Postado por Rev. Geremias Vale
“O homem não sabe em que lugar colocar-se. Está visivelmente perdido e caiu de seu lugar sem conseguir reencontrá-lo. Busca-o por toda parte com inquietação e sem êxito em meio a trevas impenetráveis”. (1) Blaisé Pascal.
“O fim de um teólogo não é deleitar ouvidos, com arguir loquazmente, mas firmar as consciências, em ensinando o verdadeiro, o certo, o proveitoso.” (2) João Calvino.
Lembro de conhecer alguns indivíduos que sentem verdadeiro pavor à Teologia, para eles é até pecaminoso estudar Hermenêutica, Exegese, Homilética e etc... O que dá “IBOPE” (segundo tais pessoas) é ter um grupo musical que execute bem as músicas “gospel” do momento. Nada de pregar sobre: arrependimento; santificação; testemunho cristão, nem pensar em pregar as doutrinas da Graça - aliás, quanto às doutrinas, não se deve nem pensar nelas, quanto mais pregá-las. Este é o espírito anti-dogmático da parcela brasileira da igreja dita “evangélica” que não está nem aí para a Teologia.
Já ouvi certo cidadão dizer que não suporta Teólogos, pois estes já lhe deram muitos problemas. Alguém poderia pensar que Teólogos são pessoas intransigentes, carrancudas e promotoras de divisão, por isso causam problemas. No entanto o que foi constatado é que os problemas que os pobres difamados, que gastam de 4 anos e meio a 9 anos estudando as Escrituras (somente estudo formal acadêmico, a maioria dos Teólogos, no entanto, estuda a vida inteira) causam, é confrontar pessoas que usam “O Príncipe” de Maquiavel como seu próprio texto “teológico”, aprendendo assim através deste piedoso modo de viver e pensar, (nunca, nunca ensinar), para então conduzir seu “Movimento dos Sem Bíblias” da forma como bem entendem.
Surge então a pergunta, quem precisa de Teologia? O que importa é fazer a obra do Senhor. Dizem eles: na verdade, discussões sobre assuntos dogmáticos devem ser descartadas, pois não trazem edificação, temos que ser espirituais, e pessoas espirituais, não lêem livros como: O velho Hodge, menos ainda Franklin Ferreira, tão pouco se familiarizaram com João Bunyan. Estas leituras são para os não-espirituais. Disse certo homem um dia: Não formamos teólogos, formamos obreiros. Quero discorrer sobre isso, enfatizando que algumas pessoas não precisam de Teologia para o que fazem, nem para o que pretendem fazer, sobre isso discorro agora:
Quem não precisa de Teologia?
Os Falsos Apóstolos
Os “Apóstolos” de hoje sentir-se-iam ofendidos se fossem chamados de falsos apóstolos, pois se acham legítimos ministros de Cristo e seus apóstolos. Estes não precisam de Teologia, pois receberam sua autoridade diretamente de Deus, que lhes revela tudo, à semelhança dos apóstolos de Jesus Cristo, incluindo Paulo. Se acham ministros com uma mensagem restaurada de um ministério restaurado, isso parece conhecido, não? Exatamente, os mórmons aparecem nas casas com um “evangelho” restaurado, e com outro livro que afirmam ter a mesma autoridade da Bíblia.
Os Falsos apóstolos com suas doutrinas extravagantes, não precisam de Teologia, isso é coisa de “fanáticos” como Lutero, Calvino, João Wesley e outros tantos. Já se foram os tempos quando os evangélicos lutavam contra pseudo-apóstolos de fora de suas igrejas, hoje, no entanto, é uma febre ser apóstolo. Por que será que quanto mais apóstolos aparecem, tanto maior é o abuso às Escrituras, os absurdos ensinados aumentam e o impacto social diminui ao invés de aumentar, quando falo de impacto social, me refiro ao impacto positivo, como: diminuição da violência, da corrupção e etc... Não falo do impacto negativo, que na verdade tem aumentado, tal como: dólares no exterior, ensino de como arrecadar volumosas quantias de dinheiro flagrado pela TV, escândalos morais, falsas doutrinas, amuletos à semelhança do: sal grosso; banho de sal com arruda, cruz com pedra do sepulcro de Jesus, água do Jordão, ad infinitum.
