cristãos” da atualidade se dirigindo aos jovens, as novas gerações e lhes perguntando o querem que lhes seja dado antes de partirem. Quais seriam os pedidos? Tenho receio deles. Porção dobrada do que dizem possuir seria suficiente para que seus seguidores espelhassem o exemplo de Elias na terra?

Vejo jovens andando com a água no pescoço porque não encontram líderes que possam lhes transmitir uma porção do espírito capaz de fazer um riacho se abrir a sua frente.

A porção do que hoje pregam, ensinam e vivem não é suficiente! E o SENHOR DEUS de Elias não é deus deles.

Sincretismo, O Abandono Do Verdadeiro Evangelho – Hernandes Dias Lopes



Fonte:http://www.vemver.tv/

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Música e adoração na igreja - Hernandes Dias Lopes

Referência: Salmos 40.3

INTRODUÇÃO
1. Perguntaram para Rick Warren, o que faria de diferente se tivesse que começar sua igreja de novo. Ele respondeu: “desde o primeiro dia eu colocaria mais energia e dinheiro no ministério de música”.
2. Davi no Salmo 40:3 fala sobre quatro atributo da música: 1) A origem da música; 2) A natureza da música; 3) O propósito da música; 4) O resultado da música.
3. Davi diz que há uma clara conexão entre música e evangelismo. Aristóteles disse que “a música tem o poder de formar o caráter”. A música é a principal comunicadora de valores para as gerações:
a) Na Reforma – foi a música que popularizou a doutrina da reforma luterana;
b) As canções de rock dos anos 60 e 70 forjaram os valores dos americanos dessas duas décadas.
c) A MTV molda os valores da maioria dos adolescentes.

I. A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR NA VIDA DA IGREJA

1. Quem louva agrada a Deus
O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
“O que me oferece sacrifício de ações de graça, esse me glorificará” (Sl 50:23).

2. Deus nos criou para o seu louvor
“Ao povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor” (Is 43:21).

3. Devemos louvar a continuamente
Louvor em todo o tempo: “Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Sl 34:1).
Louvor desde o amanhecer até o ocaso: “Do nascimento do sol até o ocaso, louvado seja o nome do Senhor” (Sl 113:3).
Louvor continuamente: “Os meus lábios estão cheios do teu louvor e da tua glória continuamente” (Sl 71:8).

4. O louvor e a adoração são as principais razões de virmos à igreja
“Vinde, ajoelhemos e prostemo-nos diante do Senhor que nos criou” (Sl 95:6-7).
Adoração implica sempre em reconhecimento da majestade de Deus. Sempre que a igreja adorou em Apocalipse ela estava prostrada.

5. Deus rejeita adoração da igreja se a vida dos adoradores não estiver certa com Deus
Isaías 1:11; Amós 5:21-24; Malaquias 1:10. Deus procura a verdade no íntimo. Deus vê o coração. O Publicano e o Fariseu foram ao templo. Quem saiu justificado não foi aquele que proclamou sua justiça, mas o que confessou o seu pecado.
Se contemplarmos vaidade em nosso coração, Deus não nos ouve (Sl 66:18). Coração quebrantado Deus não rejeita (Is 57:20). O que confessa e deixa alcança misericórdia (Pv 28:13).
Salmos 133 quando a igreja vive em união ali ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre.

6. O louvor alivia o fardo
Jó disse que Deus inspira canções de louvor nas noites escuras.
O louvor reduz o efeito da pressão. Satanás quer que estejamos desolados e melancólicos, quando passamos por tempos difíceis. Ilustração: Spafford.
Como nos libertar dessas nuvens escuras? Louvando a Deus continuamente! Quando louvamos, sacudimos o jugo da angústia. Trocamos o espírito angustiado por vestes de louvor (Is 61:3).
Enquanto estamos desolados e deprimidos, não manifestamos a vitória de Deus. Catarina Van Bora disse para Lutero: “Deus morreu”.
O louvor nos põe fora do problema, dentro da solução e sob as bênçãos de Deus.

