domingo, 4 de julho de 2010
O Cristão, o Fundamentalismo e o Espírito Combativo
Por Heitor Alves
O verdadeiro cristão comprometido com as Escrituras deve ser caracterizado pelo espírito combativo. É ser fundamentalista. Ser fundamentalista é ter convicção de que os preceitos da Palavra de Deus revelado nas Escrituras são infalíveis e historicamente precisos, ainda que contrários ao entendimento das teologias modernas. O cristão fundamentalista se preocupa em voltar ao que é considerado princípios fundamentais das Escrituras. O termo fundamentalista, em oposição ao modernismo teológico e negativista, já indica que o seu portador é um combatente pela fé.
O termo fundamentalista que emprego neste artigo não faz referência aos movimentos religiosos que tem como característica as ameaças que grupos religiosos fanáticos fazem àqueles que não fazem parte da sua religião. Ser fundamentalista não significa fazer parte de grupos extremistas, com interesses em atos de violências físicas ou verbais contra os oponentes. As Escrituras nos advertem a amarmos até mesmo os nossos inimigos!
O que está em jogo aqui não é o ataque à pessoa, e sim às idéias. Mesmo que seja impossível separar a pessoa da sua idéia, não nos é permitido fazer qualquer mal, física ou verbal, à pessoa.
Ser fundamentalista é ser guerreiro, é saber manejar bem as Escrituras, significando não somente a aceitação das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus, mas também a defesa intransigente, protegendo-o dos ataques das teologias liberais e modernistas. O cristão fundamentalista precisa saber atacar e defender. Estar na ofensiva e na defensiva.
O nosso espírito combativo deve existir em função de uma causa sublime e nunca em função de nosso personalismo. Ser combativo não é ser briguento, no sentido contencioso. Existem pessoas com um espírito combativo tão extremo que chegam ao ponto de descerem do pedestal da ética cristã até o terreno escorregadio da polêmica baixa, desonesta e contenciosa.
Quando o espírito combativo perde a verdadeira noção de uma polêmica elevada, honesta, que tem como motivo as causas sublimes, e se limita a ataques pessoais, já não consideramos mais polêmicas. Este espírito contencioso é condenado na Palavra de Deus (Tg 3.13-18).
No entanto, os erros de alguns que pensam que são polemistas[1] e vivem brigando com todo o mundo não são motivos para nos tornarmos avessos às controvérsias. Um erro não justifica o outro. As atitudes extremadas de alguns que pensam que são polemistas criam inimizades, prejudica a causa e impede a conversão das almas, dificultando o evangelismo. Por outro lado, não concordamos com a inércia de alguns que não fazem questão de polemizar questões doutrinárias. Os que não se esforçam em defender a fé confundem polêmica com contenção.
Negar a necessidade da controvérsia é negar o caráter essencial da vida cristã. A vida cristã é uma vida de lutas.
Temos que ser combativos. Não há lutas sem combates! O cristão precisa ser combativo pelo próprio imperativo de ser cristão.
Os que são contra o espírito combativo e dizem que não tem tal espírito, não enxergam a tamanha ironia em que caíram. Eles fazem verdadeira apologia em torno de sua posição não combativa, atacando, ao mesmo tempo, os que combatem o mal e inovações! Não são combatentes, mas atacam os que combatem. Combatentes pacifistas! São contraditórios por excelência. Para defender a doutrina não tem espírito combativo, mas o tem para defender as suas próprias idéias e opiniões.
Onde há contradição, há engano; onde há engano, há falsidade; onde há falsidade, não existe a verdade, porque esta não admite contradição.
Não podemos permitir pacifistas em nossas igrejas.
No cristianismo não há lugar para tímidos e medrosos. Imaginem um exército cheio de timidez. Imaginem um pelotão de soldados com medo de enfrentar o inimigo em uma guerra. Temos que ser corajosos e desinibidos, pois somos soldados de Cristo.
Através da história, notamos que o evangelho tem triunfado por meio do combate ao mal. Se Lutero não fosse combativo, não teria se processado a Reforma Protestante do século XVI.
Não somente Lutero, mas Zwiglio, Huss, Savonarola, Calvino, Knox, Beza e tantos outros que deram suas vidas pela causa de Cristo.
Jesus Cristo foi um combatente.
O apóstolo Paulo também o foi, como se percebe através de suas epístolas, entre elas a carta aos Gálatas, que é uma verdadeira polêmica contra os legalistas fanáticos. Na carta aos Romanos o apóstolo faz uma verdadeira apologia em torno da justificação pela fé.
Onde encontramos na Bíblia a base para a acomodação doutrinária?
Se o indivíduo não é capaz de defender as próprias doutrinas que aceita e atacar as doutrinas contrárias, onde estão então as suas convicções?
O verdadeiro cristão fundamentalista e com um espírito guerreiro não fica calado quando vê que a doutrina de Cristo está sendo ultrajada, espezinhada e combatida pelo inimigo. Covardia e medo é o que caracteriza o “cristão” passivista. São como Pedro, quando foi interrogado pela criada (ver Mateus 26.69-75).
Como pode um crente conformar-se com aqueles que negam a inspiração verbal e plenária da Bíblia, que negam a divindade de Cristo, seu nascimento virginal, sua ressurreição, e o castigo eterno? Não se pode ficar inerte diante das heresias, ou então será tido por traidor.
Não servem como exemplo aqueles que vivem procurando briga e gastam tempo escrevendo calúnias contra os outros, quando deveriam estar pregando o evangelho. Não são polemistas ou combativos, mas paroleiros
[2]. São os que promovem facções e divisões na igreja de Cristo. A verdadeira fidelidade doutrinária é aquela que se revela num inconformismo santo contra o erro.
Não podemos ficar em paz com a nossa consciência cristã, ao verificar tantos abusos contra a doutrina e a moral cristã, e permanecer sem dar o grito de alerta.
A consequência da oposição ao espírito combativo é o afrouxamento doutrinário, a indisciplina, a quebra do Dia do Senhor, a falta de comunhão, os aumentos do modernismo teológico, da teologia liberal, do mundanismo etc.
Mas o principal motivo pelo qual as igrejas não estão interessadas no espírito combativo é o medo da possibilidade de ter igrejas vazias.
É preferível ter igrejas cheias a ter igrejas compromissadas com a Verdade.
Que o Senhor não permita que nós deixemos a sua Igreja ser destruída pelo “espírito pacifista”, que não se esforça por proteger o Corpo de Cristo dos ataques dos seus inimigos.
Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário