Por Hernandes Dias Lopes
O apóstolo João, em sua segunda carta, versículos 7 a 11, fala acerca de três perigos que a igreja enfrenta em relação aos falsos mestres e enganadores, que como lobos, espreitam as ovelhas de Cristo. Os falsos mestres sempre existiram e sempre procuraram se infiltrar no meio do rebanho para atacar as ovelhas. Esses enganadores negam, por exemplo, as verdades essenciais da fé cristã, como a encarnação de Cristo e sua morte vicária na cruz. Eles têm o mesmo espírito do anticristo e vêm para preparar seu caminho (2Jo 7). Esses lobos nem sempre colocam as unhas de fora. Na maioria das vezes, travestem-se de ovelhas para entrar no aprisco e devorá-las. Que cautela a igreja precisa ter? Quais são os perigos que precisamos evitar para não sermos atacados por essa alcateia de lobos?
1. O perigo de tornar atrás (2 Jo 8).
João alerta aos crentes para ficarem atentos a fim de não retrocederem e não perderem aquilo que foi realizado com esforço pelos verdadeiros obreiros de Deus. Quem retrocede na fé, quem escuta a voz dos falsos mestres e quem se afasta da igreja do Deus vivo para dar ouvidos às heresias perniciosas dos falsos mestres rifa sua própria alma no balcão do engano. O apóstolo João recomenda cautela, pois os falsos mestres não se apresentam como tal. Eles vêm com voz suave. São simpáticos, atraentes, bons comunicadores. Parecem sempre estar na frente, trazendo revelações novas e espetaculares. Mas, sorrateiramente ou mesmo explicitamente negam as verdades fundamentais da fé cristã e desconstroem os pilares do cristianismo. Seguir esses aventureiros é desviar-se da fé, é mergulhar na escuridão da mentira de Satanás e colocar os pés no caminho largo que conduz à perdição.
2. O perigo de ir além (2 Jo 9).
Os falsos mestres sempre ficam aquém das Escrituras ou vão além delas. Eles ultrapassam a doutrina de Cristo. Não têm a Palavra de Deus como única regra de fé e prática. Acrescentam à Bíblia alguma nova revelação. Ao fazerem isso, negam a veracidade e a suficiência das Escrituras. Negam também a Pessoa e a obra perfeita e completa de Cristo. Negam a salvação pela graça e introduzem mentiras perniciosas, fazendo-as passar pela última verdade a que todos os homens devem se render. O apóstolo Paulo já havia alertado aos crentes da Galácia que ainda que um anjo de Deus viesse do céu para pregar outro evangelho, além daquele que foi pregado, deveria ser rejeitado veementemente. Só há um evangelho. Só há uma mensagem salvadora. Buscar outros caminhos, outras fontes e outras revelações é cair num abismo trevoso, é desviar-se da verdade, é apostatar-se da fé.
3. O perigo de ir junto (2 Jo 10,11).
O apóstolo João é enfático em dizer que não podemos receber em nossa casa aqueles que trazem em sua bagagem a falsa doutrina, aqueles que negam nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador e Senhor. Não podemos dar as boas vindas a esses lobos travestidos de ovelhas, pois fazer isso é tornar-se cúmplice de suas obras más. Os falsos mestres são incansáveis em sua jornada de morte. Eles são itinerantes. Batem de porta em porta e buscam sempre uma oportunidade para enredar alguém com sua astúcia. A única forma de mantermos esses lobos fora do aprisco, longe das ovelhas e distante da nossa casa é firmarmo-nos na verdade. Sem o conhecimento das Escrituras, não teremos discernimento necessário para distinguir entre o lobo e a ovelha, entre a verdade e a mentira, entre o verdadeiro evangelho e o falso evangelho. Nesse tempo em que a sociedade organizada, por meio de suas mais respeitadas instituições, conspiram contra os valores espirituais e morais que devem reger a família. Nesse tempo em que florescem como cogumelo novas seitas bem como novas igrejas introduzindo novidades estranhas às Escrituras, arrebatando multidões aos seus redutos, precisamos nos acautelar e dar ouvidos à exortação do apóstolo João: Não torne atrás! Não vá além da doutrina! Não caminhe junto com os falsos mestres!
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