Agora está pipocando de apóstolos aqui e acolá, da maneira mais natural do mundo, falta pouco para se vender apóstolos nas esquinas. Claro que apóstolos existiram, e agora vamos analisar o caso mais detalhadamente.
1° caso, Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”.
Esse texto de Efésios é amplamente usado pelos defensores do “apostolado”, o texto fica mais claro quando analisado dentro do contexto geral das Escrituras, pois de outra forma seria o princípio da uma heresia. Em outro texto parecido, 1Coríntios 12.28, lemos: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”.
2º caso. O único fundamento
Os textos acima citados declaram a existência do ministério apostólico?
Creio que para o período sim, pois o texto diz “primeiramente apóstolos” em segundo lugar “profetas”, então deixemos a Bíblia explicar a própria Bíblia. Apóstolos e profetas são descritos como primeiro e segundo consecutivamente, porque são o fundamento. Veja o que diz Efésios 2.20: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Jesus Cristo, a pedra angular”. Cristo é a pedra angular de esquina, e ninguém pode lançar outro fundamento (1Coríntios 3.10-11).
3º caso. Matias. Texto: Atos 1.14-26
Matias só aparece aqui.
Lançaram sortes
Não foi Cristo que o escolheu, mas foi por iniciativa de Pedro.
Mesmo assim tinha requisitos, que eram:
Ø Ter acompanhado os apóstolos, todo o tempo em que Jesus estava na terra ensinando, antes da crucificação.
Ø Desde o batismo de João até o dia da ascensão.
Ø E isso se passa no século I.
Tome outro o seu lugar (NVI) encargo (ARA), o seu Bispado (ARC). Liderança (ECA). Não diz no próprio texto usado por Pedro a palavra “Apostolado”, mas bispado, do grego “Episkopen” e não “Apostolous”, será que a Palavra se engana de cargo? Ou é de outros o engano?
Quantos apóstolos há?
Bliblicamente só 12. Veja Apocalipse 21.14.
Mas outros têm se designado apóstolos, embora não o sejam (Ap 2.2):
“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos”.
Barnabé e Paulo
At 14.14. “Barnabé e Paulo são chamados apóstolos” aqui o sentido de “apóstolos” é enviados, ou missionários, é só ver o contexto, no capitulo 13 eles são enviados à missão e então vão a Chipre, Antioquia da Pisídia e no capítulo 14 eles vão para Icônio, Listra e Derbe e etc... O contexto é todo da missão, assim também Barnabé é apóstolo (missionário). Eles entendiam o sentido das palavras, exatamente; o que os “Apóstolos” de hoje não entendem.
Veja a comparação: o Fulano comprou carne e fez um churrasco. Você entende o que quero dizer por “churrasco”? Creio que sim (Carne assada).
Por sua vez, o cachorro do seu Beltrano tomou um choque de 220 volts e virou churrasco (você entende?). A mesma palavra tem o mesmo uso? (obviamente que não).
Poderia dizer aos defensores dos apóstolos atuais: “entenderam ou querem que eu desenhe?”.
E Paulo?
Paulo é Apóstolo da mesma maneira que os 11 o eram, pois lá vão as suas credenciais:
Apóstolo aos gentios (Rm 11.13).
Pela vontade de Deus (1Co 1.1) não de homens (Gl 1.1).
Viu ao Senhor (1Co 9.1; cf. 9.3 e At 22.6-11, onde descreve essa situação).
Mesmo assim se considerou um abortivo=fora de tempo e isso no século I (1 Co 15.8).
Se Paulo, vendo ao Senhor, e isso no século 1º, mesmo assim considerou-se um abortivo, o que diremos dos tais “apóstolos” de hoje, quando já se passaram quase 20 séculos depois da era dos apóstolos?
2Co 13.8 – Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade.
Gl 4.16 – Fiz-me, acaso, vosso inimigo, dizendo a verdade?
Quem persevera na doutrina dos Apóstolos de Cristo não segue apóstolos de araque (2Co 11.13; At 2.42).
Os Falsos Profetas
Outro grupo que chama a atenção pelo seu desprezo à Bíblia são os falsos profetas. Conheci um dia um homem que se intitulava “profeta”. Ele veio à cidade vizinha de onde eu morava, e causou grande movimento entre muitos pastores que ficaram verdadeiramente eufóricos, por ter um “profeta” visitando a cidade. Na verdade o tal “profeta”, de aparência, era muito semelhante ao personagem Tattoo da série dos anos 70 e 80 chamada: “A Ilha da Fantasia”, só que a semelhança termina aí, pois a apresentação do dito “profeta” foi ridícula, isto é, sua mensagem, se é que poderia referir-me àquilo que ele falou como uma mensagem. Seu discurso foi pedir a alguém um sapato furado (não havia ninguém, por isso não pôde prosseguir com a profecia), mandou as pessoas correr desesperadamente em volta da igreja, falou contra o estudo da teologia, afirmando que era uma verdadeira maldição, e quanto aos teólogos, ele atribuiu-lhes tantos adjetivos detestáveis que não gostaria de repeti-los.
O ministério do tal homem era, segundo ele mesmo, “levantar apóstolos em todo o mundo”, e naquela região seriam quatro ao total, apenas dois deles foram “consagrados”.
Um depende do tempo para colocar na cabeça de suas ovelhas que ele é um apóstolo, o nome do outro ficou oculto, como o último segredo de Fátima.
Usam como base de seus pseudo-ministérios alguns textos fora de contexto, analisemos as referências e vejamos se o sistema não cai.
Ef 4.11.
Como já vimos “profetas estão classificados como fundamento” juntamente com os apóstolos e Cristo. Ef 2.20.
Argumentos a favor do ministério profético:
Mórmons- citam Amós 3.5 – mas Hebreus 1.1, nos informa que antigamente era assim, agora não.
Mateus 11.13, o período dos profetas foi até João.
Mas o caso de Ágabo? (At 21.10-11). Ágabo diz que os judeus entregariam Paulo nas mãos dos gentios, mas em At 23.12-25, está escrito que os judeus o queriam matar e Paulo não foi entregue por eles, mas foi tomado, para estar em segurança.
O fundamento é posto uma única vez.
Jesus predisse que nos últimos dias viriam falsos profetas (Mt 7.15) “ acautelai-vos dos falsos profetas”.
Mateus 24.11 “ surgirão falsos profetas e enganarão a muitos”
Mateus 24.24 “Falsos cristos e falsos profetas operando sinais e prodígios, se fosse possível enganariam até mesmo os eleitos”. 1João 4.1-6.
Os Falsos Pastores
Os falsos pastores, obviamente não irão estudar Teologia, se, no entanto estudarem, é apenas para conseguir um diploma para enfeitar parede. Certa criatura humana numa ocasião disse no púlpito que o estudo mais importante era o de uma certa profissão (coincidentemente, a de um visitante, profissional liberal, que visitava a comunidade naquele dia), e desprezava a teologia dizendo que ninguém precisa dela.
Certamente tal homem não leu D.M.Lloyd-Jones ou Spurgeon, eu ficaria até mesmo muito feliz se soubesse que tal pastor lê a Bíblia.
Os falsos pastores dizem que não precisam de Teologia, pois isso acabaria com o “zelo” espiritual quem eles têm. Mataria o desejo evangelístico de sua igreja, apagaria o fogo do Espírito em suas vidas, então se tornariam mortos, vazios e prolixos.
