Na Idade Média, o ministro era considerado como tendo uma relação especial com Deus, na medida em que mediava a graça de Deus e o perdão através dos sacramentos. Mas havia outros desafios. Muitas vezes pensamos em nossa própria época como única, com o seu pluralismo e o advento de tantas religiões. Mas não muito tempo antes da Reforma, o pensador renascentista Petrarca clamava por uma Era do Espírito no qual todas as religiões seriam unidas. Muitas mentes da Renascença estavam convencidas de que havia uma revelação salvífica de Deus na natureza e que, portanto, Cristo não era o único caminho. O fascínio pela filosofia pagã incentivou a idéia de que a religião natural tinha muito a oferecer - na verdade, até mesmo a salvação - para aqueles que não conheciam a Cristo.
A Reforma foi, mais do que qualquer outra coisa, um assalto à fé na humanidade e uma defesa da idéia de que só Deus revela a Si mesmo e nos salva. Nós não o encontramos; Ele nos encontra. Essa ênfase foi a causa do clamor "Somente Cristo!" Jesus era a única maneira de se saber como Deus realmente é, a única forma de se entrar em um relacionamento com Ele como Pai em vez de juiz, e a única forma de ser salvo da Sua ira.
Hoje, mais uma vez, esta afirmação está em apuros. Segundo o sociólogo James Hunter, da Universidade da Virgínia, 35% dos seminaristas evangélicos negam que a fé em Cristo seja absolutamente necessária. De acordo com George Barna, esse é o mesmo percentual para os Protestantes evangélicos e conservadores na América: "Deus salvará todas as pessoas boas quando morrerem, independentemente de terem confiado em Cristo"; e eles concordaram.
Oitenta e cinco por cento dos adultos norte-americanos acreditam que comparecerão perante Deus para serem julgados. Eles acreditam no inferno, mas apenas 11% acham que podem ir pra lá. R. C. Sproul observou que na mesma medida em que as pessoas acham que são suficientemente boas para serem aprovadas na inspeção divina, e se esquecem da santidade de Deus, nessa mesma medida não vêem Cristo como necessário. É por isso que mais de um quarto dos evangélicos "nascidos de novo" entrevistados, concordaram com uma declaração que deveria levantar uma bandeira vermelha, mesmo entre aqueles que poderiam concordar com uma versão mais sutil desta mesma declaração: "Se uma pessoa é boa ou faz coisas suficientemente boas para os outros durante a vida, ela irá ganhar um lugar no céu". Além disso, quando perguntados se concordavam com a afirmação seguinte: "Os cristãos, judeus, muçulmanos, budistas e outros, todos oram ao mesmo Deus, embora eles usem nomes diferentes para esse Deus", dois terços dos evangélicos não acharam que essa afirmação fosse questionável. Barna observa "quão pequena é a diferença entre as respostas das pessoas que freqüentam regularmente os cultos e aquelas que estão sem igreja". Um entrevistado, um Fundamentalista independente, disse: "O que é importante, no caso deles, é que eles cumpriram a lei de Deus como eles a conhecem em seus corações."
Mas essa influência cultural para o relativismo não é apenas aparente nas massas; é auto-conscientemente afirmada por muitos dos próprios mestres do evangelicalismo. Clark Pinnock declara, "A Bíblia não ensina que se deve confessar o nome de Jesus Cristo para ser salvo. A questão que Deus leva em conta é direção do coração, não o conteúdo de sua teologia." Para aqueles de nós que têm alguma noção a respeito da direção do seu coração (cf. Jeremias 17:9), isso pode não ser tão reconfortante como Pinnock supõe.
Dizer Solus Christus, não significa que não acreditemos no Pai ou no Espírito, mas isto enfatiza que Cristo é a única auto-revelação encarnada de Deus e redentor da humanidade. O Espírito Santo não chama a atenção para si mesmo, mas nos leva a Cristo, no qual encontramos a nossa paz com Deus.
Fonte: http://www.reformaerazao.com/
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