domingo, 11 de abril de 2010

Sola Gratia: Nosso Ùnico Método

A razão pela qual devemos perseverar nas Escrituras é porque ela é o único lugar que nos diz que somos salvos pela espontânea e imerecida aceitação de Deus. Em "A Noviça Rebelde", Maria (Julie Andrews), desnorteada pela súbita atração do capitão por ela, se expressa de forma extravagante "Nada vem do nada, nada poderia. Então, em algum lugar da minha juventude ou infância, devo ter feito algo de bom”. No fundo, a natureza humana está convencida de que existe uma maneira de nos salvarmos por nós mesmos. Podemos realmente necessitam de assistência divina. Talvez Deus tenha que nos mostrar o caminho, ou até mesmo enviar um mensageiro para nos conduzir de volta, mas nós podemos realmente seguir o plano e fazer as coisas acontecerem.

A Lei está em nós por natureza. Nascemos com uma consciência que nos diz que estamos condenados por essa Lei, mas nossa razão imediatamente conclui que a resposta a esta auto-condenação é fazer o melhor da próxima vez. Mas o Evangelho não está na natureza. Não está alojado em algum lugar em nosso coração, na nossa mente, na nossa vontade, ou nas nossas emoções. É um comunicado que chega até nós como loucura, e nossa primeira resposta, assim como a de Sarah, é rir. Conta-se a história de um homem que caiu de um penhasco, mas durante sua queda, conseguiu se agarrar a um galho. Ele interrompeu sua queda e salvou sua vida, mas logo percebeu que não poderia subir de volta para a borda. Finalmente, ele gritou: "Há alguém aí em cima que possa me ajudar?" Para sua surpresa, uma voz estrondosamente respondeu, "eu estou aqui e posso te ajudar, mas primeiro você tem que largar esse galho”. Pensando por alguns momentos em suas opções, o homem olhou para cima e retrucou: "Há mais alguém aí que possa me ajudar?" Procuramos alguém que nos salve, ajudando-nos a nos salvar a nós mesmos. Mas a Lei nos diz que mesmo as nossas melhores obras são como trapos de imundície; o Evangelho nos diz que é algo em Deus e em seu caráter (benignidade, bondade, misericórdia, compaixão) e não em nós (uma boa vontade, uma decisão, um ato, um coração aberto, etc.) que nos salva.

Muitos na igreja medieval acreditavam que Deus salvasse pela graça, mas também acreditavam que o seu próprio livre arbítrio e cooperação com a graça era "a sua parte" na salvação. A frase popular medieval era, "Deus não negará a sua graça àqueles que fazem o aquilo que podem." A versão atual, claro, é: "Deus ajuda quem se ajuda". Mais da metade dos evangélicos entrevistados achavam que isso era uma citação bíblica direta e 84% pensavam que era uma idéia bíblica, e essa porcentagem crescia entre aqueles que freqüentavam Igrejas evangélicas.

Às vésperas da Reforma, um número de líderes da Igreja, inclusive bispos e arcebispos, se queixavam do crescente Pelagianismo (uma heresia que nega o pecado original e a absoluta necessidade da graça). Contudo, esta heresia nunca foi tolerada na sua expressão plena. No entanto, hoje é tolerada e até promovida no protestantismo liberal em geral, e mesmo em muitos círculos evangélicos.

No Pelagianismo, o pecado de Adão não é imputado a nós, nem a justiça de Cristo. Adão é um mau exemplo, não o representante em quem nos tornamos culpados. Da mesma forma, Cristo é um bom exemplo, não o representante em quem nos tornamos justos. Quantas de nossas pregações estão centradas no seguir a Cristo – embora tão importante - e não na Sua pessoa e na Sua obra? Quantas vezes ouvimos falar sobre a Sua obra em nós comparada com Sua obra por nós?

Charles Finney, o revivalista do século XIX, é um santo padroeiro para a maioria dos evangélicos. E, no entanto, ele negou o pecado original, a expiação vicária, a justificação, e a necessidade de regeneração pelo Espírito Santo. Em suma, Finney era um Pelagiano. Essa crença na natureza humana, tão proeminente no Iluminismo, arruinou a doutrina evangélica da graça entre as denominações protestantes mais antigas (agora chamadas de "linha dominante"), e podemos ver onde isso as levou. E, contudo, evangélicos conservadores estão indo pelo mesmo caminho e têm experimentado essa ênfase centrada no homem, centrada nas obras há algum tempo.

As estatísticas se mostram verdadeiras neste ponto, infelizmente, e mais uma vez, os líderes ajudam a sintetizar o erro. Norman Geisler escreve, "Deus salvaria todos os homens, se pudesse. Ele salvará o maior número possível, de fato, sem violar o seu livre arbítrio."

Fonte: http://www.reformaerazao.com/

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