A espiritualidade que tais homo–não–sapiens defendem nada mais é do que seu modo de vida desregrado e vaidoso, sua maior preocupação é o próprio ventre, sempre preguiçosos. Não visitam os necessitados espontaneamente, somente quando após muito choro e vela são instados, não pela consciência, pois esta já há tempos foi cauterizada. Mas pelos outros que os questionam sobre o seu trabalho pastoral.
Para que estudar Teologia, quando a internet já tem sermões preparados?
Para que estudar Teologia se a preocupação é o entretenimento?
Para que estudar Teologia quando só se fala o que o povo quer ouvir?
Para que estudar Teologia quando se recebe “mensagens eletrônicas” vindas diretamente de Deus?
O que há alguns anos atrás era deboche através do Tim Tones (Personagem interpretado por Chico Anysio), hoje vive em muitos púlpitos através de jargões infelizes e interpretações jocosas das Escrituras.
Quando Deus retirar o fôlego de vida de tais embusteiros, e então se encontrarem diante de Deus para o julgamento final, aí se verá o que parecia ser tão espiritual, quando na verdade era obra da carne, vaidade, obra de demônios e mundanismo, tudo camuflado atrás de uma gravata e paletó.
Como alguém pode perder o que não têm? Certamente há alguns teólogos que não tem compromisso nenhum com Deus, no entanto veja qual é a sua teologia, analise sua crença. Geralmente vejo pessoas sem base nenhuma de fé fazendo todo o tipo de aberração, como profetizar a uma mãe que seu filho nascerá são e forte, e dará muitas alegrias à família, será alguém bem sucedido, tudo ocorrerá bem - e no entanto a criança morreu alguns dia depois do nascimento! Quem consolará tal mãe vitimada por tal “dito ministro do evangelho”.
Boa teologia leva o ser humano a render-se aos pés de Jesus, reconhece a condição caída do homem, sua incapacidade, glorifica a Deus por ser cheio de Graça e puramente, por Deus ser Deus.
Boa Teologia fará o Pastor ir atrás da ovelha que saiu do aprisco, incentivará o zelo evangelístico (“Tenho muito povo nesta cidade”). Atos dos Apóstolos revela que a igreja testemunhava e cooperava com eles o Senhor.
Boa teologia arderá por missões, um bom exemplo é William Carey, outro bom exemplo é David Linvingstone.
Os falsos Pregadores
Um grupo que tem crescido muito em nosso solo pátrio são os falsos pregadores. Falsos, porque sua mensagem não é bíblica, discorrem sobre tudo e qualquer coisa, menos a Bíblia.
Os falsos pregadores, à semelhança dos falsos profetas, se dizem inspirados por Deus, sempre estão descobrindo algo nunca antes visto no texto sagrado, são verdadeiramente a última batatinha do pacote. No entanto o que tenho constatado é que na verdade, o que tais homens pregam, nada mais é do que pensamentos e formulações teológicas incorretas, tudo regado a muito emocionalismo e misticismo.
Muitos pregadores usam palavras de efeito para impressionar a platéia, tais como: “tem um anjo aqui” ou “receeeebaaa”, isso, nos leva a perguntar, receber o quê, afinal de contas?
Falsos pregadores às vezes querem se passar por homens muito espirituais, que têm contato direto com Deus, recebem mais “revelações” em uma semana do que Moisés em toda a sua vida, tem mais “visões” em um único dia do que todos os profetas maiores e menores juntos, durante todo o tempo de seu ministério.
Será que a Bíblia não é mais suficiente? Antes o povo corria atrás de cartomantes e videntes, para muitos que frequentam as igrejas hoje a moda mudou, pois correm atrás de “profetas” para revelar suas vidas, vivem atrás de “pregadores diferentes”, que não deixam ninguém com a consciência pesada, falando de inferno e pecado. Quer encher um auditório? Então chame um “pregador” que cobre bem para discursar e pronto, você terá um mega-evento. Ah já estava esquecendo, contrate algum cantor gospel das paradas de sucesso, para abrilhantar seu evento.
