sexta-feira, 21 de maio de 2010
O Propósito da Igreja, Qual É?
Estima-se que hoje, no Brasil, a maioria das igrejas locais possui menos de 200 membros. Diante disto, perguntamos: seriam essas igrejas fracassadas?
Por: Jorge Henrique Barro
O que caracteriza hoje no Brasil uma igreja bem-sucedida? Quais os critérios para medir o sucesso de uma igreja? Quais os parâmetros para avaliar quão perto está de seus verdadeiros propósitos?
Perguntando a um líder sobre sua igreja, ele respondeu: "nossa igreja está maravilhosa, já temos mais de 1.000 membros, várias congregações, uma boa equipe pastoral e quatro grupos de louvor". Entretanto, estima-se que hoje, no Brasil, a maioria das igrejas locais possui menos de 200 membros. Diante disto, perguntamos: seriam essas igrejas fracassadas?
A resposta acima não trata do que realmente caracteriza a essência do propósito da igreja. Isto nos leva ainda a outra questão: pode uma igreja desenvolver-se com maus propósitos? A resposta é sim! As cartas às sete igrejas do livro do Apocalipse revelam o sonoro sim de comunidades cheias de maus propósitos. Estes maus propósitos foram tão perceptíveis aos olhos de Jesus que Ele não deixou de questioná-los.
Obviamente, se perguntarem aos pastores se suas igrejas possuem maus propósitos, quais de nós teríamos a lucidez e a coragem de dizer sim? A questão é que aos olhos de Jesus, a perspectiva pode ser outra. Não existe justificava que resista ao seu olhar.
Ele conhece e sabe. Mas conhece e sabe exatamente o que sobre a nossa igreja? Eis a questão! Perceba desde o início que o problema de Jesus com elas não está necessariamente naquilo que fazemos (atividades e programas), mas no como fazemos. Esse como tem a ver com motivação. Para frustração de alguns, é especialmente isto que Jesus conhece e sabe! Só Ele tem a capacidade de ver o invisível, perceber aquilo que escondemos, de adentrar o coração humano. Jesus conhece e sabe os verdadeiros motivos que nos levam a fazer o que fazemos e a ser o que somos.
Nem tudo o que a igreja faz tem intenção missionária. É possível realizar a obra de Deus com intenções impuras. É possível realizar a obra de Deus com maus propósitos. Quer seja de forma consciente ou inconsciente, é muito possível.
É crucial para o povo de Deus e sua liderança voltar os olhos para a eclesiologia de Jesus contida nas sete cartas das Igrejas do Apocalipse. As palavras de condenação e encorajamento são indispensáveis para que possamos olhar e ler nossas comunidades hoje. Se algo aborrecia Jesus no passado, isso não continuaria a aborrecê-lo também hoje? Se algumas igrejas do passado receberam advertência explícita por suas práticas, não deveríamos também fixar os olhos nesses exemplos para não cairmos nas mesmas condenações?
Precisamos saber o que deixa Jesus aborrecido em nossas igrejas e descobrir se existe em nós motivos impuros na ação comunitária e na ação pastoral. Nenhum de nós gostaria que o julgamento de Jesus nos visitasse em um domingo à noite, em pleno culto. Se algo desagrada Jesus e provoca sua indignação e náusea, eu, como pastor ou membro da igreja, quero ser o primeiro a dizer: estou fora! É nosso dever compreender esses maus propósitos que provocam a ira de Jesus sobre a igreja. As palavras de Cristo, porém, não se limitam à condenação. O Senhor declara os propósitos essenciais de sua igreja.
E falando em propósito da igreja, qual é o da sua?
Jorge Henrique Barro é diretor da faculdade teológica sul americana (FTSA), em Londrina (PR). É doutor em estudos interculturais pelo Fuller Theological Seminary, Califórnia, EUA.
Fonte: http://www.mundocristao.com.br/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário