Que é que se entende pela vontade de Deus?
A vontade de Deus é a essência infinita e eternamente sábia, poderosa e reta de Deus exercendo o Seu querer. Em nossa concepção dela é aquele atributo da Deidade ao qual referimos os Seus propósitos e decretos, como seu princípio.
Em que sentido se diz que a vontade de Deus é livre, e em que sentido se diz que é necessária?
A vontade de Deus é a essência sábia, poderosa e reta de Deus exercendo o Seu querer. Por conseguinte, Sua vontade, em todos os Seus atos, é certa e, ao mesmo tempo, muito livremente, tanto sábia quanto reta. É evidente que a liberdade da indiferença está alheia à natureza de Deus porque a perfeição da sabedoria consiste em escolher, do modo mais sábio; e a perfeição da retidão consiste em escolher do modo mais reto.
Por outro lado, porém, a vontade de Deus é, desde toda a eternidade, independente de todas as Suas criaturas e de todos os Seus atos.
Que se entende pela distinção entre a vontade decretatória e a vontade preceptiva de Deus?
Pela vontade decretatória Deus determina eficazmente a futurição certa dos eventos. Pela Sua vontade preceptiva, Deus como Governador moral ordena às Suas criaturas morais que façam aquilo que Ele julga bom e sábio que elas façam nas circunstâncias em que se achem.
Nisso não há nada que seja inconciliável. Aquilo que Ele quer como nosso dever pode ser bem diverso daquilo que Ele quer como Seu propósito. Aquilo que Ele permite pode estar bem longe de ser aprovado por Ele, e pode muito bem ser pecado se o fizermos.
Que se entende pela distinção entre a vontade secreta e a vontade revelada de Deus?
A vontade secreta de Deus é Sua vontade decretatória, chamada secreta porque, embora seja às vezes revelada aos homens nas profecias e nas promessas da Bíblia, na sua maior parte nos fica oculta.
A vontade claramente revelada de Deus é Sua vontade preceptiva, que nos é revelada sempre como a regra do nosso dever- (Deut. 29:29).
Em que sentido os arminianos mantêm a distinção entre a vontade antecedente e a vontade conseqüente de Deus, e quais as objeções contra essa distinção?
E uma distinção inventada pelos escolásticos, e adotada pelos arminianos, na tentativa de conciliar a vontade de Deus com a teoria deles sobre a liberdade do homem.
Chamam ato antecedente da vontade de Deus aquilo que precede à ação da criatura; e.g., antes de Adão pecar, Deus queria que ele fosse feliz. Chamam ato conseqüente da vontade de Deus aquilo que se segue ao ato da criatura, e que é a conseqüência desse ato; e.g., depois do pecado de Adão, Deus queria que ele sofresse a pena devida ao seu pecado.
E evidente que essa distinção não representa verdadeiramente a natureza da vontade de Deus e Sua relação com os atos de Suas criaturas. Io. Deus é eterno, e por isso não pode haver nos Seus propósitos distinção de tempo.
Deus é eternamente onisciente e onipotente. Se, pois, Ele quer alguma coisa, quer necessariamente desde o princípio os meios de efetuá-la, e consegue assim o fim desejado. Se não fosse assim, Deus teria ao mesmo tempo e em relação ao mesmo objeto, duas vontades inconciliáveis. A verdade é que Deus, por um só ato compreensivo da Sua vontade, determinou eterna e imutavelmente que tudo o que sucedeu com Adão, do princípio ao fim, sucedesse nessa mesma ordem e sucessão em que cada evento ocorreu.
Deus é infinitamente independente. Aviltamos a Deus se pensarmos nEle como alguém que determina aquilo que Ele não tem poder para efetuar, e depois muda de vontade em conseqüência dos atos independentes das Suas criaturas.
Fonte: http://www.ocalvinismo.com/
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