7. O contínuo louvor transforma o temor em fervor
É impossível louvar a Deus e permanecer desanimado: “Por que estás abatida, ó minha alma? Espera em Deus, pois eu ainda o louvarei” (Sl 42:5).
Quando louvamos a Deus, a nossa fé se torna mais forte: “Firme está o meu coração ó Deus, o meu coração está firme: cantarei e entoarei louvores” (Sl 57:7).
O louvor transforma a adversidade em bênção, nossa fraqueza em força divina: “O senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia; nele fui socorrido; por isso o meu coração exulta e com o meu cântico o louvarei” (Sl 28:7).

8. O louvor abre portas que doutra forma não seriam abertas
Reclamar, lamentar, murmurar, ficar magoado abre brecha para Satanás (Ef 4:26-27), mas o louvor amarra a Satanás (Sl 149:6-8). O louvor mostra ao inimigo que não caímos em seus truques, mostra que confiamos no Deus onipotente.
Deus habita no meio dos louvores e onde Deus está o diabo precisa fugir (Sl 9:1-3; 18:3).

9. O louvor não é consequência da vitória, é causa da vitória
2 Crônicas 20:21 e Atos 16 revelam que o louvor é a causa da vitória e não apenas sua consequência. Louvamos para vencer. Louvamos para derrotar o inimigo. O louvor nos põe acima das nuvens escuras. Ilustração: o dia que o meu pai morreu.
O louvor proclama a vitória antecipadamente: Miriã cantou o cântico certo no lugar e na hora errada.

10. Aspectos grandiosos do louvor
a) O louvor é da vontade de Deus
“Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5:18).
b) O louvor é resultado da plenitude do Espírito Santo
“Mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos , entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais…” (Ef 5:18-20).
Efésios 5:19-20: fala de comunhão; adoração e gratidão. Onde há contendas e ciúmes a adoração não pode subir como aroma suave.
c) O louvor é resultado da plenitude da Palavra em nós
“Habite ricamente em vós a Palavra de Cristo… louvando a Deus com salmos e hinos e cânticos espirituais” (Cl 3:16).

II. A INSTRUMENTALIDADE DA MÚSICA NA IGREJA

1. A música é um veículo
A músca é um veículo de comunicação anterior à palavra. O ritmo interfere em nossa estrutura muscular, altera nosso pulso cardíaco, nossa velocidade de marcha, ou nosso sistema respiratório. A melodia interfere poderosamente com as emoções humanas e pode levar pessoas da alegria às lágrimas ou da euforia à calma em poucos instantes. A harmonia interfere no esforço intelectual do ouvite para apreciar a música.
a) 1 Sm 18:7; 21:11; 29:5 – A música das mulheres de Israel provocaram uma revolução em Israel: A música chegou aos ouvidos de Saul e do povo e permaneceu influenciado o povo durante muito tempo. A música espalha a mensagem.
b) A música de Lutero – espalhou-se além de Wittembert para os leigos, componeses e pobres aldeões a mensagem da Reforma.

2. A música como comunicação do homem para Deus e de Deus para o homem
Se o homem fala a Deus através dos cânticos religiosos, também Deus pode falar ao homem por seu intermédio. Música é um bom veículo para o homem falar com Deus, mas também é eficiente meio para Deus falar ao homem.

3. A música como impressão
A música impressão tem como propósito um apelo emotivo sobre as pessoas. O objetivo não é comunicar uma mensagem, mas provocar um sentimento.
Agostinho: “Quando, às vezes, a música me sensibiliza mais do que as letras que se cantam, confesso com dor que pequei” (Confissões, p. 219,220).
Nas Institutas Calvino alertou para o perigo da música impressão. “Impõe-se diligentemente guardar que não estejam os ouvidos mais atentos à melodia que a mente ao sentido espiritual das palavras… cânticos que têm sido compostos apenas para o encanto e deleite dos ouvidos nem são compatíveis com a majestade da Igreja, nem pode a Deus não desagradarem sobremaneira” (Institutas III, p. 20,32).

4. A música como expressão
Olha para música não como fim em si mesmo, mas como instrumento, canal para comunicação de uma mensagem. Os textos são bem elaborados e escolhidos para que sua mensagem seja entendida e fixada.
O que despertou certa antipatia nos Reformadores e pais da igreja quanto ao uso de instrumentos na igreja é que a música não estava sendo instrumento para a mensagem, mas substituto dela. Era a música pela música. A música tinha uma função apenas de impressão.
A música deve ser serva do texto e não espetáculo em si mesma. Lutero dizia que a música deve ser sermão em sons.
Na igreja não espaço para execução da música como espetáculo; na igreja ela é serva da mensagem, veículo da mensagem.

III. PRINCÍPIOS SOBRE ADORAÇÃO

1. Somente os salvos podem verdadeiramente adorar a Deus
Adoração é a expressão do nosso amor por Deus, por quem ele é, pelo que ele disse, pelo que ele está fazendo.
Não podemos confundir cantar com adorar. É possível cantar sem adorar e é possível adorar sem cantar.

2. Não precisamos de um prédio para adorarmos a Deus
Deus não habita em templos feitos por mãos de homens (At 17:24). Jesus disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20).

3. A adoração tem muito muito mais a ver com a essência do que com estilo
Ao redor do mundo, pessoas diferentes adoram a Deus com estilos diferentes. Entretanto, toda adoração precisa ser em espírito e em verdade. Ou seja, precisa ser verdadeira e sincera.
Adoração não é tanto uma questão de estilo de música ou quantidade de instrumentos que usamos, mas uma atitude de coração disposta a glorificar a Deus. Não é show. O show visa a glória do homem, a adoração visa a glória de Deus (Ap 14:7).

4. A adoração é um poderoso testemunho para os não crentes
Uma coisa é a doutrina da onipresença de Deus, outra é a presença manifesta de Deus. O que produz impacto nas pessoas é a presença de Deus perceptível no culto da igreja. Essa presença manifesta derrete os corações e destrói barreiras mentais.
Existe conexão estreita entre adoração e evangelismo. A meta do evangelismo é produzir adoradores para Deus. Evangelismo é a missão de recrutar adoradores para Deus.

5. A adoração precisa produzir em nós um profundo senso de admiração
Isaías quando contemplou o Senhor do seu santo templo ficou extasiado com a glória e a majestade do Senhor. Precisamos resgatar segundo Tozer essa percepção da mejestade de Deus em nossos cultos.
Isaías ficou extasiado com a santidade de Deus, com a pecaminosidade da sua vida, com a grandeza da graça e com a urgência da obra.

IV. A DINÂMICA DA MÚSICA NA IGREJA

1. Acelere o passo e o dinamismo do culto
No culto não pode ter improvisação.
O som precisa estar testado. Tudo precisa estar no lugar antes das pessoas chegarem.
Não deixe “hora morta” no culto: o solista que vai cantar, já precisa estar no primeiro banco. Entre um passo e outro não pode existir intervalo.
O dirigente de cânticos não deve parar em cada cântico para fazer um comentário, isso quebra a dinâmica. Não pode existir uma liturgia dentro da liturgia.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos revelou que a maioria das pessoas que saem da igreja é porque acham o culto boring.

2. Fuja da previsibilidade
O culto é um evento único, singular, irrepetível. É um tríplice encontro: com Deus, com os irmãos e consigo.
O culto precisa ser estudado, elaborado. Precisa existir uma expectativa da intervenção de Deus em cada culto. Deve existir um entusiasmo persuasivo no começo de cada culto que diz: “Algo bom está para acontecer”.

3. Escolha as músicas certas para cada momento
As músicas precisam ser oportunas, pertinentes para cada momento do culto.
É preciso conhecer a letra antes de ensinar um cântico. Hoje temos uma explosão de música de consumo cujas letras são sofríveis.

4. Enriqueça o repertório buscando coisas novas e antigas
Temos um reservatório imenso. Algumas igrejas só cantam as músicas clássicas. Outras só cantam as músicas contemporâneas. Nem tudo o que é antigo é bom e nem tudo que é novo é bom. Precisamos escolher o melhor do antigo e do contemporâneo.

5. A música pré-gravada antes e depois do exercício devocional é rico recurso espiritual
Hoje vivemos com música no carro, em carro, no banco, nas lojas. A igreja deve utilizar melhor o tempo que tem para veicular a melhor música. A música prepara, aquece, desperta, consola.

6. A celebração do culto precisa ser festiva
O culto não é um funeral. O Salmo 100 nos ensina a servir o Senhor com alegria e apresentarmo-nos diante dele com cânticos.

Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/