segunda-feira, 8 de março de 2010
O Amor do Noivo Jesus Pela Sua Igreja!
INTRODUÇÃO
Referência: Isaías 62.1-12
Este texto nos fala acerca do mais profundo amor de um noivo pela sua noiva. Este é um amor em grau superlativo. Este é o maior casamento do universo. Todas as nações são convidadas para ver o esplendor da noiva. Ela é bela, esplendorosa e se casa com a Pessoa mais importante do universo.
Há algumas lições preciosas que destacamos:
I. UM FERVOROSO CLAMOR PELA NOIVA – v. 1,2,6,7
O profeta Isaías está erguendo sua voz num clamor apaixonado em favor de Jerusalém, símbolo da igreja, a noiva de Cristo. Ele emprega dois meios: pregação (v.1,2) e intercessão (v.6,7).
O contexto é o cativeiro da Babilônia. A cidade de Jerusalém foi destruída, arrasada, desabitada e ficou debaixo de opróbrio. Por muitos anos, a cidade ficara desolada e entulhada de escombros. O profeta olha, então para essa cidade, a cidade de Deus, e não se conforma com a sua crise presente. Mas, ao olhar para a frente vê o esplendor da cidade, sua glória, sua majestade.
A cidade de Jerusalém é um símbolo da igreja. A cidade de Jerusalém e a Noiva de Jesus são duas figuras que estão superpostas. Em Apocalipse 21 quando João é chamado para subir a uma alta montanha para ver a cidade santa, ele vê a Noiva do Cordeiro. A cidade e a Noiva são símbolos da igreja.
Não podemos nos conformar com a desolação da igreja. Precisamos nos levantar também para falar a ela e orar por ela. Como deve ser essa intercessão?
1. É um clamor motivado pelo amor – v. 1
O que move o profeta a pregar e a interceder por Jerusalém é seu amor por ela. Só intercede pela igreja quem a ama. A igreja é a noiva do Cordeiro, ela é amada no céu e deve ser amada na terra. Por ela devemos levantar o nosso amoroso clamor. Não nos podemos aquietar em ver a igreja do Deus vivo sendo envergonhada, sendo humilhada, sendo objeto de opróbrio. Ela foi destinada a ser uma coroa de glória. Sua glória precisa ser vista pelas nações. Ela é o luzeiro do mundo.
2. É um clamor marcado por senso de urgência – v. 2
O profeta confessa que não pode se calar nem se aquietar enquanto não ver o seu pedido em favor da igreja respondido. Ele tem pressa e não está disposto a desistir do seu clamor.
Qual é o motivo do seu clamor? A manifestação da justiça e da salvação da noiva. Ele está pedindo por uma reavivamento espiritual. Ele está pedindo que a glória da igreja seja vista. Que sua justiça seja manifesta. Que seu esplendor resplandeça diante dos homens. Ele quer que o tempo de opróbrio seja deixado para trás. Oh! Quantas vezes olhamos e vemos escândalos, vexame, opróbrio, enquanto a justiça e o esplendor da igreja deveriam ser manifestados ao mundo.
3. É um clamor perseverante – v. 6
Ele clama noite e dia. Seu pedido é não apenas urgente, mas também perseverante. O avivamento da igreja, o despertamento da noiva é uma necessidade que não pode mais esperar. Temos nós clamado pela igreja com perseverança? Temos colocado a noiva do Cordeiro a cada dia no altar? Temos nos colocado na brecha em favor do povo de Deus?
4. É um clamor firmado nas próprias promessas de Deus – v. 6
Precisamos orar firmados nas próprias promessas de Deus. Devemos lembrar a Deus o que ele prometeu em sua Palavra. Ele vela por ela em cumpri-la. Todas as grandes orações registradas na Bíblia estão fundamentadas nesse princípio. Salomão quando orou citou as palavras de Deus. Daniel quando orou, citou as promessas. Neemias quando orou reivindicou as promessas de Deus. Ora segundo a vontade de Deus aquele que ora com base nas promessas de Deus.
5. É um clamor fatigante – v. 6
Devemos orar sem esmorecer. Devemos orar sem desanimar. Nada pode nos deter nessa busca. A igreja não pode continuar sendo motivo de opróbrio.
Nada é mais difícil para um homem carnal do que orar. A oração provoca-lhe sono e cansaço. Ele se ajoelha e em cinco minutos já não tem mais o que falar. A oração é fruto da intimidade com Deus. Não temos longas conversas com estranhos. Só amamos conversar com quem temos intimidade.
6. É um clamor importuno – v. 7
O texto diz que não devemos dar a Deus descanso. Devemos bater à porta da graça e insistir nessa causa. Muitos oram pouco; outros não oram o suficiente. Alguns começam e logo desistem. Muitos não têm paciência para esperar o tempo de Deus. A Bíblia nos ensina a orar e a insistir com Deus. Devemos ser como o amigo que foi pedir pão à meia noite. Devemos ser como a viúva importuna.
7. É um clamor específico – v. 7
O intercessor sabe o que está pedindo e está disposto a continuar a pedindo até ver sua oração respondida. Ele não pede prosperidade, nem cura, nem milagres, nem sucesso. Ele quer algo maior. Ela quer que Jerusalém seja estabelecida. Ele quer que ela seja um objeto de louvor na terra.
Oh! Quantas vezes nossa orações são marcadas por um doentio egoísmo! “Senhor abençoa minha vida, minha família, minha saúde, minha parentela”, enquanto devíamos orar com mais fervor pela restauração da igreja. Paulo ora para que a igreja fosse revestida de poder. Ele derramava sua alma em favor da igreja para que ela fosse um objeto de louvor na terra.
II. O VALOR DA NOIVA – v. 2-5
1. A noiva tem um novo nome – v. 2
Deus mudou a nossa sorte. Ele nos tirou da morte, das trevas, da escravidão. Ele nos deu um novo coração, uma nova vida, um novo nome. Somos novas criaturas. Somos adotados na família de Deus. Deus é o nosso Pai. Jesus é o nosso irmão primogênito. Somo herdeiros de Deus. Somos co-participantes da natureza divina.
O nosso nome está escrito na palma da mão de Deus. Está registrado no livro da vida. Fomos selados com o Espírito Santo. Somos propriedade exclusiva de Deus. Somos filhos, herdeiros, a menina dos olhos de Deus.
2. A noiva tem um novo status – v. 4
Nunca mais a igreja será chamada de Desamparada ou Desolada. A igreja jamais será escarnecida, ultrajada. O amor do Noivo é transcendental. Ele perdoa sua noiva, restaura-a, transforma-a e a recebe como se jamais ele tivesse sido infiel. Seu passado de vergonha é cancelado. Sua infidelidade é curada e perdoada. Agora é uma noiva aceita, amada.
O Senhor desposa a noiva. Como Oséias perdoou Gômer e a desposou, Deus nos perdoa, nos restaura e nos desposa. Jesus não amou uma noiva perfeita. Estávamos perdidos, cegos, endurecidos e mortos. Éramos filhos da ira e andávamos desgarrados como ovelhas. Mas ele nos amou, pôs o seu coração em nós.
3. A noiva tem um novo relacionamento – v. 4
Em vez de trazer desgosto para seu noivo, a noiva agora é sua delícia. Deus não olha para você com nojo, ele não vira o rosto. Ele olha para você com doçura, com ternura. Você é filho, herdeiro, ovelha, propriedade exclusiva, herança, a menina dos olhos, a delícia de Deus. Ele se delicia em você. Ele está encantado com você.
Deus olha você coberto com a justiça de Cristo. Nossa justiça jamais seria suficiente. Elas são como trapo de imundícia. Mas Cristo nos cobriu com seu manto de justiça. Seu sangue nos lavou. Agora não temos mais condenação. Agora somos aceitos no amado. Agora o ouro da glória de Deus cobre a madeira retorcida da acácia. Somos santuário onde Deus habita (Ex 25.8).
III. O ESPLENDOR DA NOIVA – v. 3
1. A noiva é uma coroa de glória não do Senhor – v. 3
Quando o profeta vai descrever o fulgor dessa noiva, ele não encontra nenhuma expressão mais forte para descrevê-la que coroa de glória. Símbolo de vitória, de realeza, de conquista. A noiva é bela, é encantadora, é esplendorosa, é vitoriosa e está na mão do Senhor.
Apocalipse 21.9-27 descreve a beleza dessa noiva: 1) Ela é bonita por fora (v.11); 2) Ela é bonita por dentro (v.19); 3) Ela está edificada no fundamento dos apóstolos (v.14); 4) Ela é aberta a todos (v.13); 5) Ela não é aberta a tudo (v.27); 6) Ela não faz distinção (v.16); 7) Ela é gloriosa (v.18); 8) Ela tem total intimidade com Deus (v.22); 9) Ela obedece ao seu Senhor (22.3); 10) Ela reinará com Cristo (22.5).
2. A noiva é um diadema real na mão de Deus – v. 3
O diadema era uma coroa do conquistador. A igreja é a escrava resgatada, amada, conquistada por Jesus para ser sua noiva. Ele a apresenta como uma coroa, um diadema real. A igreja é um troféu da graça de Deus. Ela é a escrava resgatada que se tornou noiva. Ela será apresentada bela, santa, sem ruga nem defeito.
Receberemos um novo corpo, um corpo de glória semelhante ao corpo do Senhor Jesus. Brilharemos como o sol e como as estrelas. Nem olhos viram nem ouvidos ouviram o que Deus preparou para aqueles que amam. O velho hino diz: “metade da glória celeste, jamais se contou ao mortal”.
IV. O AMOR DO NOIVO – v. 4,5
1. Ela é desposada pelo noivo – v. 5
Jesus se dispõe a casar-se com a igreja. Ele fez dela sua noiva, sua amada. Ele não a deixou desamparada, mas a acolheu, a amou, entregou-se por ela, amou-a com amor eterno. Ele deixou a glória, veio ao mundo. Fez-se carne. Fez-se pobre. Suportou o escárnio, a zombaria, as cusparadas, as afrontas, a ignomínia da cruz para desposar essa noiva. Atraiu-a com cordas de amor. Morreu por ela para dar a ela a vida eterna. Oh sublime amor, antigo amor, bendito amor!
Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós. Ele entrou numa aliança eterna conosco e desiste de nós mesmo quando pecamos contra ele. Seu amor é eterno, perseverante, santificador, sacrificial.
2. Ela é a alegria do noivo – v. 5
A igreja é a amada de Cristo. Quem toca nela toca na menina dos seus olhos. Você tem valor para Jesus. Como um noivo se alegra da noiva, assim ele se alegra em você.
De todos os tesouros da terra, de todas as belezas do universo, o que mais alegria traz ao coração de Jesus é você. Ele suportou a ignomínia da cruz e dela não fez caso por causa da alegria que lhe estava proposta, a alegria de conquistar o seu coração.
Ele viu o penoso trabalho da sua alma e ficou satisfeito. Conquistar você, ter você foi a herança que o Pai deu a Jesus. Os anjos se alegram quando se volta para ele. Ele se alegra em você como um noivo se alegra da sua noiva. Oh! amor bendito, o amor de Cristo!
3. Ela é a delícia do noivo – v. 4
A expressão é mais forte do que alegria. A igreja é o prazer supremo do noivo. Ele viu o penoso trabalho da sua alma e ficou satisfeito. Há alegria diante dos anjos por um pecador que se arrepende. Ele cuida de você, perdoa você, dá a você a vida eterna.
Você é a delícia de Deus. Você encanta os olhos de Deus. O coração de Jesus salta de prazer e delícias em ter você para ele. Ele anseia por você com ciúmes. Você vale mais do que finas jóias. Aquele que é feliz em si mesmo, que tem tudo em si mesmo e que é dono de tudo, delicia-se em você.
V. AS PROMESSAS DO NOIVO – v. 8,9
1. A proteção do noivo – v. 8
Deus jura por si mesmo por não ter ninguém maior a evocar e jura nos proteger do inimigo. Somos um povo mais do que vencedor. Somos vitoriosos. O inimigo já foi desbaratado. Já triunfamos com Cristo. Já estamos assentados com ele nas regiões celestes.
A Babilônia havia levado embora todo o fruto do trabalho do povo de Deus. Eles trabalharam, mas não desfrutaram. Mas, agora, Deus promete que o inimigo não vai mais saquear o povo de Deus. Deus é o nosso protetor. Ele é o nosso defensor. Ainda que se levante contra nós, o próprio inferno, ainda assim, seremos mais do que vencedores. O apóstolo Paulo fez cinco perguntas gloriosas:
1) Se Deus é por nós, quem será contra nós?
2) Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
3) Quem os condenará?
4) Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?
5) Quem nos separará do amor de Cristo?
2. A fruição das bênçãos do noivo – v. 9
Vamos experimentar a posse das bênçãos desde agora. A bem-aventurança não é apenas para uma vida futura, mas para agora. Vamos plantar e colher. Vamos sentir o sabor do céu desde agora. Vamos nos deleitar em Deus e nas suas bênçãos desde agora.
Nada nem ninguém neste mundo ou no porvir poderá nos impedir de louvar a Deus, de nos deleitarmos em Deus e nas suas gloriosas dádivas.
VI. A VINDA DO NOIVO – v. 10-12
1. A preparação para sua vinda – v. 10
Jesus vem. Precisamos nos preparar. Precisamos preparar o caminho, aterrar a estrada, limpar as pedras e arvorar a bandeira. Ele vem em majestade e glória. Precisamos estar atentos. As quatro fases das bodas judaicas: noivado + preparação + vinda + festa.
2. O esplendor da vinda – v. 11
Sua vinda é pessoal, física, visível, audível, poderosa e gloriosa. Todo o olho o verá. Ele faz ouvir até as extremidades da terra a sua voz. Para a igreja é a chagada do Salvador. Para o mundo incrédulo é a chegada do Juiz.
Ele não virá como servo sofredor. Ele não virá montado num jumentinho, mas ele virá nas nuvens com grande poder e muita glória. Será acompanhado de um séqüito de anjos. Os remidos glorificados voltarão com ele. Será um dia glorioso!
3. A recompensa da vinda – v. 11
O noivo vem não apenas em glória, mas vem trazendo recompensa ao seu povo. Ele não é apenas Salvador, mas galardoador. Até um copo de água fria que você der a alguém jamais ficará sem recompensa. Quem receber uma criança em seu nome, o recebe e quem o recebe, recebe quem o enviou. Muitos entrarão no céu com cheiro de fumaça, mas outros receberão galardões. A prestação de contas não é aqui. Se formos encontrados fiéis, receberemos a coroa da vida, a coroa da justiça e a coroa da glória. Então ouviremos: Bom está servo bom e fiel, foste fiel no pouco, agora sobre o muito te colocarei. Vinde benditos de meu Pai, entrai na posse do Reino que vos está guardado desde a fundação do mundo.
4. A bem-aventurança eterna da noiva na vinda
Não haverá mais pecado nem maldição. Não haverá mais dor nem lágrimas nem luto. Seremos redimidos não só da condenação e do poder do pecado, mas também da sua presença. Seremos um povo santo, remidos do Senhor. Entraremos na glória não por nosso próprio esforço. Não por nossas obras. Não por nosso crédito, mas seremos o povo redimido do Senhor.
CONCLUSÃO
Você já faz parte dessa igreja amada, a noiva do Cordeiro? Você já tem experimentado o amor de Deus derramado em seu coração? Seu nome já está escrito no livro da vida? Você já foi atraído por ele e para ele com cordas de amor? Hoje é o dia da sua entrega, da sua decisão. A festa já foi preparada. O banquete está pronto. Vinde para as bodas!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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