Os falsos pregadores causam um dano terrível à causa do evangelho, pois seus ensinos ludibriam o povo, não estão interessados em pregar a verdade, pois isso não lhes enche os bolsos e não lhes trará fama. São semelhantes em tudo aos falsos profetas de Israel, e também aos falsos pregadores do Evangelho como Montano e Marcião, que arrastaram muita gente após si.
Os determinadores
Os determinadores não precisam estudar teologia, pois todo o poder lhes foi dado nos céus e na terra! Para que estudar quando tudo se torna realidade determinando, ordenando e batendo o pé?
Está precisando de boa saúde? Determine, dizem eles. Precisa de um carro novo? Gere-o pela fé. Comece pensar em uma bicicleta, depois uma moto, siga a sua gestação, então agora você está com oito meses de gravidez de sua “benção” agora sim seu carro novo já está pronto para nascer. Obs: não esqueça de escolher e determinar a cor do carro e dos faróis.
Quando alguém determina e não consegue o que determinou, a culpa é dele mesma. Se não aconteceu, ou a pessoa estava em pecado ou não teve fé suficiente, a culpa nunca recai sobre o “mestre Yoda” que ensina a determinação.
Quantas pessoas se frustraram, pois caíram nas malhas dos determinadores e não conseguiram o que determinaram, com isso acabaram se frustrando com o que pensavam ser o evangelho.
É preciso ter sobriedade para lidar com as inquietações dos seres humanos, o Único que determina as coisas e elas acontecem é Deus, ninguém mais. Nós não determinamos, pedimos, imploramos - se for da vontade dEle, Ele faz (cf. 1Jo 5.14).
Os incendiários
Por incendiários refiro-me àqueles que só querem fogo. Se no culto ninguém gritou, nenhuma pessoa sentiu um arrepio na coluna, se não houve aparição de anjo nem visão de bola de fogo, o culto não foi bom, Deus não estava presente.
Os incendiários não gostam de teologia, pois, a letra mata, e o Espírito vivifica. Teologia é coisa para frios espirituais, não para tochas humanas. A liturgia de uma igreja assim seria:
Oração: fogo no altar, e anjos (hierarquias como Querubins e Serafins são preferíveis) aparecendo.
Louvor: Noiva incendiando e igreja pegando fogo, ou corinhos tais como: “há uma roda de fogo entre nós!”
Oração pelas crianças: Queima as crianças, Senhor!!!!
Pregação: vida cheia de fogo, semeando fogo, plantando fogo, colhendo fogo, e etc....
Estes do fogo, certamente não precisam de teologia, sua vida é um fogo só. Será que na eternidade eles querem ter tanto fogo assim?
Os caçadores de Maldição Hereditária
Experiência pessoal acima de tudo!!! Não importa o que a Bíblia diz, contanto que eu presencie.
Livros sobre quebra de maldição estão por toda a parte, será que é mais fácil acreditar nesta pajelança do que na Bíblia?
Tratam contingências humanas na base do espiritual. Valores; criação; exemplo não são levados em conta, na verdade nem Bíblia é levada em conta, que textos usam? Li um livro que citava talvez uns três versículos de um livro da Bíblia para justificar seu ponto de vista, os versículos foram distorcidos para afirmar o que não dizem.
De onde vêm tais doutrinas? Não da Bíblia, e sim de: entrevistas com demônios; experiências pessoais; paganismo...
Muita gente vem para a igreja e segue acreditando em suas velhas crenças, ex-macumbeiros, ex-satanistas, ex-bruxas e etc... Mal entram na igreja e já começam a dar testemunho do que fizeram, e de como exorcizar tais poderes malignos, como quebrar maldições, vínculos e tantas outras coisas estapafúrdias.
Por que alguns que dizem serem pessoas aptas para quebrar maldição hereditária continuam, eles próprios, doentes?
Jesus se fez maldição por nós ou não? “Maldito é todo o que for pendurado no madeiro”, encaramos isso como lenda ou como verdade absoluta e inquestionável? Se for encarado como lenda, prepare-se para todo o tipo de neurose possível, pois, estarão vendo suas genealogias para caçar alguma maldição, esconjurar algum demônio que tenha permissão de endemonizar alguém.
Refutação da tal doutrina nefanda de maldição hereditária:
1. Deus frustra, pela sua bênção, uma maldição já proferida (Ne 13.2: Porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, contra eles assalariaram a Balaão, para os amaldiçoar, porém o nosso Deus converteu a maldição em bênção. Cf. Nm 23.23 e Sl 109.28).
2. Ele livra da maldição o seu protegido e o justo que não merece (2 Sm 16.12: Porventura, o SENHOR olhará para a minha miséria; e o SENHOR me pagará com bem a sua maldição deste dia.)
3. Deus muda em maldição a bênção de um sacerdote indigno (Ml 2.2: Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o vosso coração. Cf. Pv 3.33).
4. A eficácia da maldição ou da bênção depende do querer de Deus para que se realize e da nossa resposta humana à sua vontade (Cf. Dt 11.26-32).
Maldição não é um dizer profético negativo sobre alguém, porque isso significaria que qualquer ser humano tem poderes ilimitados para amaldiçoar e para abençoar, como nós acabamos de ver, isso não passa de um verdadeiro disparate.
Para definir as palavras “bênção” e “maldição”, precisamos recorrer à Palavra de Deus. No AT, há pelo menos 2 expressões que interpretam e definem objetivamente a palavra “maldição”. A 1ª é “anátema” (em hebraico, “herem”), que significa ser “proibido, subtraído” do uso comum e profano. O AT conhece 3 tipos de herem:
1° - o herem com promessa, pela qual o homem consagra alguma coisa a Deus (Lv 27.28). Tudo que pode ser objeto de promessa pode cair sob esse herem. Anátema, aqui, não tem sentido negativo.
2° - O herem como medida militar. Consistia na consagração da presa, às vezes de toda a presa junto com o território conquistado a Deus, para assim obter a Sua ajuda no combate (O caso de Jericó).
3° - O herem como castigo divino. Sobretudo pela idolatria, aplicado a indivíduos (Ex 20.4-6; Dt 13.13-18).
No judaísmo posterior, o anátema da sinagoga era uma pena que excluía a pessoa, temporária ou definitivamente, da participação do culto religioso.
A 2ª palavra é “ariah”, que diz respeito à deprecação, usada algumas vezes até como oração. Na Septuaginta, seu uso comum vem associado ao ato de praguejar ou murmurar (no NT, veja Rm 3.14).
No NT, há duas expressões mais comuns para “maldição”: anátema e katara. A 1ª. Anátema, é muito usada, tanto nos evangelhos como nas epístolas paulinas. Algumas vezes aparece com o sentido de:
a) Castigo. At 23.14;
b) Separação de Deus. Rm 9.3; Gl 1.8,9.
2ª. Katara. A melhor definição para essa palavra, “maldição”, é uma sentença que vem da quebra da lei moral de Deus.
Quando Deus pronuncia uma maldição, isto é, em primeiro lugar, uma denúncia contra o pecado (Nm 5.21; Dt 29.19,20).
Não se faz muito esforço para refutar a tal “doutrina” da maldição hereditária, a minha admiração é que ainda existem pessoas que acreditam em tais coisas.
Estes caçadores de maldição hereditária, com certeza não precisam de Teologia, afinal já tem toda a gnose do mundo.
Meus pensamentos e convicções levaram-me a escrever este breve artigo sobre: “quem não precisa de teologia”, certo de que como ser humano que sou, posso estar errado, porém a menos que seja corrigido pela Palavra de Deus e pela razão comum, continuo pensando da mesma forma.
Minha oração sincera a Deus é que todos os Eleitos tenham ousadia de testemunhar de sua santíssima fé nestes dias tão conturbados em que vivemos; fé essa que nos foi dada por Deus, para o louvor de Sua glória.
Fonte: http://bereianos.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário